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Temos, de fato, o livre arbítrio?

Marcos David Muhlpointner
14/04/2019
Será que o livre arbítrio existe nos dias de hoje? O homem já o teve em algum momento de sua história?

Neste artigo, farei algumas observações teológicas sobre a questão do livre arbítrio. Para tanto, citarei o apologeta Frank Turek, autor cristão e apresentador do programa radiofônico norte-americano “Cross Examined”, na American Family Radio.
A primeira citação está relacionada a cosmovisão que as pessoas têm.

“O problema é no coração, não na cabeça. Eles (ateus) não querem que seja verdade (que o cristianismo seja verdadeiro).” (Frank Turek)

Ele também faz a seguinte afirmação:

“O problema está na vontade.”

De modo consciente ou não, todos nós expressamos as nossas opiniões e tomamos as nossas decisões tendo por base aquilo em que cremos. James Sire, em seu livro “Dando Nome ao Elefante” da Editora Monergismo, diz que temos um envolvimento com o coração. Ou seja, envolvimento com o âmago da nossa vontade, e nos comprometemos integralmente com aquilo que cremos. Não é apenas uma decisão racional – e nisso Turek está certo – mas é um envolvimento de tudo o que cremos e somos, ainda que não tenhamos consciência disso.
Então, Turek conclui que ateus não assumem a possibilidade do cristianismo ser verdadeiro porque a sua cosmovisão aponta o vetor da sua vida em outra direção. Ao assumirem o pressuposto de que Deus não existe, a partir dele tomam todas as decisões da vida. Desde tentar responder sobre a origem da vida até o próximo relatório para a FAPESP 1 ou para o CAPES 2 e até mesmo os artigos que escrevem para alguma revista científica “qualis A”.
Em seu livro, “Não Tenho Fé Suficiente para ser Ateu”, da Editora Vida, Turek fornece muitos bons argumentos contra o ateísmo. Mas ao tratar do livre arbítrio, ele escorregou!
Assista esse vídeo:

Nesse vídeo, Turek comete um equívoco. No tempo de 1:12, ele diz que Deus nos deu o livre arbítrio e que o homem tem esse livre arbítrio para aceitar ou não. Porém, em 2:24, ele diz que o problema está na “vontade”. Ora, se o homem tem a vontade livre e o problema é a vontade que ele tem, logo o livre arbítrio passa a ser um problema. E é mesmo! Simplesmente porque o livre arbítrio, a vontade livre do homem, não existe, é uma falácia!
O problema da resposta dele está nesse pronome pessoal “nós”.
Se por “nós”, Turek entende toda a raça humana pós-adâmica, ele está errado, totalmente errado.
Se ele entende esse pronome pessoal como toda a raça humana e Adão, ele ainda estará totalmente errado.
Mas se ele entende que que essa palavra, “nós”, corresponde apenas a Adão e Eva, aí concordamos. Acompanhe comigo a análise dessas três possibilidades.

Possibilidade 1: Toda a raça humana, pós Adão, tem livre arbítrio

A expressão livre arbítrio significa a capacidade que o homem tem de tomar as suas decisões livre de qualquer influência, externa ou interna.
Sabemos, pela história da humanidade e por experiência própria, que nenhum homem goza dessa liberdade, plenamente. O feto não pode ir para onde quer, mas tem que ir aonde sua mãe o leva, dentro do útero. Nem eu ou você, que está lendo agora, goza da liberdade de não ter começado essa leitura. Você até poderia ter decidido não ler, mas foi forçado a ler pelo seu interesse pelo assunto, pelo autor, por curiosidade, ou qualquer outro motivo que o tenha motivado a isso.
Nas palavras de Jesus, depois que Adão pecou, a sua vontade passou a ser dominada, escravizada por uma força maior que ele, o pecado. No livro “Os Puritanos e a Conversão” 3, Samuel Bolton chama o pecado de “o mal sem par”. O pecado é a força motriz que impulsiona o homem para longe de Deus. É o pecado que transforma a vontade humana em inimizade contra Deus e faz o homem tomar as decisões morais que toma, boas ou más, todas elas manchadas por ele.
Quando dizemos que todo homem é totalmente depravado, não estamos dizendo que o homem é tão mal quanto poderia ser, em malignidade. Mas asseveramos, à luz das Sagradas Escrituras, que não mentem, e à luz do que vemos na história da humanidade, que todas as áreas da vida humana e suas ações são vistas por Deus como sujas pelo pecado.
O pecado nos transformou como “trapos de imundícia” diante de Deus. Exalamos o cheiro putrefato da morte para as narinas de Deus. Depois de Adão, ser humano nenhum goza de liberdade, pelo menos não de uma liberdade realmente “livre”, que lhe permita escolher entre o bem e o mal. O homem agora só pode escolher o mal. Ele perde seu livre arbítrio, ele tem sua liberdade escrava do pecado. Ele pode escolher entre diversos tipos de mal, mas nunca o bem, pelo menos aos olhos do Deus Santo. Também não goza mais do amor de Deus, mas de sua ira, como nos mostra Romanos 5.1, quando diz que adquirimos paz com Deus somente pela obra de Jesus Cristo.

Portanto, justificados pela fé temos paz com Deus, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.

A menos que Jesus Cristo tenha morrido por tal pessoa, é firme a decisão de Deus de condenar essa pessoa ao inferno, ao fogo que “não se apaga”. Se a justiça do Senhor Jesus Cristo não for imputada ao homem, ninguém se salvará. Deus está contra o pecador e Sua decisão de destruí-lo já está tomada, “quem não crer já está condenado” são as palavras de Jesus no evangelho do “discípulo do amor”. Não há como se salvar sozinho. Nenhum esforço que você empreender vai te favorecer junto a Deus. Ao contrário disso, se você se aproximar de Deus, no dia do seu julgamento, e disser que quer ser salvo pelo que você fez, você acenderá a ira de Deus e ouvirá dEle: “a minha glória, pois, a outrem não darei”.

Possibilidade 2: Toda a raça humana e Adão têm livre arbítrio

Se Turek pensa assim – pessoalmente creio que não – ele se aproxima de uma heresia já condenada na história da Igreja, o pelagianismo.
Pelágio ensinava que “o homem natural não é concebido em pecado. Consequentemente, a vontade humana não está presa a uma natureza pecaminosa e suas afeições; apenas as escolhas determinam se alguém irá obedecer a Deus, e assim ser salvo.” 4
Pelágio cria que não existia diferença entre nós e Adão e que somos tão livres hoje quanto Adão era quando foi criado. Não preciso falar mais do que isso. A história já enterrou Pelágio e ninguém tem o poder de ressuscitá-lo.

Possibilidade 3: Somente Adão e Eva tiveram o livre arbítrio

Nossos primeiros pais tinham sua vontade livre para pecar ou não pecar; tinham o famoso “livre arbítrio”. Aos nossos primeiros pais foi dada a ordem de não comerem o fruto da “árvore do conhecimento do bem o do mal”. Se desobedecessem a Deus, eles morreriam. Assim sendo, eles perderiam a sua condição de pureza com a qual foram criados e também de viverem para sempre.  E foi assim que aconteceu. A imagem de Deus (imago Dei) neles ficou pervertida, deturpada, depravada, manchada pelo pecado que cometeram.
A sentença dada por Jesus é que os homens são “escravos do pecado” e escravos não têm liberdade, não são livres. Em outra parte, Jesus disse a Seus interlocutores que eles não queriam ir até Ele para terem vida, o que denota que eles estavam mortos e, como mortos espirituais, não poderiam ter nenhuma vontade em direção a Deus e muito menos serem livres para exercê-la.

Conclusão

Não podemos ir contra a Palavra de Deus e devemos lê-la a partir do seu todo. Por toda a Bíblia vemos que o pecado do homem o afasta de Deus e que o pecado do povo de Deus “faz separação” entre ele e Deus. Além disso, é importante destacar que Deus providenciou um meio para que o homem tivesse esse pecado tirado do meio do caminho e pudesse se aproximar de Jesus Cristo. A morte e a ressurreição do Senhor Jesus Cristo garantem ao povo de Deus a sua salvação.
A Bíblia mostra, em toda a sua extensão, que o sacrifício de Jesus Cristo é perfeito, completo e definitivo:
É perfeito porque Ele não pecou e cumpriu cabalmente a Lei de Deus.
O Seu sacrifício é completo porque não resta nada que possamos fazer que complemente o que foi feito.
E é definitivo porque não há nenhum outro ser que possa substituir o que foi feito por Jesus.

1 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
2 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
3 “Os Puritanos e a Conversão”, Editora PES
4 Michael Horton em Pelagianismo: A Religião do Homem Natural – Primeira Parte: Um Pouco de História.

 

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