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Liberdade: manifestar-se ou não?

Diego Venancio
06/09/2021
É justo que um cristão se manifeste publicamente sobre questões políticas? É lícito ao cristão escolher um lado desse espectro político? Tem sentido um cristão gritar por liberdade e justiça sabendo que estamos num mundo caído?


O dia 7 de setembro é um dia muito especial para nós brasileiros – há uma manifestação em busca de uma liberdade que se remonta aos tempos daquele grande grito da Independência: “Independência ou morte”. A liberdade já cobrou um alto preço para chegarmos ao modelo de vida do qual desfrutamos.
Entretanto, algumas indagações surgem quando cristãos, que são na verdade súditos leais do Reino de Jesus Cristo, resolvem se manifestar em favor da liberdade aqui e agora, em seu país de origem.
É justo que um cristão se manifeste publicamente sobre questões? É lícito ao cristão escolher um lado desse espectro político? Tem sentido um cristão gritar por justiça sabendo que estamos num mundo caído?
Gostaria de aproveitar o ensejo do nosso querido Dia da Independência para abordar, mesmo que superficialmente, esses assuntos importantes.

É justo que um cristão se manifeste pela liberdade?

Eu diria que o único grupo que legitimamente deveria lutar pela liberdade é o cristão. O cristianismo defende um princípio que é o da liberdade de consciência. O cristão deve dar voz até ao seu inimigo.

Liberdade de consciência

O cristão talvez tenha posicionamentos firmes quanto a algum assunto, muitas vezes contrários à maioria. Mesmo assim, ele sabe que a livre expressão da opinião não deve ser tolhida.
O cristão sabe a diferença entre uma mente regenerada pelo poder de Cristo e uma mente natural dominada pelo pecado.
O cristão sabe que o convencimento se dá pelo poder e atuação de Deus, através do Espírito Santo. Este vai renovando a nossa mente dia a dia através da leitura da Palavra de Deus. Assim, Ele nos faz compreender cada vez mais o propósito da nossa existência aqui neste mundo. O cristão defende a pluralidade de opiniões, justamente porque entende que existe um Reino superior e a justiça suprema vem de Deus.
Jesus Cristo governa tudo e está sobre todos e aguarda pacientemente o arrependimento de muitos pecadores para finalmente encerrar a história.

“O qual exerceu ele [Deus o Pai] em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,
acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro.
E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,
a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.” (Efésios 1.20-23)

Liberdade de opinião

Veja o que o apóstolo Paulo fala sobre essa liberdade de pensamento e opinião. Está no contexto da igreja, obviamente, mas neste caso podemos fazer uma aplicação um pouco mais ampla, pois não fere a boa hermenêutica.

“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” (Romanos 14.1)

Débil aqui é o neófito, aquele que ainda não adquiriu conhecimento suficiente para discernir as coisas.
Estamos todos em níveis diferentes de conhecimento; precisamos ter paciência na compreensão de certos assuntos. Paulo discorrerá sobre temas antagônicos que poderiam ser motivo de escândalo no meio da igreja, mas pede que os irmãos sejam tardios em julgar.

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.” (Romanos 14.10)

Paulo ensina que todos devemos viver a vida conscientes de uma coisa: haveremos de prestar contas no tribunal de Deus sobre tudo o que fazemos. Portanto, não devemos agir de modo a ferir a nossa própria consciência, ou seja, fazendo o que é errado de maneira consciente, cometendo pecados intencionais.

“Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.” (Romanos 14.13)

Paulo também chama atenção para o fato de não sermos motivo de tropeço para aqueles de consciência mais frágil.
Minha resposta a essa primeira pergunta, então, seria: sim! É justo um cristão se manifestar em defesa da liberdade, como fazemos hoje. Todos têm o direito de dizer o que pensam, ainda que pensemos que aquilo está errado conforme os nossos valores bíblicos, pautados na Palavra de Deus. Oremos, andemos em santidade, influenciemos o mundo, mas sem nunca privar alguém de dizer o que pensa. Para também manifestarmos os nossos pensamentos, precisamos estar num ambiente de plena liberdade.

É lícito ao cristão escolher um lado no espectro político?

Como já estabelecemos o princípio da liberdade, a resposta a essa pergunta é: sim. Entretanto, a consciência do cristão, como disse Lutero, deve ser cativa da Palavra de Deus.
Temos muitos princípios a serem aprendidos. Alguns desses princípios afrontam algumas ideologias. Via de regra, os cristãos tendem a ser mais conservadores por entenderem que os valores morais, o casamento, a família, a ordem, o direito a propriedade e a liberdade de consciência são princípios suprapolíticos, ou supra-ideológicos.
Esses temas são anteriores ao conceito de Estado. É Deus quem estabelece essas coisas essenciais à nossa vida.
Portanto, é lícito ao cristão escolher um lado mais progressista do espectro político, mas também é lícito pensarmos que ele não está totalmente em conformidade com o pensamento das Escrituras. Podemos avaliá-lo como débil na fé, segundo a citação de Paulo acima, alguém imaturo em termos de conhecimento das Escrituras e da aplicação da Palavra na vida cristã. Na orientação de Paulo, esse assunto não deve ser questão de divergência na vida da igreja.
Ideias como: “O homem é bom; o que o corrompe é o meio” são influências do pensamento de Jean-Jacques Rousseau. Tais ideias muitas vezes permeiam o pensamento cristão e deturpam a antropologia cristã. Às vezes, alguns cristãos tomam o marxismo como lente para ler o mundo e tentam fazer uma adaptação com o evangelho. Isso é um erro já exposto neste blog. Ao cristão mais ortodoxo, reformado, misturar ideias contrárias, que não concordam com o princípio das Escrituras, é um grande erro.

Tem sentido o cristão clamar por liberdade e justiça sabendo que estamos num mundo caído?

Primeiramente, verdade é sempre verdade, em qualquer lugar e qualquer tempo. Mesmo sabendo que este mundo jaz no maligno, nós continuamos a levantar o pendão da justiça e do amor, da fé, da liberdade, da retidão e da defesa da vida, que são características advindas do nosso Deus.
Somos conclamados a buscar o que é justo, verdadeiro e honesto e a praticar essas coisas.

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Filipenses 4.8-9)

É certo que somos forasteiros neste mundo. Estamos de passagem. Sabemos que este mundo é um vale de lágrimas, por conta da luta com o pecado, por causa das tentações que sofremos.
No entanto, Jesus mesmo disse que nós somos o sal e a luz do mundo. Os valores do Reino perfeito de Cristo devem ser disseminados, mesmo sabendo que um dia esta história será encerrada. Nós somos os embaixadores do Reino perfeito de Jesus Cristo aqui no mundo.
Como disse no início, nós que somos a igreja de Cristo temos a prerrogativa de fazermos e apregoarmos a verdade, a justiça e o juízo. Ainda que a perseguição nos venha, nossas liberdades sejam tiradas e nossa morte aqui seja decretada, não podemos nos corromper, não podemos aceitar a maldade, não podemos distorcer o que a Palavra de Deus nos ensina.
Nas Escrituras, temos alguns exemplos até de desobediência civil quando nossa fé é coibida por uma força contrária à lei de Deus.

A luta pela liberdade

O fato de sabermos que o nosso prêmio não está neste mundo nos credencia a lutarmos mais e melhor por ele. É como o soldado que vai à guerra com muito zelo pela própria vida. Esse soldado será um péssimo guerreiro, pois pensará somente em sua segurança e não no plano maior, como a glória do seu país.
Nós somos soldados de Cristo. Sabemos que a nossa guerra está aqui, mas a coroa imarcescível será entregue pelo nosso glorioso Redentor, que é bendito para sempre.
O Seu caráter e as Suas virtudes devem ser pregados em todos os lugares. A justiça deve ser para todos. Sabemos que se fizermos isso com notada relevância, seremos perseguidos, porque nossos valores apontam para Aquele que é perfeito.

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.
Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;
nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5.10-16)

Conclusão

Manifeste-se conforme a sua consciência diante do nosso Salvador Jesus Cristo. Manifeste-se pacificamente, defendendo a liberdade de todos. O justo Juíz é quem dará o pago para quem desejar escravizar os outros em busca de poder.
Que Deus nos abençoe. Que Deus abençoe o Seu povo.

 

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