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Fruto do Espírito ou traço de personalidade?

Diego Venancio
20/05/2022
Nossas habilidades naturais podem nos levar a simular o fruto do Espírito. Entenda o que é fruto real e o que é falsificação.


No livro Gálatas para você, da Editora Vida Nova, Tim Keller apresenta um aspecto interessante do fruto do Espírito: a capacidade que temos de falsificá-lo, usando nossas habilidades naturais ou traços da nossa personalidade.

Para começar, precisamos entender alguns pontos fundamentais sobre a vida cristã.

Há uma oposição

Paulo nos apresenta o fruto do Espírito em contraste com as obras da carne.

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,

idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,

invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,

mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5.19-23)

Existem duas naturezas em operação em todo cristão: o Espírito e a carne.

O termo “carne” em grego é sarx, traduzido muitas vezes como “natureza humana”. É o aspecto do nosso ser como um todo que anseia pelo pecado em oposição ao aspecto que anseia por Deus. Quanto ao termo “Espírito”, é mais exato pensar nele como o coração renovado do cristão, feito novo pelo Espírito Santo.

Nossa natureza pecaminosa estava lá, governando sozinha e sem sofrer oposição, antes de sermos cristãos. O Espírito, contudo, entrou sobrenaturalmente quando nos tornamos cristãos e começou a renovação que consiste agora em nossa “nova natureza”.

Qual a natureza dessa luta?

Trata-se de uma batalha entre os “desejos” do Espírito Santo e os da carne (sarx). Paulo usa a palavra epithumia para “desejos da carne”. Em sentido literal, epithumia significa um “superdesejo”, um “desejo excessivo”, um impulso e anseio que a tudo controla.

Tim Keller diz algo interessante sobre isso.

“O principal problema que nosso coração tem não é tanto o de desejar coisas ruins, mas nossos superdesejos por coisas boas. Quando uma coisa boa se converte em nosso ‘deus’, ele cria ‘superdesejos’.” (Tim Keller, Gálatas para você, Editora Vida Nova)

Veja o que o apóstolo Paulo diz em Efésios:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados […],

entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” (Efésios 2.1,3)

Este ponto é interessante: por causa do pecado, não só não conseguimos lidar com o que é mal, mas transformamos em ídolos aquilo que é bom. Tudo isso faz ligação direta com a idolatria, a mesma idolatria confrontada no Antigo Testamento.

David Powlison observa:

“Se ‘idolatria’ é o termo característico e resumido do Antigo Testamento para a nossa tendência a nos afastarmos de Deus, então ‘desejos’ (epithumia) é o termo característico e resumido do Novo Testamento para o mesmo movimento […]. O Novo Testamento funde o conceito de idolatria e de desejos excessivos que governam a vida […] para falar de concupiscência, cobiça, anseio e exigência gananciosa (Efésios 5.5; Colossenses 3.5).” (David Powlison, “Idols of the Heart and Vanity Fair”, The Journal of Biblical Counseling, vol. 13, n. 2, Winter 1995, p. 36)

A analogia da agricultura

Quando Paulo fala em fruto, somos remetidos ao universo da agricultura e essa imagem nos revela quatro aspectos importantes.

1. O crescimento do cristão é gradual. O fruto do Espírito pode estar se desenvolvendo na vida de um cristão sem que ele se dê conta. Então, um dia ele pensa: “Alguns anos atrás, eu jamais seria tão paciente ou teria tanto autocontrole para enfrentar essa situação”.

2. O crescimento do fruto é inevitável. Não importa como é a vida da pessoa; se a semente está lá, ela vai crescer. Somos salvos pela fé, não pelos frutos, mas não somos salvos pela fé infrutífera. Alguém com o fruto do Espírito cresce!

3. O fruto do Espírito tem raízes internas. O fruto do Espírito não é algum traço de personalidade; é uma transformação mais profunda. Pense numa macieira. As maçãs dão vida à árvore? Não! Se você amarrasse maçãs aos galhos de uma árvore morta, elas não lhe dariam vida! As maçãs não dão vida; elas são sinal de que a árvore está viva. Ser conduzido pelo Espírito é desenvolver “o fruto do Espírito”.

4. O crescimento é simétrico. Paulo faz uso deliberado da palavra “fruto” no singular para descrever toda uma lista de qualidades que crescem na pessoa cheia do Espírito Santo. O fruto verdadeiro sempre cresce em conjunto. Ele é um só.

O fruto do Espírito

Quando olhamos para a lista dos frutos, observamos que somos naturalmente mais fortes em alguns do que em outros. Contudo, nossos pontos fortes que independem do Espírito Santo se devem ao temperamento natural.

Vejamos agora as nove partes do fruto do Espírito.

Agape (amor)

Significa servir uma pessoa para o bem dela e por seu valor intrínseco, não pelo que ela pode nos proporcionar. Seu oposto é o medo: autoproteção e abuso das pessoas.

Chara (alegria)

É o deleite em Deus pela pura beleza e valor de quem Ele é. Seu oposto é a desesperança ou o desespero. Sua falsificação é o entusiasmo baseado na experiência de bênçãos e não no Abençoador, provocando oscilações de humor conforme as circunstâncias.

Irene (paz)

Significa a confiança e o descanso na sabedoria e no controle de Deus, em vez de em nós mesmos. A versão falsa da paz é a indiferença, a apatia e a falta de interesse.

Makrothumia (longanimidade, paciência)

É a capacidade de enfrentar problemas sem perder a cabeça ou partir para o ataque a torto e a direito. Seu oposto é o ressentimento contra Deus e contra os outros. Sua falsificação é o cinismo e a falta de cuidado, como: “Isso é pequeno demais para eu me importar”.

Chrestotes (benignidade)

É a capacidade de servir ao próximo de maneira prática e de modo a me tornar sensível. É proveniente de uma profunda segurança interior. Seu oposto é a inveja. As obras manipuladoras são a versão falsa, de modo que a pessoa possa me gloriar e sentir que sou bom o bastante.

Agathosune (bondade, integridade)

Significa ser a mesma pessoa em qualquer situação, em vez de um impostor ou hipócrita. Não é o mesmo que ser sempre verdadeiro, mas nem sempre amoroso, livrar-se do peso no peito apenas para se sentir bem ou parecer melhor.

Pistis (fidelidade, lealdade, coragem)

É ser plenamente confiável e fiel à própria palavra. Seu oposto é ser oportunista, amigo só nos bons momentos. Sua falsificação é ser amoroso, mas não verdadeiro, de modo que você nunca está disposto ao confronto e ao desafio.

Prautas (mansidão, amabilidade, humildade, abnegação)

O oposto é ser superior ou voltado para o próprio interior. Humildade não é o mesmo que inferioridade.

Egkrateia (domínio próprio)

É a capacidade de colocar o importante acima do urgente, em vez de ser sempre impulsivo ou descontrolado. A falsificação levemente surpreendente é a força de vontade baseada no orgulho, a necessidade de se sentir no controle.

Desenvolvendo o fruto do Espírito

Precisamos lembrar que somos de Cristo. Tudo o que é dEle é nosso. Hoje, somos livres para perceber onde cedemos campo para a carne e para nos arrepender, confessando os nossos pecados. Temos condições de perceber o que é fruto do Espírito e o que é a nossa personalidade.

Por pertencermos a Cristo, crucificamos a carne juntamente com as paixões e os desejos. Crucificar a carne é, na verdade, a identificação e o desmantelamento dos ídolos. É estrangular o pecado no cerne da vontade e não apenas no nível comportamental.

Precisamos andar sob a direção do Espírito. Trata-se de um processo positivo (não um simples abrir mão de coisas), de um processo ativo (que nós fazemos) e de algo mais do que simples obediência. O Espírito é uma Pessoa viva, que glorifica e enaltece a obra de Jesus. Uma vez que encontramos especificamente as falsas crenças particulares da nossa carne, que geram os “superdesejos” e nos levam a pecar, devemos substituí-las por Cristo.

Conclusão

Que Deus abençoe você e faça com que cresça na vida cristã e que você possa identificar a obra do Espírito dentro em sua vida.

 

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