Em época de Olimpíadas, ouvimos de maneira recorrente uma evocação do chamado Espírito Olímpico.
Até nós, cristãos, por vezes usamos essa expressão, Espírito Olímpico, para nos referir a algo diferente: uma ética especial, o famoso “fair play”, o jogo limpo ou equidade. Julgamos ser esse, entre outros valores, um que coloca a mera competição e o desejo de vencer em um plano inferior.
Há, contudo, um grande propósito oculto neste tal “espírito olímpico”.
É certo que vivemos numa cultura que nega a Cristo e persegue os cristãos. Isto ficou evidenciado no deboche e na zombaria na abertura das Olimpíadas de Paris.
Apesar de o homem natural negar a Deus e Sua obra, conforme afirma Paulo no primeiro capítulo de Romanos…
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;
porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
porquanto, tendo conhecimento de Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.” (Romanos 1.18-21)
Portanto, esse homem natural não consegue, na prática, viver sem os efeitos de Deus.
Deus colocou em seu coração a verdade. Ali, colocou a noção de certo e errado de forma que o homem não consegue se desvencilhar dessa verdade, ainda que negue essa realidade em sua mente.
A ênfase do espírito olímpico é ser honesto e olhar para o bem do adversário antes de somente pensar na vitória. É um pensamento humanista, que visa valorizar o ser humano.
Os cristãos concordam com tudo isso. Afinal, na lei ensinada nas Escrituras, temos que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Essa filosofia, então, cai como uma luva.
Ninguém suportaria viver num mundo sem nenhuma honestidade, sem nenhuma preocupação com o bem-estar do próximo.
Nós vivemos num mundo utilitarista, onde muitas vezes o homem é apenas o meio para um fim. Cá entre nós, às vezes isso acontece até mesmo dentro de algumas igrejas.
Entretanto, o homem moderno quer os benefícios de Deus sem o Deus dos benefícios. Vou repetir:
“O homem moderno quer os benefícios de Deus sem o Deus dos benefícios” (Diego Venâncio)
Já adianto que isso não é possível.
O espírito olímpico pega emprestado uma ética cristã, fundada na vontade de Deus e plenamente cumprida por Jesus Cristo conforme as Escrituras.
Se queremos obter, de fato, uma sociedade moralmente elevada e eticamente consciente, isso não se dará pela pregação desse tal Espírito Olímpico, mas, sim, pela pregação do Evangelho.
É somente na pregação de que o homem é pecador, moralmente morto e eticamente caído, longe do Deus perfeito e, portanto, necessitado de um salvador é que atingiremos o objetivo de transformar o mundo de maneira real.
É recorrente dizermos que o esporte transforma o homem. Eu mesmo, sou amante dos esportes, mas não concordo com este “status” de redenção que desejam dar ao esporte. Somente Jesus Cristo, o Filho de Deus, pode abrir os portais da glória para que um coração seja verdadeiramente transformado. Somente o novo nascimento, trocando um coração de pedra por um de carne, pode gerar uma ética transcendente e transformar verdadeiramente a sociedade.
Fora disso, fora da obra de Cristo, o Espírito Olímpico é só uma encenação. É apenas uma prova de que o homem sabe o bem que deve fazer, mas não consegue cumprir. E é exatamente isso que observamos. Dentro dos jogos olímpicos, vemos o enaltecimento da ética, mas o mundo lá fora continua a se odiar e a usar o homem como o meio para um fim.
Que Deus nos dê graça para vivermos como verdadeiros cristãos no mundo, mostrando pela diferença, pela grandeza dos nossos atos, o grande Senhor e Salvador que temos: Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo.
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