Estamos, constantemente, abordando assuntos sobre a membresia. Os assuntos, membresia, presbitério, disciplina eclesiástica, entre outros, fortalecem a verdadeira Igreja de Jesus.
Entendo que todos os salvos por Jesus encontram-se ligados à sua Igreja. Por isso, se você se encontra fora dela ou não vê com seriedade a importância de ser um membro formal da Igreja de Jesus, ore a Deus, peça sabedoria e leia os nossos artigos, ouça os nossos podcasts, assista os nossos vídeos.
Desejo que você ame a sua Igreja, fazendo parte, formalmente, dela, lutando e sabendo que você é a Igreja de Cristo. Que Deus o abençoe!
(Diego Venâncio, editor chefe do TEOmídia Blog)
Não é difícil encontrar, em nossos dias, pessoas que se intitulam cristãs. Contudo, muitas delas opõem-se a membresia achando-a desnecessária e negando-se a submeter-se a ela. Para essas pessoas, a membresia formal atrapalha a comunhão.
Esse pensamento é fruto de uma visão muito pobre do evangelho. Cristãos maduros são membros de Igrejas saudáveis. Ser cristão significa estar unido ao povo de Deus e a Igreja é o povo de Deus.
Jonathan Leeman de forma muito brilhante usa a metáfora da embaixada para falar da Igreja local. Creio que essa figura de linguagem nos ajuda a entender melhor essa instituição local. Vamos entender melhor a membresia?
Para começarmos, seria bom definirmos o termo embaixada. Vamos fazer uma pergunta: O que é embaixada?
Jonathan Leeman responde, definindo da seguinte maneira:
“Embaixada é uma instituição que representa uma nação dentro de outra nação”. (Jonathan Leeman)
Nós, cristãos, entendemos que a nossa pátria é a do céu. Os puritanos entendiam isso de forma muito bela. Para eles, enquanto vivemos aqui neste mundo caído, somos peregrinos rumo à cidade celestial. Essa verdade é bíblica. Nós somos estrangeiros, forasteiros, aqui neste mundo caído.
O apóstolo Paulo, em Filipenses, nos fala dessa verdade:
“Mas a nossa pátria está no céu, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser semelhante ao corpo da sua glória, pelo seu poder eficaz de sujeitar a si todas as coisas.” (Filipenses 3.20-21)
Sendo assim, entendemos que a Igreja local é um tipo de embaixada que representa um lugar do futuro. Sendo um tipo de embaixada, representa o Reino de Deus na terra.
É importante lembrar, aqui, que a Igreja local não é o Reino de Deus. Ela representa esse Reino.
Olhando dessa forma, conseguimos perceber que a congregação local é uma instituição bastante séria. Ela é a autoridade de Cristo na terra que declara, de forma oficial, quem pertence e quem não pertence ao Reino de Deus, quem faz parte e quem não faz, desse lugar do futuro.
Entretanto, é bastante importante entendermos que a Igreja não nos torna cristãos, essa reunião dos santos não nos torna parte do povo de Deus. Não é a essa instituição terrena que nos torna cidadãos do Reino de Deus, esse papel é do Rei desse Reino. A Igreja local, simplesmente, reconhece nossa cidadania; legitima e identifica quem pertence e quem não pertence ao Reino; protege os seus cidadãos. Ela tem o poder das chaves. É por meio dela que o mundo sabe quem representa Jesus Cristo e quem não representa.
Leeman vai argumentar no seu livro “Membresia na Igreja” que ser membro de uma congregação local é ser reconhecido, formalmente, como cristão e parte do corpo universal de Cristo.
Um membro dessa comunhão local é alguém comprometido com Cristo e sua Igreja. Não existe vida cristã fora da Igreja local.
Todo cristão precisa adentrar pelas portas da membresia, lembrando que isso só é possível se for formalmente reconhecido como um indivíduo que é cristão.
Perceba que não são todos que podem entrar por essa porta. A congregação deve averiguar se o candidato a se tornar membro sabe, de fato, quem é Jesus e o que ele fez. Ou seja, para se entrar por essa porta é indispensável o evangelho .
Meus irmãos, ser cristão pressupõe pertencer a uma congregação local.
Nós não nos associamos a uma comunidade local, pelo contrário, nos sujeitamos a ela.
Toda vez que nos reunimos e tomamos da ceia do Senhor a Igreja está legitimando, publicamente, nossa cidadania.
Como membros dessa comunidade local, crescemos discipulando uns aos outros por meio do evangelho. Sem a membresia, não existe discipulado. É um desafio falar de discipulado em uma cultura de consumismo. As pessoas estão procurando conforto nos bancos das comunidades locais, estão procurando satisfação própria.
A Escritura nos ensina que Igreja é um lugar para se dar em favor do outro. A comunhão existe para que se perca, não para que se ganhe. Cultivar relacionamentos intencionais com a finalidade de discipulado exige sacrifício e é exatamente isso que algumas pessoas não estão dispostas a fazer.
Precisamos da congregação local para crescermos em maturidade cristã. Precisamos de outros cristãos para sermos parecidos com Cristo. Precisamos de homens e mulheres parecidos com Jesus para podermos imitá-los.
A prática da disciplina corretiva só é possível se existe a membresia. Nem todos os que frequentam os cultos são de fato membros. A nossa responsabilidade é para com aqueles que fazem parte do rol de membros.
Quando temos em nosso meio um impenitente, alguém que depois de dados todos os passos bíblicos para traze-lo de volta à Palavra e mesmo assim, ele se recusa e não se arrepende, a membresia tem a autoridade para afastar tal pessoa da comunhão. Quando isso acontece, a Igreja está dizendo: “não reconhecemos você como cristão”. Como isso seria possível sem membresia formal? Obviamente, não seria.
Sem membresia na Igreja, não temos Igreja local pois a Igreja é a membresia.
Que Deus nos abençoe.
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