Vivemos dias de acirramento político: o progressismo versus o conservadorismo; confusão de informações; mentiras e desinformação. Não conseguimos confiar na mídia. As famosas notícias falsas, ou fake news, são disseminadas em grandes veículos de mídia e vemos de camarote essa guerra se instalando. Existe de fato uma guerra.
Se você quiser descansar dessa guerra, buscando refúgio naquilo que se chama igreja, nem sempre você conseguirá o refúgio pretendido. Digo isso porque algumas alas dos que se chamam evangélicos são dominados pela ideologia progressista.
O termo progressismo, ou progressista, nasce na ideia de que o progresso baseado no avanço científico, iluminista, é fundamental para o desenvolvimento da humanidade e civilização. O que se opõe ao progressismo é o conservadorismo que, na verdade, não é uma ideologia em si. É apenas uma visão que busca a manutenção daquilo que é amável, verdadeiro, justo e de valor, como família, direito à vida, à propriedade, à defesa, à justiça, etc.
Tudo o que vivemos, em termos de divisão política, inicia no período iluminista, quando o homem se torna medida de si mesmo, deixando Deus de lado, e culmina na revolução francesa, onde jacobinos e gerundinos batalham neste campo ideológico, uns na defesa do trono absolutista (gerundinos) e os outros na extinção desse trono (jacobinos).
O cristão que entende que Deus criou todas as coisas para a Sua própria glória, e Se revelou nas Escrituras para que possamos entender como deve ser a vida diante de Deus e dos homens, tende a ter uma visão conservadora na política. Entende que certos direitos são dados por Deus e somente Ele tem o direito de mudar. Para o cristão, o poder, a autoridade, é algo dado por Deus. Quem coloca o rei e inclina o seu coração é Deus. Para o cristão, essa verdade é absoluta. O cristão deve se submeter à autoridade, entendendo que é uma espécie de braço de Deus na direção da vida.
Bem, as deturpações foram tantas que aquilo que deveria ser óbvio já não é mais tão óbvio. Os cristãos, antes majoritariamente conservadores, começaram a flertar com outras ideologias. Assim, começaram a deturpar a visão conservadora, criando uma visão cristã progressista. Isso, na minha opinião, nada mais é do que subverter o cristianismo, criar uma nova fé, usando o mesmo nome.
Nasce, então, o cristão que não defende a propriedade privada. Defende o aborto, o comunismo e a liberação de drogas. Coloca a pobreza e a existência do capital como o mal supremo que deve ser combatido.
Como isso acontece?
Na teologia reformada do século XVI, definiu-se que toda a visão de mundo do cristão ortodoxo se daria pelas informações contidas nas Escrituras e tão somente nas Escrituras. Qualquer que seja a posição política, abarca certa quantidade de posições sobre assuntos que devem, na realidade, ser minuciosamente analisados para ver o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre eles.
Outra questão importante no processo é como interpretar as Escrituras. A teologia reformada definiu que a interpretação das Escrituras, a chamada hermenêutica, nunca é e nunca foi livre. As Escrituras devem ser interpretadas primeiramente pelas próprias Escrituras. Procura-se mais luz sobre determinado texto em outro texto das próprias Escrituras. Geralmente, esse ponto já resolveria o assunto, porque cremos que as Escrituras são a inerrante e infalível Palavra de Deus. Os autores foram inspirados pelo Espírito Santo de Deus de maneira sobrenatural, mas utilizando seus dons, características e capacidade cultural. Escreviam na linguagem da época, dentro das estruturas conhecidas da época da escrita.
Outra questão a considerar é o que os pais da igreja pensavam sobre determinado assunto. Em seguida, deve-se considerar como a igreja e seus concílios definiram o assunto, e o que homens mais doutos e ortodoxos dizem sobre o assunto. Entendemos que também dependemos do Espírito Santo, agindo no tempo e na vida de homens santos, para nos dar maior compreensão sobre as Escrituras.
É neste ponto que entra a deturpação da Teologia Liberal. Crê-se que as Escrituras não são a inerrante e infalível Palavra de Deus. Geralmente, os teólogos da Teologia Liberal fazem distinção entre Escrito Sagrado e Palavra de Deus. Usam exemplos de Paulo para mostrar quando Paulo fala por si mesmo e quando suas palavras se tornam a Palavra de Deus.
O problema dessa visão é saber quem é capaz de fazer a distinção do que é ou não a Palavra de Deus. Com essa visão, os adeptos da Teologia Liberal adotam quaisquer ideologias e métodos para “complementar” a visão bíblica sobre assuntos com os quais não concordam.
Os adeptos da Teologia Liberal, então, podem se apoiar em Marx tranquilamente, como apoio em causas sociais, adicionando essa visão política à sua visão pseudocristã.
Com isso nascem distorções, como a Teologia da Missão Integral. Ela afirma que deve ser pregado o evangelho todo para o homem todo. A Teologia da Missão Integral é a versão evangélica da Teologia da Libertação dos católicos, encabeçada pelos irmãos Boff, Frei Beto e outros.
O problema é que o que eles chamam de “evangelho todo” é uma adição fajuta a ele sob a alegação de que o evangelho não é social. Ou seja, não pensa na vida do homem, nas questões materiais do homem; só pensa na alma. Este assunto é bem amplo e não poderei me aprofundar aqui. Meu intuito é apenas chamar sua atenção para a existência dessa vertente que deturpa o evangelho em nome de um posicionamento político.
O evangelho é tudo de que o homem precisa. O evangelho é para o homem todo, sim, e sempre foi, sem a necessidade de ideologias adicionais. A carta de Tiago nos chama atenção para a fé operosa que apresenta frutos.
A igreja de forma alguma existe para a ação social. O Reino de Cristo de forma alguma é para esta realidade plena. Podemos e devemos fazer o bem ao próximo, sem achar que esse é o todo da teologia.
Em 1 Coríntios 13, Paulo nos diz que podemos entregar até o nosso corpo para ser queimado, mas se não tivermos amor, isso é inútil. Que amor é esse? Não é o amor de menino. O amor de adulto é o amor que provém de Deus, sabendo que tudo vem dEle e tudo deve glória a Ele. Desprezar as Escrituras é desprezar a Palavra de Deus, que por consequência é desprezar o próprio Deus.
Nós sabemos que vivemos aqui num vale de lágrimas, como forasteiros. Nossa casa está sendo preparada por Cristo, e lá viveremos eternamente. O cristão que tem isso em mente vive feliz e com esperança neste mundo, aguardando seu lar celestial.
Não caia nesse engodo! Com este texto, não quero converter teólogos liberais, mas desejo que você não caia nessa.
O conservadorismo não é o cristianismo. O conservadorismo não é uma ideologia revolucionária, como alguns tentam afirmar. O cristão é conservador porque ele deseja viver uma vida mais próxima daquilo que Deus criou, em conformidade com as Escrituras.
Que Deus nos livre do progressismo e principalmente do progressismo evangélico.
Gostou deste texto sobre progressismo?
Compartilhe com os seus amigos, sua igreja e familiares.
Deixe seu e-mail abaixo e avisaremos de cada novo post!
Assista essa mensagem em vídeo no nosso canal de Youtube.
Conheça o TEOmídia Cast. Ouça nossa Rádio na web, iOS ou Android.
Assine gratuitamente a TEOmídia, vídeos cristãos para você e sua família. Assista quando quiser, onde quiser.
