Abordamos anteriormente três comportamentos que Deus odeia. Hoje vou abordar outros 4 comportamentos igualmente odiados por Deus.
Muitos se surpreendem com essa expressão no que se refere a Deus – ódio – mas a expressão é totalmente bíblica. Deus aborrece certas coisas e vamos continuar a falar delas.
Provérbios 6.16-19 nos fornece uma lista dessas coisas. Nós Já vimos as primeiras três, se não viu ainda, seria bom conhecê-las.
Agora vamos ver as 4 seguintes:
“O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” (Provérbios 6.18-19).
Na Bíblia, o coração representa o centro da vida espiritual e emocional de uma pessoa, sendo o local onde ocorrem pensamentos, emoções e decisões. Nesse sentido, mente e coração se confundem.
Assim sendo, nossa mente, sem a devida disciplina, tende a se inclinar para o mal, como vemos em Mateus 15.19:
“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mateus 15.19)
Então, o coração que maquina pensamentos perversos é aquele que não se submete aos preceitos do Senhor e não medita continuamente na Sua lei.
De fato, a importância dessa meditação é ressaltada nas Escrituras:
“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.
O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos.
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
Além disso, por eles se admoesta o Teu servo; em os guardar, há grande recompensa.
Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
Também da soberba guarda o Teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na Tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” (Salmos 19.7-14).
Além disso, no livro de Gênesis lemos:
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. (Gênesis 6.5)
Isso nos mostra que a perversidade humana tem início no coração.
Por que Deus detesta o coração que maquina pensamentos perversos? Porque esses pensamentos impedem os Seus filhos de viverem a plenitude da vida que Ele deseja para eles. O ser humano, em suas maquinações perversas, torna-se cego e surdo para a revelação divina.
O apóstolo Paulo nos orienta sobre como devemos pensar:
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” (Filipenses 4.8)
Já na carta aos Romanos, por sua vez, vemos Paulo dizer o seguinte:
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
No Sermão do Monte, vemos Jesus afirmar:
“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.” (Mateus 5.8)
Portanto, aquele que enxerga todas as coisas da perspectiva divina mantém seu coração puro.
Agora, para atingir tal condição, dependemos da graça de Deus, pois somente por meio dela nossos corações podem ser transformados. Essa é uma promessa cumprida através de Jesus, como já predisse Ezequiel:
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
Porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.
Habitareis na terra que Eu dei a vossos pais; vós sereis o Meu povo, e Eu serei o vosso Deus.” (Ezequiel 36.26-28).
“Os pés que se apressam para fazer o mal” é a quinta coisa que Deus odeia. Esses pés pertencem àqueles cujo coração já maquina perversidades. Como pode ver, esse pecado está diretamente ligado ao anterior.
Na última ceia Jesus disse a Judas:
“O que tens para fazer, faze-o logo.” (João 13.27)
Jesus sabia que, uma vez que Satanás tomasse o coração de Judas, este prontamente agiria para o mal.
Salomão, no livro de Provérbios, alerta sobre o perigo de se associar com os que praticam o mal:
“Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas.
Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes;
traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à cova;
acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos a nossa casa;
lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa.
Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os pés;
porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue.” (Provérbios 1.10-16).
Isaías descreve a condição decadente do povo de Deus:
“Os seus pés correm para o mal, são velozes para derramar o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade; nos seus caminhos há desolação e abatimento.
Desconhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; quem anda por elas não conhece a paz.
Por isso, está longe de nós o juízo, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que há só trevas; pelo resplendor, mas andamos na escuridão.” (Isaías 59.7-9).
Por que Deus detesta os pés que se apressam em fazer o mal? Porque refletem uma condição de escravidão ao pecado, conforme aprendemos com o apóstolo Paulo:
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;
nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” (Romanos 6.12-14)
Neste mesmo capítulo de Romanos, uns versículos à frente, vemos que o contraste ocorre naqueles que se submetem a Deus:
“Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;
e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” (Romanos 6.17-18).
A sexta coisa que Deus reprova é a testemunha falsa que profere mentiras, pois ela pode difamar, destruir reputações e até manipular multidões para seu próprio benefício.
Nos tempos bíblicos, o testemunho de duas ou três pessoas podia condenar alguém. Dessa forma, o falso testemunho poderia ser fatal.
A fofoca também se enquadra nesse pecado. A mentira e a deturpação da verdade ganham novos contornos e se espalham com rapidez.
Vivemos tempos que incentivam a fofoca, impulsionada pelas redes sociais. A especulação sobre a vida alheia se tornou comum, desviando a atenção do que realmente importa: nossa própria conduta diante de Deus.
E por fim, o nosso texto de Provérbios 6 afirma que:
“Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina”. (Provérbios 6.160
Essa sétima coisa que Deus abomina, que odeia de forma toda especial é a discórdia entre irmãos. Muito forte isso, não?
A Bíblia registra momentos de discórdia entre irmãos na fé, como Paulo e Pedro e, também, Paulo e Barnabé. Entretanto, Deus abomina que tais desavenças aconteçam. Ao contrário, nós somos chamados a ser pacificadores, algo que a Escritura nos exorta inúmeras vezes a sermos.
Concluindo, Deus odeia sete coisas que permeiam os nossos dias:
A primeira delas é o orgulho, que é sutil; então, busque sempre glorificar a Deus.
A segunda é a mentira que nos desvia da realidade; portanto, viva em verdade, confiando em Deus.
A terceira é a violência que nos desumaniza; assim, cultive a paz em seu coração.
A quarta é o coração que maquina pensamentos perversos; temos que ter um coração puro e desejoso de agradar ao Senhor
A quinta, sexta e sétima coisas que Deus abomina não são propriamente coisas, são pessoas.
Quem Deus odeia?
A sexta são aqueles que se apressam a correr para o mal; esse é o passo dado por quem deixou o seu coração maquinar o mal. A fofoca é um exemplo da prática do mal pois desvia nossa atenção da nossa própria vida espiritual.
A sexta é a testemunha falsa que profere mentiras; Deus odeia o falso testemunho e quem o pratica, julgue com prudência.
E a sétima e última pessoa que Deus abomina é aquele que semeia contendas entre irmãos; essas contendas são armas de Satanás para enfraquecer a igreja de Cristo.
Deixe Jesus assumir o controle de sua vida. Se você fizer isso, seus pensamentos e ações serão transformados.
Termino com um segredo designado no livro de Provérbios:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda pois o teu coração.” (Provérbios 4.23)
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