Você deseja causar um alvoroço? É simples! Basta dizer, na escola ou na roda de amigos, que você tirou seu filho da escola para praticar o homeschooling, ou seja, a ensino domiciliar, em bom português.
O meu objetivo aqui é o de mostrar que essa é uma prática viável.
“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;
tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6.6-9)
No Brasil, o termo homeschooling ainda é muito desconhecido, embora essa prática tenha crescido bastante nos últimos anos. Nos Estados Unidos da América, por outro lado, ela já é muito difundida.
O Brasil é um país jovem e tem inserido, de forma intensa, a cultura escolar, de modo que temos uma mentalidade muito ligada à escola tradicional.
Mentalidade escolarizada é aquela que só concebe o aprendizado em uma sala de aula com muitos alunos e um professor à frente. Por isso, as pessoas se sentem desconfortáveis com esse assunto.
O homeschooling demanda uma mudança na postura dos pais.
Os pais serão os primeiros tutores dos filhos. Eles ensinarão disciplina, a importância do aprendizado e a necessidade de se dedicar tempo ao estudo. E isso requer um investimento significativo de tempo por parte dos pais.
Um dos pais, seja o pai ou a mãe, terá que dedicar tempo para isso. Talvez seja necessário que um deles pare de trabalhar, ou que ambos precisem ter horários mais flexíveis. É necessário que alguém esteja mais presente em casa para se dedicar aos estudos.
Mesmo que o homeschooling permita certa flexibilidade no aprendizado, é crucial se ter em mente que alguém precisa ser o principal educador da criança. Assim, se os pais passam o dia todo fora trabalhando, será difícil implementar o homeschooling.
O objetivo é que o ensino seja personalizado e que a presença dos pais seja significativa na vida dos filhos. Essa é a diferença.
Como vemos no texto bíblico citado acima, o ensino domiciliar também permite que a Palavra de Deus seja ensinada como a autoridade máxima sobre todos.
A escola secular falha ao ignorar a presença de Deus em diversas áreas do conhecimento. Algumas até se opõem explicitamente a qualquer ensino que mencione o Deus Criador.
Embora os pais não precisem ser especialistas em todas as disciplinas, faz-se necessário ter um bom conhecimento geral para ensinar as matérias básicas aos filhos.
Existem materiais de autores cristãos excelentes para serem usados em casa, mas os pais, como tutores, precisam dedicar-se ao estudo.
Para que o ensino domiciliar funcione, a disciplina é fundamental. De fato, estabelecer uma rotina de horários para acordar, tomar café, fazer atividades devocionais diárias e iniciar os estudos requer uma disciplina rigorosa.
Além disso, os pais precisam entender como ocorre o processo de aprendizagem.
Por exemplo, recentemente, postei em meu Instagram um vídeo do meu filho contando a história de Chapeuzinho Vermelho em inglês. Muitas pessoas perguntaram quem era o professor dele, onde ele estava estudando e como estava estudando. Isso despertou bastante curiosidade.
O meu método foi simples. Utilizei o texto, um áudio de um nativo lendo e repeti isso com meu filho várias vezes. Ele ouviu, leu o texto e escreveu. Essa repetição o ajudou a memorizar a história e compreender o seu significado.
Assim, eu entendo que a repetição é fundamental para se aprender algo novo e não hesito em repetir muitas vezes até que seja compreendido. Como músico, aprendi a importância desse método.
Minha experiência pode ajudar aqueles que têm dúvidas sobre a socialização no homeschooling.
O meu filho frequentou uma escola de ensino fundamental e aos 4 anos e já tinha noções rudimentares de leitura e escrita. Ele adorava a escola por ser muito sociável e gostar de estar com outras crianças.
Quando decidimos pelo homeschooling após dois anos, explicamos para ele o que faríamos, e ele entendeu bem. Porém, nos preocupamos em manter a interação e diversão que ele tinha com outras crianças.
A questão da socialização é um dos argumentos mais utilizados contra o homeschooling. Mas o que é a socialização?
O conceito tradicional de socialização escolar tem suas limitações. O que há de útil em trocar experiências em um grupo de crianças da mesma idade?
A resposta é: pouca ou nenhuma troca significativa.
Para quem pratica homeschooling, a verdadeira socialização envolve a compreensão de hierarquias familiares e de respeito por diferentes autoridades.
Além disso, é possível suprir a necessidade de interação social por meio de atividades extracurriculares, como clubes, grupos religiosos, esportes e outras formas de convívio.
Sim, a educação do seu filho dessa forma pode ser mais eficaz do que na escola tradicional. No entanto, o aspecto mais valioso é o desenvolvimento do caráter conforme os princípios da Palavra de Deus.
Você pode proteger seu filho de influências negativas e oferecer-lhe influências positivas de maneira mais direta.
Eu acredito que o homeschooling não seja para todos, mas muitas pessoas podem experimentar essa bênção da educação domiciliar.
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