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Pacientes no sofrimento, na dor e na tribulação

Elmer G. Pires
23/02/2020
O apóstolo Paulo nos chama a sermos pacientes na tribulação. Mas o que é tribulação? E o que ganhamos em sermos pacientes?


Hoje vamos estudar e aprender a sermos pacientes na tribulação, uma característica que o apóstolo Paulo recomenda aos irmãos de Roma e deseja ver na Igreja fiel ao Senhor Jesus.

O exemplo de Suzanna Wesley

Por trás de um grande pregador há sempre uma grande pessoa que dá suporte a ele. Isso não foi diferente no caso de John Wesley, um dos grandes pregadores do século 18 e fundador do metodismo. Essa grande pessoa na sua vida, foi sua mãe, Susanna Wesley.
Não é à toa que Suzanna pôde servir de grande exemplo para seu filho. Ela, mesma, foi uma pessoa diferenciada. Possuía grande bagagem e que passou por muitas experiências na vida. Os relatos históricos nos contam que Suzanna foi a filha caçula dos 25 filhos que seus pais tiveram.
Casada aos 19 anos de idade, veio a ter 19 filhos. Desses, 9 morreram ainda quando crianças. Dentre eles, 4 eram gêmeos. Os relatos nos dizem que, acidentalmente, um de seus filhos veio a falecer ao ser sufocado por um criada. Já ao final de sua vida, em 23 de julho de 1742, apenas 8 dos seus 19 filhos ainda estavam vivos.
A história, ainda, nos diz que em determinado dia, o marido de Susanna Wesley disse à ela:
– “Fico maravilhado com a sua paciência! Você disse a essa criança a mesma coisa vinte vezes!”
Ao que ela respondeu:
– “Se eu tivesse falado apenas dezenove vezes, teria perdido todo o meu trabalho”.
Quem dera fôssemos pacientes como ela!
Suzanna sabia muito bem o que era ser paciente em meio às tribulações. Ela compreendia o que Paulo ensinou em Romanos 12, no meio do versículo 12.

“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12.12)

Sermos “pacientes na tribulação”, é o que eu, você, e todos os cristãos devemos aprender.

O que é tribulação

Tribulação é uma palavra que pode ser definida de muitas formas. Se alguém perguntasse a você qual era o seu significado, qual seria a sua resposta?
Ao recorrer à Bíblia eu seria obrigado a dar uma resposta bem ampla que incluiria ao menos 4 perspectivas.
Em primeiro lugar, diria que tribulações são os problemas da vida. Geralmente as tribulações dizem respeito ao sofrimento e angústia do povo de Deus, ou seja, são uma realidade na vida de todo cristão. Isso porque todos somos ou seremos atribulados, em algum momento de nossa vida.

Pacientes sofrendo sofrimento e perseguição

Como Jesus alertou, em Mateus 10.22, seríamos odiados por causa Dele pois a tribulação pode ser motivo de sofrimento, de separação e de perseguição:

“Todos odiarão vocês por minha causa, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.” (Mateus 10.22)

Jesus, também, alertou os seus discípulos de que o mundo, ao contrário do que muitos pensam, é local aflições. Ele, próprio, disse em João 16.33:

“No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (João 16.33)

As tribulações são os problemas e sofrimentos que, de uma forma ou de outra, nos guiam na maneira com que nos relacionamos, como somos moldados ou moldamos o mundo. Portanto, por um lado, podem ser o que não permite que a semente do evangelho crie raízes em seu coração.
Mas, note que por outro lado, a tribulação, fruto de perseguição, não deve ser motivo de desânimo ou de esfriamento no relacionamento com Deus, mas, sim, motivo de trabalho! Elas podem ser o elemento motivador para que nos aproximemos de Deus e O sirvamos.
Vemos em Atos 8.4 que…

“Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem.” (Atos 8.4)

Portanto, seja em meio a perseguições ou qualquer outro tipo de tribulação, o que devemos fazer é continuar, perseverar e sermos pacientes.

Gloriarmos nas tribulações

As tribulações também são motivos de glória para os que amam a Deus. Em Romanos capítulo 5, versículo 3, lemos as chocantes palavras de Paulo sobre o assunto:

“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança;” (Romanos 5.3)

Chocantes pois, como podemos nos gloriar em meio à tribulações?
A resposta se encontra na continuação do pensamento de Paulo nos versos seguintes:

“a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança.” (Romanos 5.4)

Nesse versículo 4, Paulo ensina que a tribulação produz perseverança, ou seja, a capacidade de permanecer firme em meio aos problemas sem se entregar.
A perseverança, por sua vez, produz experiência. Note que a palavra experiência, no original, pode ser traduzida por caráter. A idéia é de um caráter provado, ou seja, experiência. E este, uma vez provado, produz esperança.

A tribulação nos faz semelhantes a Cristo

“Ora, a esperança não confunde…” (Romanos 5:5a)

A versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) diz que “a esperança não confunde”. Já a Nova Versão Internacional (NVI) diz que “a esperança não nos decepciona”.
Note que decepcionar significa ficar envergonhado por causa de um desapontamento de promessas não cumpridas. Ou seja, a razão do cristão verdadeiro não ser desapontado é justamente o amor de Deus por ele.

“… porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5:5b)

É por essa razão que nos gloriamos e somos pacientes na tribulação.
As tribulações, também, são meios de participarmos dos sofrimentos de Cristo e de nos identificamos com Ele. Pedro nos lembra que devemos nos alegrar, pois somos co-participantes dos sofrimentos de Cristo:

“pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.” (1 Pedro 4.13)

Os cristãos compartilham os sofrimentos de Cristo, não contribuindo para a obra terminada de expiação de Cristo pelo pecado, mas experimentando maus-tratos semelhantes aos de Cristo, porque são identificados e unidos a Ele.
Por fim, a tribulação é aquilo que nos leva a uma transformação à semelhança de Cristo. Vejamos os versículos de 8 a 12 de 2 Coríntios, capítulo 4:

“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.
Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.
De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida.” (2 Coríntios 4.8-12)

Paciência é mais que esperar

Fazendo dessa forma, acima, o cristão pode se gloriar, até mesmo, nas próprias tribulações. Mas, o meio pelo qual isso pode ser realizado é a paciência.

“A virtude da paciência implica muito mais do que apenas esperar. A essência da paciência é a disposição de suportar o sofrimento.” (Karen Swallow)

Como sugere a autora Karen Swallow, essa definição de paciência fica clara, pois sofrimento está no significado da raiz da palavra paciência assim como está na raiz da palavra paciente.
A palavra paciência tem a mesma raiz da palavra paixão, que, pasme, também significa sofrimento. Alguém que tem uma paixão por alguma coisa, pela música, pelas artes, por um time de futebol, é alguém que sofre em nome desse sentimento.

Paciência de Jó

Quando falamos em sermos pacientes, logo nos lembramos de uma expressão: “Paciência de Jó”. Mas a sua paciência não diz respeito apenas a Jó ter passado por “um grande teste de fé”. Diz respeito a ele ter suportado todo o sofrimento a que foi acometido. Jó perdeu todos os seus filhos, todos os seus bens, sua saúde, e além de tudo isso, teve que ter muita paciência ouvindo os conselhos e ideias de seus amigos.
Logo, o foco não pode ser colocado sobre os problemas que levaram ao exercício da paciência por parte de Jó. Deve ser colocado, sim, no objetivo maior, a glória de Deus.

Suportar, sofrer

Outro incentivo para sermos pacientes, encontramos na Paixão de Cristo. A palavra paixão é vem do latim “pati”, que significa “suportar” ou “sofrer”.
Quando falamos sobre a “Paixão de Cristo” não estamos nos referindo ao amor de Jesus por todos que o Pai lhe deu. Estamos falando do sofrimento que Ele suportou em sua crucificação.
Em 2004, Mel Gibson lançou o filme chamado “A Paixão de Cristo” retratando os acontecimentos das horas finais da vida de Cristo, todo seu sofrimento, toda dor que sofreu na crucificação.
Veja, portanto, que Cristo estabeleceu o exemplo. O nosso padrão é Ele! Por isso podemos olhar para Ele e sermos encorajados a sermos pacientes, a sofrermos por conta do objetivo maior, a glória de Deus!
Tendo Cristo como nosso exemplo e padrão, você, também, pode ser paciente na tribulação. Entretanto, não podemos perder de vista que toda tribulação, por mais dolorosa que seja, é apenas temporal.

Tribulação leve e momentânea

Em 2 Coríntios 4, versículos de 16 a 18, Paulo nos encoraja dizendo:

“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,
não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Coríntios 4.16–18)

E em 1 Pe 1.6-7 Pedro nos lembra mais uma vez disso:

“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações,
para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;” (1 Pedro 1.6-7)

Exemplos a seguir

Por mais dolorosa que tenha sido a crucificação de Cristo, ela foi muito breve diante da eternidade de bênçãos que nos proporcionou. Assim, também, devemos ser pacientes em meio a tribulação imitando o exemplo daqueles vieram antes de nós; dos fortes na fé. Não podemos nos esquecer dos nossos antepassados na fé:

“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.” (Hebreus 13.7)

Devemos imitar o próprio Cristo.

“Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. (Hebreus 12.3)

Note que Cristo não fez caso da vergonha que passaria, mesmo sendo o próprio Deus, sofrendo em nosso lugar. Da mesma forma nós!

Podemos clamar ao Senhor

Também devemos ser pacientes na tribulação, pois sabemos que podemos clamar ao Senhor. O salmista diz que clamou ao Senhor.

“Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações.” (Salmos 34.6)

Diz, também, que os justos clamam, o Senhor os escuta e os livra:

“Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os livra de todas as suas tribulações.
Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra.” (Salmos 34.17-19)

Logo, devemos clamar e esperar no Senhor. Devemos clamar e sermos pacientes, esperando o livramento do Senhor.

Ação

Mas não se trata apenas de orar, trata-se também de agir.
Nesse caso, sermos pacientes, significa fazermos alguma coisa. Não fazer nada precipitado é fazer alguma coisa. Não fazer nada é, na verdade, ser paciente e aguardar em Deus.
Muitas vezes entendemos errado a questão da nossa responsabilidade. Deus nunca nos manda ser letárgicos, passivos, ineptos. Ele nos manda agir.
Na oração do “Pai nosso” que Jesus ensinou aos seus discípulos, Ele diz que devemos pedir a Deus pelo pão de cada dia. Mas Paulo deixa claro que esse pão será recebido por aquele que trabalha.

“Quem não trabalha que não coma!” (2 Tessalonicenses 3.10).

O mesmo se aplica às nossas tribulações. Devemos orar a Deus para que nos livre delas, mas, ao mesmo tempo, quando nos deparamos com problemas e dificuldades, venhamos a agir de maneira condizente a de Cristo, sabendo que o presente sofrimento visa algo maior: o nosso aperfeiçoamento e a glória de Deus.

Deus é misericordioso

Deus ouve a oração do justo. “Clamam os justos” pois “Muitas são as aflições do justo” mas “perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido”, conforme vimos, acima, em Salmos 34, versículos 17 e 19.
Não podemos nos esquecer de que Deus é misericordioso e compassivo, razão pela qual podemos ser pacientes na tribulação.
Tiago nos recorda desse fato:

“Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.” (Tiago 5.11)

Devemos nos lembrar de que Deus nunca nos dará algo além daquilo que possamos suportar.

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (1 Coríntios 10.13)

Não podemos perder de vista que seremos consolados por Ele em meio aos nossos problemas.

Conclusão

As tribulações valem a pena!
Lembre-se:

“Bem-aventurado[Feliz] [é] o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tiago 1.12)

A coroa da vida é o prêmio por se viver de modo como deseja o Senhor. Os que vivem desta forma, a recebem, ao final da vida, do próprio Senhor por quem viveram suportando todo tipo de tribulação.
Feliz é o homem que suporta as tribulações. Ele compreende a brevidade de alguns dias ou mesmo anos de tribulações em comparação à eternidade gozada por aqueles que herdarão a coroa da vida.
Que as palavras do próprio Jesus, dadas à Igreja de Esmirna nos encorajem:

“Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. (Apocalipse 2.10)

Sejamos, pois, pacientes, fiéis até a morte a fim de recebermos a coroa da vida!

 

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