Comparar a vida cristã a uma planta não é algo novo. Na verdade, a própria Escritura assim o faz. Porém, eu vou começar com a conclusão, pois ela é a parte mais importante:
Não menospreze a ação de Deus em sua vida!
Nesse momento, acabo de voltar de uma caminhada ao redor do quarteirão. É um trajeto curto, que leva cerca de 15 ou 20 minutos. Eu fui andando bem devagar, refletindo sobre as coisas da vida.
Eu moro em uma cidade muito urbana, com muita poluição atmosférica. São muitos os carros e motos que passam pelo bairro, mas há duas praças nesse trajeto. Em uma delas, eu me deparei com uma flor que me chamou atenção: era o “dente-de-leão”.
Essa flor, que muitos gostam de arrancar e assoprar para ver as partes brancas “voarem”, na verdade, ao fazer isso, está em um processo natural de reprodução.
Essas partes são as suas sementes, que precisam de tempo para estarem prontas para a dispersão. Assim, muitas vezes, ao arrancá-las antes do tempo, acabamos interferindo nesse ciclo. E qual seria a minha sugestão, então? Não arranque essas partes, mas deixe que a natureza cuide disso!
Agora, voltando para a minha caminhada, ao olhar para essa flor, um pensamento me veio à mente: a vida pode ser tênue e frágil, mas está lá!
Esse pensamento não é novo. Na verdade, ele me lembrou de um sermão de John Newton chamado Crescimento na Graça, publicado pela Editora PES. Nele, Newton usa o texto de Marcos 4.28 para falar sobre a vida espiritual, comparando-a ao desenvolvimento de uma planta. Vamos ler:
“A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga.” (Marcos 4.28)
Dessa forma, nos é explicado que nossa vida espiritual tem estágios, tal como uma árvore frutífera que é plantada, cresce e dá seus frutos. A planta observada hoje está em seus estágios iniciais de reprodução, mas há muita vida dentro dela.
No Salmo 1, somos comparados a uma árvore. Vamos ver:
“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido.” (Salmos 1.3)
Para as plantas, a água é essencial, assim como o gás carbônico, para que realizem a fotossíntese. Esse processo é vital para a sobrevivência da planta, pois ela produz seu alimento – a glicose. Da mesma forma, nós também dependemos de uma fonte eterna:
“Jesus respondeu: ‘Quem beber desta água terá sede outra vez,
mas quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna’.” (João 4.13-14)
Jesus é o nosso suprimento eterno, a nossa água viva. Ele nos deu vida, mesmo quando estávamos mortos em nossas transgressões. Voltemos ao texto bíblico:
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,
e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos” (Efésios 2.4-5)
Não menospreze isso!
Repare que no versículo que vimos acima de Salmos 1.3, o salmista afirma que esta árvore…
“…dá fruto no tempo certo…”
Muitas vezes, nós atropelamos o tempo, tentando antecipar ou retardar eventos. Somos especialistas em querer tomar as rédeas da nossa vida e acabar atrapalhando o curso natural das coisas.
Embora a nossa vida espiritual esteja nos estágios iniciais, sempre haverá sinais dessa vida em nosso cotidiano. Ao começar a andar com Jesus, ainda não sabemos muito sobre Ele, mas já sabemos o essencial: Ele é nosso o Mestre e o nosso Salvador.
Há um outro salmo que nos encoraja a confiar Nele:
“Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração.
Entregue o seu caminho ao Senhor; confie Nele, e Ele agirá.” (Salmos 37.4-5)
Voltando ao livro de Salmos, no capitulo 1, o versículo 3, continua assim:
“…suas folhas não murcham…”
Para uma planta, as folhas são fundamentais. Elas respiram, fazem a fotossíntese, controlam a temperatura e desempenham outras funções essenciais. Durante o verão, as plantas produzem glicose para armazenar energia, garantindo sua sobrevivência no outono, quando perdem as folhas.
E nós? Quantas vezes sentimos que nossas “folhas” caíram e nos encontramos secos como um deserto? Quantas vezes as nossas orações parecem não passar do teto ou nos sentimos sozinhos, mesmo depois de alcançados pela graça de Deus?
São nesses momentos que precisamos nos lembrar das promessas de Deus:
“O Senhor o guiará constantemente; satisfará os seus desejos numa terra ressequida pelo sol e fortalecerá os seus ossos. Você será como um jardim bem regado, como uma fonte cujas águas nunca faltam.” (Isaías 58.11)
“Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei.’” (Hebreus 13.5)
Por fim, ainda no Salmo 1.3, o salmista conclui:
“…tudo o que ele faz prospera”
Isso não significa que seremos como o rei Midas, transformando tudo o que tocamos em ouro. Aqui, prosperidade não se refere a bens materiais.
No início do salmo, aprendemos que a pessoa bem-aventurada encontra prazer na Palavra de Deus e tem sua vida aprovada pelo Senhor. Essas são as verdadeiras marcas de uma vida bem-sucedida diante de Deus.
Hoje, pode ser que muitas coisas estejam erradas na sua vida. Mas nunca se esqueça das palavras de Jesus:
“Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mateus 28.20)
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