• Quem Somos
    • Declaração de Fé
    • TEOmídia
    • TEOmídia Blog
    • TEOmídia Cast
    • TEOmídia Rádio
  • Assuntos
    • Apologética
    • Casamento
    • Devocional
    • Ensino Cristão
    • Ensino Infantil
    • Estudo Bíblico
    • Evangelismo
    • Igreja
    • Sociedade
    • Teologia
    • Vida Cristã

Não dê lugar à tristeza!

Gilmara Bianchine
12/01/2024
O mundo nos diz que a tristeza deve ser evitada, mas será que é isso que a Bíblia ensina? Entenda o lugar da tristeza na vida do cristão.


Começo destacando que o título “Não dê lugar à tristeza” carrega uma leve ironia.

O filme Divertida Mente

Divertida Mente é uma animação lançada em 2015, tendo conquistado o Oscar de sua categoria no ano seguinte.

A trama segue Riley, uma garota de 11 anos, que se muda com seus pais do Minnesota para San Francisco. Embora possa parecer um típico filme adolescente americano, há um ponto de vista peculiar na narrativa.

Do centro de controle, ou seja, o cérebro de Riley, as cinco emoções humanas básicas moldam os eventos. Personificadas e com traços distintos, Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho se revezam no painel de comando.

A cada circunstância na vida da garota, uma das emoções assume a produção de suas reações. No entanto, desde o início, Alegria, que também é a narradora principal, ocupa a posição de líder.

Ela é praticamente a chefe, atribuindo tarefas e tentando neutralizar as ações das outras quatro emoções. Seu objetivo é manter as memórias profundas de Riley predominantemente felizes, sendo bem-sucedida até o episódio da mudança.

Uma série de adversidades começa a desafiar a supremacia de Alegria. Mesmo sendo apática e inerte, Tristeza emerge como sua principal oponente. De maneira desajeitada, ela começa a influenciar as memórias com sua melancolia, frustrando sua vibrante companheira.

Quando Tristeza faz Riley chorar em seu primeiro dia na nova escola, inicia-se o caos. Desesperada, Alegria faz de tudo para evitar que outras memórias sejam contaminadas por Tristeza, causando tumulto no centro de controle.

Nessa luta, ambas são enviadas ao arquivo de memórias e embarcam numa jornada de volta. Enquanto isso, Raiva, Medo e Nojinho assumem as reações de Riley, causando estragos consideráveis.

A ditadura da alegria

Como essa animação nos faz refletir sobre os nossos sentimentos? Será que a alegria deve realmente governar todas as nossas ações?

Bem, Divertida Mente não é um filme recente, então spoilers não são um problema aqui. No final das contas, Alegria descobre que Tristeza (e, por extensão, as outras emoções) desempenha um papel crucial na formação das memórias.

Num ambiente ideal, onde tudo ocorre conforme o esperado, o trabalho de Alegria é fácil. No entanto, quando o ambiente é desconhecido e frustrante, seu controle se perde, abrindo espaço para suas companheiras. Surpreendentemente, ela percebe que isso não é prejudicial.

É interessante considerar que esse conflito entre alegria e tristeza ocorre dentro de nós também.

Geralmente, esperamos que a alegria prevaleça. Tudo ao nosso redor parece apontar para essa conclusão, seja por meio de experiências emocionantes, relacionamentos amorosos, empregos empolgantes ou compras eventuais.

Aparentemente, é proibido ficar triste. Como diz o ditado popular: “O importante é ser feliz”.

Devemos, a todo custo, trancar a tristeza num porão frio e escuro, preferencialmente esquecendo-a para sempre.

A inevitabilidade da tristeza

A verdade é que, inevitavelmente, dias tristes chegam para todos.

Isso é ainda mais forte para um cristão, não é verdade? Para nós, a alegria do Senhor é nossa força, correto? Devemos andar de cabeça erguida e sorrir o tempo todo, não é? Não há tempo ruim; afinal, tristeza não é algo para os crentes.

Bem, não é exatamente isso que a Bíblia nos ensina.

Certo dia, Neemias não serviu o vinho ao rei Artaxerxes como de costume. Sua expressão facial não era das melhores.

“O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza de coração.” (Neemias 2.2)

Alguém pode dizer: “Isso acontece. É só um dia, passa.”

Anos depois, na corte da Pérsia, após uma visão celestial, Daniel fez uma declaração um tanto desconfortável.

“Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas.” (Daniel 10.2)

Se estivesse entre nós, alguém poderia dizer: “Cuidado com a depressão, hein?”, seguido, talvez, de um cartão de um psicólogo.

Mateus e Marcos, em seus Evangelhos, registraram as palavras de Jesus antes de ser entregue.

“A minha alma está cheia de tristeza até a morte.” (Mateus 26.38; Marcos 14.34)

Nem mesmo Pedro, impulsivo como era, se atreveu a repreendê-lO nesse momento.

Tristezas diferentes, resultados diferentes

“Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.” (2Coríntios 7.10)

Esse texto mostra que existem dois tipos de tristeza: a que é segundo Deus e a do mundo.

Vamos começar pelo segundo tipo. A tristeza do mundo surge quando nossos desejos pecaminosos não são satisfeitos. Ficamos tristes porque nossos desejos não foram realizados, porque nossos sonhos egoístas foram frustrados. No final, quando recebemos a devida punição por nossas ações, a tristeza se intensifica. Como o texto diz, ela só leva à morte.

Por outro lado, a tristeza segundo Deus é aquela que sentimos quando o Espírito nos revela nossas transgressões. É o estágio que antecede ou se mistura ao nosso arrependimento. Ocorre quando, diante da santidade do Senhor, reconhecemos nossa miséria e clamamos por Sua misericórdia.

Jesus Se referiu a isso no Sermão da Montanha, ao dizer:

“Bem-aventurados os que choram.” (Mateus 5.4)

É um paradoxo ecoado nas palavras de Tiago sobre como nos aproximarmos de Deus.

“Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza.

Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.9-10)

Isso é um chamado para abandonarmos o riso tolo e a alegria frívola daqueles que não consideram o Criador. A felicidade fugaz vem de encher os olhos e o coração com o que não pode satisfazer.

Vemos, assim, que uma tristeza se rebela contra o Senhor; a outra O reconhece e se submete à Sua vontade.

O Senhor da tristeza

Então, o crente fica triste? Seria estranho se não ficasse. Sim, as nossas emoções são manchadas pelo pecado, como tudo neste lado da eternidade, mas são expressões legítimas.

Deus mesmo Se revela em termos emocionais ao homem, às vezes de maneira aparentemente contraditória. Ele Se ira e Se compadece; Ele Se entristece e Se alegra conosco.

O famoso texto de Eclesiastes é claro: há tempo de chorar e tempo de rir. Há até o seu ápice: tempo de prantear e tempo de dançar. Não há garantias de que esses momentos serão distribuídos de maneira justa e milimétrica ou que a alegria predominará.

Vemos isso na canção de Stênio Marcius.

“Minha vida é obra de tapeçaria.
É tecida de cores alegres e vivas
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes.” (O Tapeceiro)

De acordo com o Seu plano para cada uma de Suas “tapeçarias”, o Criador escolhe as melhores cores. No final, teremos tapetes de cores escuras e profundas, ao lado de esteiras listradas, coloridas e vibrantes. Nenhuma é melhor ou pior; todas são minuciosamente planejadas para glorificá-lO.

Conclusão

Novamente, as emoções são legítimas, mas também passageiras e influenciadas por nossas circunstâncias. Assim, elas não podem, como no filme da Disney, estar no centro de controle das nossas ações.

Então, como lidamos com a tristeza? A verdade é que ela pode ser um excelente meio de examinarmos o nosso coração. Por que estamos tristes? Os motivos podem revelar onde buscamos satisfazer os nossos desejos e quais as são nossas motivações.

Como disse C. S. Lewis:

“Chorar funciona mais ou menos enquanto dura. Depois é preciso tomar uma decisão.” (A cadeira de prata, da série As crônicas de Nárnia)

Diante de nossos infortúnios terrenos, que possamos decidir depositar o nosso coração aos pés do Deus de toda consolação.

Confiemos que não seremos reprimidos ou repreendidos quando estivermos em angústia, porque Ele não despreza o contrito e quebrantado.

Ele é o único que pode usar tudo para a Sua glória e a nossa edificação, inclusive a tristeza.

 

Gostou deste texto sobre a tristeza?

Compartilhe com os seus amigos, sua igreja e familiares.

Deixe seu e-mail abaixo e avisaremos de cada novo post!

Assista essa mensagem em vídeo no nosso canal de Youtube.

Conheça o TEOmídia Cast. Ouça nossa Rádio na web, iOS ou Android.

Assine gratuitamente a TEOmídia, vídeos cristãos para você e sua família. Assista quando quiser, onde quiser.

Compartilhe esta mensagem:
Post anterior
Os jovens precisam sair do controle da música na igreja
Próximo post
Querem tirar Jesus da história
O conteúdo dos artigos assinados refletem a opinião, conceitos e ideias pessoais do seu autor e não, necessariamente, do TEOmídia Blog, que se exime de qualquer responsabilidade pelos mesmos.
  • Contato
  • Permissões de Publicação
  • Política de Privacidade
Siga a TEOmídia:
Facebook
Twitter
YouTube
Instagram
Menu