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Coerência: discurso e vida em sintonia

Gilmara Bianchine
12/05/2023
Você já refletiu sobre a necessidade de existir coerência entre o que você diz e como você vive? Entenda a importância disso.

Sem dúvida, coerência entre o que se fala e o que se vive pode ser um grande desafio. Esse pensamento me fez lembrar algo.

“A religião não tem lugar em seu coração, casa ou conversas; tudo o que ele tem está em sua língua, e sua religião é fazer barulho com ela.” (John Bunyan, O peregrino)

Essa frase é parte da conversa entre Fiel e Cristão, a respeito de Tagarela. Os três são personagens do famoso livro de John Bunyan, O peregrino.

A história é como uma parábola da caminhada cristã. Ela retrata várias das alegrias e dificuldades da jornada de Cristão rumo à Cidade Celestial.

No contexto da citação, Tagarela é um companheiro temporário no percurso e um ótimo orador. Acredita firmemente que a maneira como alguém fala revela a profundeza de sua crença.

Tagarela sabe versículos de memória e tem grande satisfação em conversas teológicas. Seu conhecimento teórico sobre arrependimento, oração, sofrimento, as promessas e consolações do evangelho, por exemplo, é vasto e minucioso. O conteúdo de sua fala impressiona Fiel. Este até comenta com Cristão sobre a coerência do colega de viagem que haviam ganhado.

A resposta de Cristão, entretanto, não faz eco à admiração de seu amigo. O resumo de sua resposta é a citação do início deste texto. Cristão conhecia Tagarela, pois haviam vivido na mesma cidade. Assim, podia testemunhar com propriedade sobre a coerência do falador.

De fato, os vizinhos diziam que era um santo fora de casa e um demônio dentro de casa. Mesmo sua família atestava a grosseria e ira que lhes dispensava. Ao saber disso, Fiel pondera melhor e decide afastar-se da companhia do eloquente viajante.

Falta de coerência pode gerar doutrina certa e vida errada

“Desde que minha doutrina esteja correta, não importa a forma como vivo.”

É pouco provável que alguém declare essa incoerência em alto e bom som. Nosso personagem nunca o fez, mas não havia dúvida de que era esse o mote que o dirigia.

Seus esforços estavam concentrados em saber o máximo possível sobre as coisas de Deus. Assim, em seguida poderia “refutar as falsas opiniões, defender a verdade e ensinar os ignorantes”.

Podemos até vê-lo em nosso tempo, buscando uma igreja séria, com sermões expositivos e uma teologia robusta.

Talvez faça cursos online e participe de eventos e debates sobre a fé. Ao mesmo tempo, sua vida privada segue em caos. Escolheu bem os alicerces, mas não iniciou a construção. Conhecer a doutrina correta não garante automaticamente uma vida piedosa, não garante coerência.

O capítulo 23 de Mateus registra um longo discurso de Jesus contra a hipocrisia dos fariseus. As repreensões de Cristo, é importante notar, não eram para que deixassem a lei ou parassem de zelar por ela. Eram para que a coerência entre o que ensinavam e o que faziam fosse explícita.

“Então, falou Jesus às multidões e aos seus discípulos:

Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.

Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.” (Mateus 23.1-3)

Às vezes, quando lemos textos assim, podemos pensar que a advertência é dirigida apenas a líderes religiosos. Entretanto, temos algo semelhante quando Tiago escreve aos irmãos da dispersão.

“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1.22)

“Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tiago 1.25)

A intenção original

Em Deuteronômio, Moisés ensina a lei a Israel. Certamente, não deveria haver falta de coerência entre o que o povo sabe e como vive.

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;

tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Deuteronômio 6.6-7)

Nossa cultura ocidental separa o intelecto dos sentimentos: cabeça e coração. Na cultura dos israelitas, porém, não havia distinção. Um só centro comandava tudo, num equilíbrio entre a razão e a emoção. “Estar no coração” significava pensar no sentido de compreender o que Deus queria dizer. Além disso, significava ter apreço por Seus mandamentos. Meditar nas ordenanças era fazer delas a fonte de referência em cada decisão tomada. A partir daí, percebemos como que um círculo que se amplia e se aprofunda no decorrer do tempo.

A primeira instrução é pessoal; a segunda impacta a família. Os pais tinham o dever de instruir teoricamente seus filhos na lei. Contudo, além disso, de maneira ativa, tinham o dever de incentivá-los à devoção sincera. O lar era o ambiente projetado para o exercício prático do modo de vida traçado pelo Senhor para Seu povo.

Em seguida, as demais relações são colocadas sob a influência dessa casa. Os vizinhos e amigos que partilhavam da mesa teriam acesso a relances da dinâmica familiar. Poderiam vislumbrar sobre quais bases construíam a vida.

Um pouco mais além estavam os que não tinham acesso a esse núcleo íntimo. Entretanto, eles se cruzavam com os indivíduos do núcleo em algum ponto do caminho, em negócios e tratativas. A estes também deveria ser notório o comportamento nascido da obediência às diretrizes de Deus. Toda essa dinâmica deveria ser realidade todos os dias, exercitando assim a coerência entre crença e discurso.

Coerência é um desafio constante

Vivemos numa sociedade hostil. Ela se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus. Ela busca desacreditar a Igreja e destruir sua credibilidade.

Uma de suas ferramentas favoritas é justamente encontrar os Tagarelas que estão entre os crentes, apontando sua falta de coerência. Coloca-os em evidência diante dos incrédulos, a prova perfeita da farsa da religião e o argumento cabal da inexistência divina.

Veja que não existe individualismo e neutralidade aqui. Uma vida incoerente é também um ataque direto à Igreja de Cristo e uma afronta ao Senhor.

Devemos pedir que o Espírito sonde os nossos corações diariamente. Peçamos que Ele exponha os discursos atrás dos quais nos escondemos e os pontos nos quais nos acomodamos.

Que nossa dureza e rebeldia sejam rendidos aos pés de Cristo. Que, pela graça, sejamos impulsionados a agir de maneira digna do evangelho a que fomos chamados.

Preguemos as boas novas de salvação por palavras e que nossas obras manifestem a verdade delas. Ainda que venham as afrontas e a repressão (e sabemos que virão),

“Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem;

mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.” (1Pedro 4.15-16)

 

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