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Quem tem o coração puro?

Rodrigo Galente
24/06/2018
Lave as mãos, lave o corpo todo, faça inúmeros atos religiosos. Não adianta, seu coração continuará impuro.

A questão é o coração

Você sabe o que é um sofista?
Existiram vários movimentos sofistas na Grécia antiga. O mais famoso deles, o último movimento, é sobre o qual temos mais informações hoje. Esse grupo de sofistas relativizava e criava pseudoverdades apenas para ganhar um debate, ou para benefício próprio. Porém, essas verdades relativas por eles criadas eram, muitas vezes, assumidas como verdades absolutas por seus discípulos, criando assim tradições incoerentes, sem sentido.
Quando Sócrates surgiu, parecia que ele entendia que uma das missões de sua vida era questionar os sofistas e as pessoas que seguiam tradições irrefletidas. Ele mostrava, por meio da ironia, que não é porque as pessoas podem fazer algo, que aquilo se torna correto ou verdadeiro.
Kierkeegaard, considerado o primeiro filósofo existencialista, compara os sofistas aos fariseus e Jesus a Sócrates. Assim como os sofistas, os fariseus criavam suas próprias regras baseadas em si e na sua tradição, distorcendo a verdade. Jesus, então, vinha e mostrava quão absurdas eram suas atitudes. Foi exatamente isso que aconteceu no texto que vamos estudar. Podemos dividi-lo em três partes:

1) O questionamento dos fariseus

Jesus estava na região de Genesaré curando enfermos, logo após ter multiplicado alimentos e andado sobre o mar. Nesse contexto, chegam os judeus para questioná-lo acerca das mãos impuras ao comer:

“E ajuntaram-se a ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.
E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam.
Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas.
Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?” Marcos 7.1-5

O ato de lavar as mãos era uma das formas que os judeus utilizavam para mostrar sua pureza, tanto moral quanto espiritual, além de não contraírem impurezas para o corpo. A título de curiosidade, a própria palavra usada para lavar as mãos em grego é “batizar” as mãos. Os fariseus levavam a sério a tradição. Eles, assim como os gregos, acreditavam cegamente que agiam de forma correta, portanto não é de se estranhar o questionamento deles diante de alguém que era considerado um mestre.

2) A resposta de Jesus

E, então, vem a resposta de Jesus:

“E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito:Este povo honra-me com os lábios,Mas o seu coração está longe de mim;
Em vão, porém, me honram,Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.
Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor;
Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.” Marcos 7.6-13

É interessante notar que Ele já começa citando as Escrituras para mostrar a sua oposição ao pensamento judeu da época. É importante perceber que Jesus não é contra a tradição, o problema é terem colocado a tradição humana acima da tradição divina.
Acho interessante a frase de um teólogo luterano:

“Tradição é a fé viva daqueles que já morreram. Tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem.”

O problema não é seguir a tradição em si, mas sim o tradicionalismo vão, uma ordem equivocada de colocar o que é criado pelos homens acima do que é ordenado por Deus. O próprio Jesus não veio para abolir o que Deus tinha falado no Antigo Testamento, mas para cumprir. O exemplo que Cristo dá do Corbã é uma demonstração do quão ofensivo era essa inversão de prioridade nas tradições.
Não é só a questão de primazia o problema da diferença entre as tradições dos judeus e a vontade de Deus. Enquanto o primeiro valoriza muito as questões externas, como o lavar as mãos e pagar o corbã, a vontade de Deus dá mais valor à interna, a uma atitude do coração. Não é difícil pensar como isso se aplica à nossa realidade.
O que é mais fácil: ir à igreja todo domingo, dar ofertas financeiras, postar textos no Facebook ou viver uma vida de serviço, amor ao próximo e misericórdia? Não é à toa que a maioria das pessoas escolhe a primeira opção, em vez de ter uma vida piedosa. É mais fácil seguir regras de “faça e não faça” do que obedecer a Deus.

3) O problema do coração

Mas a pergunta que fica é: Quem pode obedecer a Deus? Na continuação do texto, e assim entramos no último ponto, Jesus ressignifica o problema do exterior para o interior. Nosso problema real não vai ser solucionado com o lavar as mãos ou com uma atitude externa. Nosso problema real é o coração.

“E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e compreendei.
Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.
Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
Depois, quando deixou a multidão, e entrou em casa, os seus discípulos o interrogavam acerca desta parábola.
E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,
Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas?
E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem.
Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios,
Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” Marcos 7.14-23

Ao lermos os primeiros versículos já vemos que nós somos naturalmente impuros diante de Deus, e que não é o lavar as mãos ou deixar de fazê-lo, que vai nos purificar. O  problema é muito mais profundo. Todo homem tenta se purificar de alguma forma, e uma delas, é através de atitudes religiosas: parar de ver “bobagens” na TV, orar o dia todo, ler a Bíblia e fazer boas obras. Mas a verdade é que nada disso pode tornar o coração puro.
Se nós seguíssemos Rousseau com a ideia de que “O homem é bom, mas a sociedade o corrompe”, talvez com tais atitudes nos tornássemos puros. Mas não é isso que Jesus ensina. Muitas pessoas do século passado viveram essa realidade. Progressistas que estavam entusiasmados com a melhora e “progresso do mundo” perderam sua base com as Grandes Guerras Mundiais.
Como pode, então, o homem purificar o seu coração? Os frutos do coração que Jesus dá nos lembram os gritos da carne que Paulo fala em Gálatas. Como então o homem pode dar o fruto do Espírito?
É interessante ver, no versículo 19, o comentário teológico de Marcos quando ele diz que Jesus declarou puros todos os alimentos. Ao fazermos essa leitura, a primeira coisa que nos vem à mente é: “Oba, agora posso comer bacon!”. No entanto, se analisarmos o contexto, veremos que não se trata disso!
A liberação para se comer tudo só acontece em Atos, com a visão de Pedro. Porém, no fim da frase vemos que Jesus tornou puros todos os alimentos. Aquilo que os judeus estavam considerando impuro, Cristo tornou puro. Da mesma forma, só Deus pode purificar nosso coração. Não é o que fazemos ou deixamos de fazer, mas é o que ELE fez na cruz. Só pela graça podemos transformar os frutos da carne em fruto do Espírito (Gálatas 5.22,23).
Assim como Sócrates, Jesus também questionou as tradições vãs e sem sentido. Sócrates, no entanto, parou por aí. Jesus, o Filho de Deus, foi muito além. Ele deu a solução para os problemas entregando a Sua vida na cruz. Por meio dEle podemos deixar de lado o tradicionalismo e viver uma vida que verdadeiramente agrade a Deus.

 

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