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Dinheiro com sabedoria e pregação com fidelidade

Diego Venancio
23/03/2020
É natural que as Igrejas sustentem os seus pastores. Mas o pastorado não pode se tornar profissão, mas um chamado. O dinheiro jamais deve ocupar o primeiro lugar.


Vamos estudar, hoje, e aprender com um episódio extraído da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios, no seu capítulo 11, nos versículos de 7 a 15. Este é um texto emblemático que aborda o assunto do dinheiro no contexto do sustento pastoral, do salário dos ministros do Evangelho.
Usarei esse texto porque nos mostra a fidelidade de Paulo demonstrada até na sua sábia relação com o dinheiro e com a Igreja.

Paulo não quis o dinheiro de Corinto

No versículo 7, ele faz uma pergunta retórica:

“Cometi eu porventura, algum pecado pelo fato de viver humildemente, para que fôsseis vós exaltados, visto que gratuitamente vos anunciei o evangelho de Deus?” (2 Coríntios 11.7)

O destaque, aqui, é que Paulo abre mão do dinheiro. Decide não ser um peso para a Igreja de Corinto.
Isso foi um ato pensado. Em Atos, no capítulo 18, entre os versículos 1 e 4, temos a informação de que Paulo, na sua primeira estada em Corinto, trabalhou como artesão fazendo tendas a fim de prover o seu sustento. Ele não queria ser um peso para a Igreja, que se encontrava, ainda, em formação. Com relação a esse fato, Paulo entendia ter vivido humildemente, diante da Igreja.
Mas, qual é o verdadeiro problema do ponto de vista da Igreja, em relação a Paulo?

Um desafio cultural

Lembremos que Corinto era a cidade do conhecimento, o centro do pensamento e da produção filosófica contemporânea, daquele período. O pensamento grego vigente considerava degradante um filósofo, ou professor itinerante, dedicar-se a trabalhos manuais, a fim de se sustentar. Um filósofo deveria se sustentar pela sua produção intelectual ou ser sustentado por um mecenas para produzir tal conteúdo. Portanto, tratava-se de um desafio cultural, contextual, o que Paulo estava impondo à igreja.

Lendo o Evangelho pela lente da cultura

Aqui cabe uma observação quanto à aculturação, digamos assim, do Evangelho. O que o crente deve fazer é sempre ler a cultura pela lente do Evangelho e não ler o Evangelho pela lente da cultura.
Este foi o erro que aconteceu ali, em Corinto. Esse erro também acontece em nossos dias quando tentamos fazer a Igreja ficar, a cada dia, mais parecida com a cultura.
É certo que não estamos totalmente desconectados da cultura. É certo, também, que e a Igreja participa, de certa forma, das mudanças culturais que ocorrem. Mas ela deve estar, sempre, pronta a interpretar os eventos culturais através do viés do Evangelho e das Escrituras.

O desafio de Corinto

Como compreender Paulo como um mestre, se ele era tão simples no falar, tão simples no modo de viver, tão modesto nas suas atitudes, tão perseguido por tantos. Como poderia ser um mestre, se mestres e filósofos tinham um estereótipo tão, absurdamente, diferente do apresentado pelo apóstolo?
Não podemos nos deixar enganar pelos nossos olhos. Isso é tão sério que Paulo pergunta: “é pecado eu agir assim?”

Porque Paulo trabalhou

Na verdade, Paulo queria que a Igreja fosse exaltada. A Igreja deveria se sentir privilegiada, pois estava recebendo o Evangelho, do verdadeiro apóstolo de Cristo, sem custo algum, sem nenhum recurso em dinheiro. Paulo fazia isso recebendo um pequeno sustento das Igrejas da Macedônia que, diga-se de passagem, eram extremamente pobres. Por isso, quando esteve em Corinto, ele trabalhou.

“Despojei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir,” (2 Coríntios 11:8)

No versículo 8 Paulo usa o verbo “despojar”: “Despojei outras igrejas”. Um termo bastante forte para este contexto! Provavelmente, ele quis enfatizar o peso que ele estava exercendo sobre as Igrejas da Macedônia para poder levar o evangelho, de graça, a Corinto.

Havia alguém sustentando a obra

Já dizia o economista ganhador do prêmio Nobel, Milton Friedman, que “não existe almoço grátis”. Alguém sempre paga, tudo tem um custo.
Alguém investia o seu dinheiro para que Paulo pregasse de graça o Evangelho, esse mesmo Evangelho que os corintos desprezavam. Esse era mais ou menos o sentido do que Paulo queria trazer para a Igreja: vocês desprezam algo que é muito caro, apesar de não ter nenhum custo para vocês. Há pessoas se dedicam em dar o melhor para vocês e vocês estão desprezando. É este pensamento que é desenvolvido no versículo 9:

“… e, estando entre vós, ao passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram o que me faltava; e, em tudo, me guardei e me guardarei de vos ser pesado.” (2 Coríntios 11.9)

Paulo não quis ser pesado à Igreja de Corinto, conforme os propósitos espirituais que estavam claros para ele mas, obviamente, nada claros para a Igreja de Corinto.

Havia uma razão

No versículo 10 Paulo diz:

“A verdade de Cristo está em mim; por isso não me será tirada esta glória nas regiões da Acaia.” (2 Coríntios 11.10)

Acaia era a região onde ficava Corinto, a sua principal cidade. Paulo diz, nesse versículo, que ninguém tirará seu santo orgulho de pregado a Palavra naquela região, de graça. Sem dúvida, este fato era muito atacado pelos falsos apóstolos com a finalidade de desautorizar Paulo.
Os falsos apóstolos deviam ridicularizar Paulo, por ser ele um mestre e não conseguir viver da sua produção filosófica. Mas por outro lado, se ele aceitasse receber dinheiro da Igreja de Corinto, esse fato, também, poderia ser usado contra ele. A verdade é que Paulo estava determinado a não receber dinheiro algum dessa Igreja. E isso era para ele, uma glória.

A imaturidade da Igreja

Percebam que é a imaturidade daquela Igreja que fez com que Paulo agisse dessa maneira. Note que ele não tinha problemas, aparentemente, em receber dinheiro de irmãos, ainda que fossem mais pobres do que os de Corinto. A questão, aqui, era de sabedoria, de discernimento espiritual.
Nos versículos de 11 e 12 Paulo quer tirar o poder dos inimigos do Evangelho:

“Por que razão? É porque não vos amo? Deus o sabe.
Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que a buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo em que se gloriam.” (2 Coríntios 11.11,12)

Paulo não queria receber daquela Igreja

Os adversários de Paulo não conseguiam silenciá-lo, quando ele afirmava que não era pesado aos corintos. Eles tentaram minar o seu relacionamento com aquela Igreja ao declarar que a sua recusa, em receber ajuda financeira, era prova indubitável de que Paulo não os amava.
Mas Paulo amava a Igreja de Corinto. Tudo isso é para o bem deles. No entanto, a Igreja ficava, de certa forma, ofendida por não ajudá-lo.
Imaginem você, que alguém, na sua Igreja, estivesse passando por necessidade e recebesse ajuda de uma outra Igreja, não da sua. Seria uma desonra, fica feio para a sua Igreja. Ela deixaria escapar o privilégio de ser benção na vida daquele irmão.
Alguns motivos para essa posição de Paulo podem ser sugeridos:

O desejo de pregar

Primeiramente, havia, em Paulo, um desejo veemente de pregar o Evangelho, sem ônus. A vida do apóstolo era dedicada a isso. Pregar, para ele, era uma obrigação, conforme vemos em 2 Corintios, capítulo 9, versículos de 15 a 18.

Não queria ser um peso

Em segundo lugar, havia um desejo de não ser um peso financeiro para as pessoas entre as quais ele trabalhava.

Não queria perder a independência

Em terceiro, podemos inferir que ele não queria perder a sua independência. Isso sem dúvida ocorreria se ficasse devendo obrigações financeiras, principalmente a alguém sem maturidade cristã, como era o caso da Igreja de Corinto.
Talvez a maturidade das Igrejas da Macedônia, entre as quais está a elogiada Igreja de Tessalônica, tenha levado aqueles irmãos a contribuir financeiramente com o ministério de Paulo. Por outro lado, Paulo aceitou essa contribuição, pois conhecia as intenções da Igreja e sabia que esse fato não seria um peso em seu ministério. Paulo se sentia à vontade para receber auxílio daqueles irmãos. Ao contrário do que provavelmente aconteceria se a ajuda viesse dos de Corinto.

Paulo não era como os falsos apóstolos

Em quarto lugar, agora, o argumento mais perspicaz. Paulo não quer ser considerado igual aos falsos apóstolos que exploravam a Igreja, para que pudessem ensinar falsas doutrinas. Paulo não quer, nem de longe, ser confundido com eles. Por isso, preocupa-se em se mostrar o mais diferente possível deles. Fatalmente, alguém desavisado, colocaria todos os pregadores num mesmo balaio e ele não quer correr este risco.
Paulo nos ensina a prestar atenção em um aspecto ao qual, frequentemente, não nos preocupamos. Ele nos mostra o perigo de parecermos com aquilo ou com aqueles que fazem coisas que condenamos. Ele quer que não corramos o risco de sermos como quem age assim: “não sou como aqueles, que são falsos mestres, mas pelos benefícios financeiros, pelo dinheiro, tolero ser confundido com eles de vez em quando.”
Paulo, com a sua atitude, propõem total distinção.

Paulo expôs os falsos apóstolos

Para responder às insinuações desses inimigos, Paulo escreve essas palavras para rebatê-los e para expor essas pessoas perante a Igreja. Ele não demonstra ter medo nenhum de expor o falso profeta à Igreja.
Os versículos 13-15 são a exposição de Paulo sobre os falsos apóstolos:

“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.
E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.
Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (2 Coríntios 11:13-15)

Paulo não tem medo de chamar os falsos apóstolos pelos seus verdadeiros nomes: FALSOS APÓSTOLOS, porque é  isso o que eles são. Com certa violência nas palavras, ainda os chama de obreiros fraudulentos. Onde está o politicamente correto?
Por amor ao Evangelho, por amor a Cristo, por amor à Igreja de Cristo, Paulo esclarece a situação e expõe o que está colocando em risco a veracidade da Igreja. Esses impostores querem se passar por apóstolos de Cristo, ao modo deles.

Devemos ter discernimento

Ora, cada um pode dizer o que quiser sobre si mesmo. Pode ser sofista de primeira, distorcendo o discurso conforme a conveniência. Cabe a nós, termos discernimento para separar o Evangelho verdadeiro do engano.
Paulo, ainda, nos diz que não devemos nos admirar com respeito a essas coisas: porque, como filhos de Satanás, eles agem como Satanás, que pode, até, se transformar em anjo de luz.
A retórica do pregador pode ser perfeita. Ele pode ser um “encantador” de platéias, pode ser extremamente sedutor com as palavras que nos prendem a atenção. Mas se o que ele diz não condiz com as Escrituras, ele deve ser rejeitado e, sem piedade, exposto como um falso profeta. Paulo afirma que o fim deles será conforme aquilo que eles fizeram.
E o que eles fizeram? Promoveram maior inimizade contra Deus!
O que aguarda, um falso profeta, é a ira de Deus. Receberão o castigo por ter enganado e desvirtuado aquilo que é conhecido como a Igreja de Jesus Cristo.

Pastorado não é profissão

Meu caro, o que podemos aprender com isso?
Primeiramente, a ter sabedoria quanto às relações que envolvem o dinheiro e a Igreja. Essa lição é útil, sobretudo, àqueles que desejam viver ou que vivem do ministério.
Existem ocasiões que poderão exigir uma postura diferente, ou incomum, da convencional, ocasiões em que se é, somente, sustentado pela Igreja.
Através dessa luta travada por Paulo, temos um modelo que nos mostre que, talvez, precisemos ter uma outra relação com a Igreja em que servimos. Às vezes, esta impõe ao pastor, ou ao seu líder, uma carga de trabalho inadequada, exigindo dele tempo demasiadamente irrestrito, isso porque lhe dá algum dinheiro. Nessa relação, é preciso sabedoria por parte da Igreja e do seu ministro.
O pastorado não pode tornar-se uma profissão, pois não é. É um chamado. A Igreja não pode ver o pastor como um funcionário, mas como um ministro. Essa relação, para funcionar, precisa estar na verdade, na sinceridade do Evangelho. Se não for assim, certamente vai dar errado.
Esta postura de Paulo não pode ser vista como um incentivo para que os pastores não recebam salário da Igreja. Ao contrário. É a imaturidade da Igreja de Corinto que gerou essa situação por parte de Paulo. O exemplo que devemos seguir não é o da Igreja de Corinto, é o das Igrejas da Macedônia, que deliberadamente contribuíram, com dinheiro, para o ministério de Paulo.

Devemos, também, expor os falsos profetas

Os falsos profetas devem ser expostos.
Alguns irmãos, mais simples, precisam ser aconselhados pelos mais maduros sobre determinadas pessoas. Existem algumas delas, por aí, muito eloquentes. Em determinados sermões você vai achar que determinado pregador é fiel. Mas, com discernimento, perceberá que em outros momentos ele escarnece de Cristo, criando até  histórias sensuais, adicionando coisas imorais à Palavra de Deus. São sofistas e querem enganar.

Tudo passa por Cristo

Até mesmo o juízo, que virá àqueles estão vivendo em conformidade com o mundo e os seus próprios interesses, passa por Cristo.
Mas para aqueles que amam o Senhor Jesus e a Sua obra, a verdade do Evangelho deve ser exaltada, sempre. Não pode ser ofuscada por nada! Nem pela eloquência do pregador, por nada!
Tudo passa por Cristo!
É a pessoa de Jesus Cristo que está em evidência: a Sua vida perfeita, a Sua morte vicária e a Sua ressurreição gloriosa!

 

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