• Quem Somos
    • Declaração de Fé
    • TEOmídia
    • TEOmídia Blog
    • TEOmídia Cast
    • TEOmídia Rádio
  • Assuntos
    • Apologética
    • Casamento
    • Devocional
    • Ensino Cristão
    • Ensino Infantil
    • Estudo Bíblico
    • Evangelismo
    • Igreja
    • Sociedade
    • Teologia
    • Vida Cristã

A renúncia é uma prática necessária

Diego Venancio
10/07/2025
Descubra a força da renúncia: abra mão dos holofotes para que Cristo brilhe. Uma reflexão inspiradora sobre humildade e serviço que desafia a busca por fama e aponta para a verdadeira grandeza no Reino de Deus.


A renúncia está fora de moda. No mundo moderno quanto mais você se destacar, melhor. Afinal, você não é ninguém sem ter no mínimo 5 mil pessoas seguindo o seu perfil no Instagram.

Uma experiência pessoal de renúncia

Como músico, toquei por muitos anos com o pastor, músico e compositor Stênio Marcius. Durante esse período, em uma das fases do meu ministério, surgiu um programa curioso criado por um jovem chamado Yago Martins — que, na época, ainda nem era conhecido. O nome do programa dele era Ministérios Fracassados.

A proposta do programa era entrevistar pessoas cujos ministérios, segundo a percepção geral, pareciam não ter alcançado grande notoriedade ou “sucesso”. Pois foi dentro desse contexto que eu acabei sendo incluído entre os considerados “fracassados”. Afinal de contas, eu era “o segundo” — aquele que acompanhava o Stênio Marcius nos bastidores e nos palcos, mas não ocupava o centro das atenções.

No entanto, se eu não estivesse firmemente seguro quanto ao meu chamado e convicto daquilo que Deus estava realizando através da minha vida, esse tipo de julgamento poderia facilmente alimentar pensamentos perigosos. Seria como aquela voz maliciosa — tão caricata nos desenhos animados — sussurrando no ombro: “Vai, você pode mais… você merece brilhar… você é melhor…”

Apesar disso, é importante deixar algo muito claro: Stênio sempre foi generoso ao extremo. Ele me valorizou desde o início da nossa parceria e, em nenhum momento, me fez sentir inferior ou deixado de lado. Pelo contrário, sempre tive plena consciência do privilégio que era participar de um ministério tão precioso quanto o dele.

Diante disso, o que desejo destacar aqui é simples, mas essencial: precisamos aprender a ser o segundo. Ou o terceiro. Ou, quem sabe, estar completamente fora de cena, sem ocupar posição de destaque. Precisamos aprender a servir no Reino com alegria — mesmo que isso signifique sermos esquecidos. Afinal, a glória não nos pertence. Toda a glória é de Cristo.

Exalte a Cristo

O texto de João 3.22–36 nos apresenta um exemplo marcante de humildade e clareza de propósito. Ele fala de João Batista.

Quando seus discípulos vêm alertá-lo que Jesus está “fazendo mais sucesso”, atraindo multidões e batizando mais pessoas, João responde com uma frase que deveria ecoar nos corações de todos os cristãos:

“É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (João 3.30)

Essa simples declaração revela algo profundo — a disposição de sair de cena para que Cristo apareça. Isso é renúncia.

João sabia, exatamente, qual era o seu papel. Sim, ele sabia bem que não era o Messias, nem queria ser confundido com Ele. João era só a “voz do que clama no deserto”, conforme está registrado em João 1.23. A sua missão era a de preparar o caminho para Jesus, e ele fez isso sem inveja, sem competição, sem vaidade. Como disse R.C. Sproul:

“O chamado do cristão não é brilhar por si mesmo, mas refletir a luz de Cristo.” (R.C. Sproul)

Hoje, a lógica parece ser oposta. Somos incentivados a correr atrás de destaque, a montar uma “marca pessoal”, a viver em função de ser notado.

João, com sua postura de servo, provavelmente seria considerado um “fracassado” no Instagram. Mas, no Reino de Deus, o sucesso é medido por outro padrão — e João entendeu isso perfeitamente bem.

Renúncia, a verdadeira grandeza no Reino

João Batista nos ensina que o caminho para a grandeza no Reino de Deus passa pela humildade. Portanto, não foi à toa que Jesus fez a seguinte afirmação a respeito dele:

“Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele.” (Mateus 11:11)

Por quê Ele disse isso? Porque João entendeu que ser o segundo, ou até ser o esquecido, faz parte do serviço a Cristo. Ele abriu mão de qualquer desejo de aparecer e se alegrou em ver Jesus crescendo.

Martyn Lloyd-Jones, o influente teólogo protestante do País de Gales, fez a seguinte afirmação:

“A marca do verdadeiro cristão é que ele não tem nada de si mesmo para se gloriar.” (Martyn Lloyd-Jones)

Isso é renúncia — quando deixamos de querer os holofotes e nos contentamos em servir, mesmo que ninguém veja ou reconheça.

João não estava interessado em construir uma “plataforma”. Afinal, o relato do Evangelho nos mostra, claramente, que ele só queria apontar para o Cordeiro de Deus:

“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29)

Vivemos num tempo em que ser “o amigo do noivo” parece pouco. Todos querem ser o noivo da festa — o centro das atenções. Mas João não pensava assim. Ele disse:

“O amigo do noivo se alegra com a voz do noivo.” (João 3.29)

Ele não ficou com inveja de Jesus, pelo contrário, ficou feliz em vê-Lo tomando o lugar que sempre foi d’Ele.

Como disse Calvino:

“A verdadeira humildade é estar satisfeito em ser considerado menos do que nada, para que Cristo seja tudo em todos.” (João Calvino)

Isso é forte. E é o oposto do que escutamos por aí todos os dias.

Permaneça firme na verdade

Outra coisa que chama profundamente a atenção na vida de João Batista é a sua coragem, inabalável, em falar a verdade — mesmo quando isso custava muito caro.

João Batista não era apenas um pregador ousado no deserto; ele era, também, um profeta que não hesitava em confrontar o pecado, mesmo quando o pecador estava no trono. Vemos isso pelo fato de que João denunciou, abertamente, o pecado de Herodes, que havia tomado para si a mulher do próprio irmão. E qual foi a consequência disso? Primeiro, a prisão. Depois, a morte. Se você quiser ler sobre essa história depois, ela está descrita em Marcos 6.18–28.

Mesmo assim, sabedor de que corria riscos imensos, João não se calou. Pelo contrário, ele permaneceu firme. Não negociou a verdade para manter influência, prestígio ou segurança pessoal. A sua fidelidade a Deus falava mais alto do que qualquer instinto de autopreservação. Nesse sentido, João viveu a renúncia de forma prática e radical — colocou a obediência e a lealdade ao Senhor acima do amor à própria vida.

Resistindo a tentação de “passar o pano”

Nos dias de hoje, por outro lado, é comum enfrentarmos a tentação de adaptar a mensagem. Muitas vezes, sentimos a pressão de “passar pano” no pecado, suavizar a pregação ou evitar assuntos desconfortáveis, tudo em nome da aceitação. No entanto, o papel do cristão jamais foi o de agradar a todos, mas sim o de permanecer fiel à Palavra de Deus, ainda que isso custe popularidade ou aplausos.

Como bem disse Jonas Madureira:

“A voz profética da igreja não pode ser abafada pela sedução dos likes, nem pela ameaça da rejeição.” (Jonas Madureira)

João não se vendeu. Ele permaneceu firme, mesmo sabendo o preço que teria que pagar.

Essa coragem, portanto, não nasce do amor-próprio ou da autoconfiança, mas sim da renúncia — da consciência profunda de que a vida pertence a Deus e de que estamos aqui, acima de tudo, para agradá-Lo e não para agradar aos homens. Por essa razão, João permaneceu fiel até o fim, sem qualquer necessidade de uma plateia ou de aprovação pública. A sua motivação não era visibilidade, mas obediência.

Cristo: o maior exemplo de renúncia

Por fim, quando pensamos no exemplo mais elevado de renúncia, é impossível não olhar para Jesus. Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo nos lembra que Jesus, embora fosse Deus em essência, assumiu a forma de servo, entregando-se à morte na cruz por nós:

“pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;

antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,

a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:6-8)

Ou seja, mesmo sendo o Senhor soberano sobre todas as coisas, Jesus optou deliberadamente por se humilhar. Ele lavou os pés dos discípulos, acolheu os marginalizados e suportou sofrimento e injustiça — tudo isso por amor.

Como bem afirmou R.C. Sproul:

“O auto-esvaziamento de Cristo não é apenas uma doutrina para crermos, é um modelo para vivermos.” (R.C. Sproul)

Se Ele, o Senhor da glória, serviu, quem somos nós para buscarmos ser servidos?

O próprio João Batista reconheceu isso. Ele disse:

“Aquele que vem do céu está acima de todos.” (João 3.31).

João sabia que estava diante de alguém infinitamente maior. E essa consciência fez com que ele se colocasse no lugar certo — abaixo de Cristo, servindo, apontando para Ele.

Infelizmente, no mundo de hoje, essa atitude é vista como fraqueza. Mas no Reino de Deus, é exatamente o contrário: os últimos serão os primeiros; os servos serão os maiores. Os invisíveis aos olhos do mundo são preciosos aos olhos de Deus.

Conclusão

A renúncia é o caminho para a glória de Deus.

João Batista não buscou fama, status ou reconhecimento. Ele só queria exaltar a Cristo. Isso é renúncia — e é também o chamado de todo cristão.

Não é fácil. A cultura atual nos pressiona a viver de imagem, performance e aprovação. Mas, como disse Calvino…

“Só conhecemos quem somos de verdade quando olhamos para Deus.” (João Calvino)

Quanto mais olhamos para Cristo, mais percebemos que nosso papel é fazer com que Ele apareça — e a gente, não.

Que essa seja a nossa oração: “Senhor, que Tu cresças, e eu diminua”. Portanto, que a nossa vida seja um reflexo de Cristo — não para que sejamos aplaudidos, mas para que Ele seja adorado. Afinal, esse é o verdadeiro sucesso no Reino. E essa é a alegria de quem vive com os olhos fixos em Jesus.

Você gostou desse texto?

Compartilhe com os seus amigos, sua igreja e familiares.

Deixe seu e-mail abaixo e avisaremos de cada novo post!

Assista essa mensagem em vídeo no nosso canal de Youtube.

Conheça o TEOmídia Cast. Ouça nossa Rádio na web, iOS ou Android.

Assine gratuitamente a TEOmídia, vídeos cristãos para você e sua família. Assista quando quiser, onde quiser.

Compartilhe esta mensagem:
Post anterior
Polêmica!
Próximo post
O primeiro Papa da Igreja teria sido Pedro?
O conteúdo dos artigos assinados refletem a opinião, conceitos e ideias pessoais do seu autor e não, necessariamente, do TEOmídia Blog, que se exime de qualquer responsabilidade pelos mesmos.
  • Contato
  • Permissões de Publicação
  • Política de Privacidade
Siga a TEOmídia:
Facebook
Twitter
YouTube
Instagram
Menu