Falar de paz em qualquer tempo atrairá olhos atenciosos, pois todos nós temos essa necessidade o tempo todo. Temos a necessidade de sentir paz, de estar em paz com as coisas, com nós mesmos. Para nós cristãos, principalmente, temos a necessidade de estar em paz com Deus.
Todas as gerações passam por grandes desafios. Temos a tendência de achar que aquilo que estamos vivendo é pior do que em outras épocas. Entretanto, isso é mero resultado de uma concepção narcisista, marca da nossa geração.
Neste post, quero mostrar que em Jesus Cristo temos a salvação dos nossos pecados, que nos levavam à morte. No entanto, não é somente isso. Temos muito mais. Ele nos dá tudo de que precisamos para enfrentarmos as lutas cotidianas, não importa quão tenebrosos sejam os nossos dias.
Buscando consolar Seus discípulos, Jesus faz uma afirmação muito bela.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14.27)
Pela história bíblica, sabemos que somente João, o mais novo dos apóstolos, morreu de velhice; ainda assim, foi exilado. Os outros apóstolos de Jesus morreram de forma trágica. Alguns foram decapitados; outros foram crucificados de cabeça para baixo.
Com esses exemplos, você pode estar pensando que estou errado na minha argumentação. Jesus afirmou aos discípulos que deixaria a Sua paz, que não é semelhante àquela que o mundo proporciona. Pense, por um instante, o que seria para você morrer em paz.
Esses homens estavam tão convictos da sua missão que morreram certos de que a causa era nobre, real, verdadeira, eterna. Sendo participantes de uma missão de Deus, eterna, o que é esta vida, senão mera passagem? Penso que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo inundou esses homens no momento da morte.
A história dos mártires nos mostra que morreram com tanta convicção, com tão belos testemunhos. Só posso pensar que a paz do nosso Senhor inundou o ser deles. O Espírito Santo os capacitou a entregarem a vida para a glória de Cristo.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5.10-12)
Veja que Jesus chama de felizes aqueles que sofrem perseguição por Cristo, que sofrem por amor de Cristo. Somos chamados a termos olhos nos tesouros do céu.
Certamente aquele que é feliz tem seu ser inundado pela paz.
Fiz essa abordagem porque não consigo conceber uma vida cristã autêntica sem algum tipo de sofrimento e perseguição. Logo, a paz sobre a qual o cristianismo fala é em si um grande desafio, pois é em meio aos problemas, sofrimentos e perseguições.
O conceito terreno de paz é ausência de problemas. Para o cristianismo, entretanto, é uma Pessoa, uma presença, uma companhia, e não somente um estado de espírito.
“O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.
Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti […].
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor […];
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9.2-4,6,7)
Veja aí que o povo deveria ter esperança. Algo aconteceu, a realidade deles mudaria. Estavam escravos, em sofrimento, mas uma presença surgiria e traria luz, paz, renovo. Um governo diferente seria estabelecido: o governo do Príncipe da paz.
A paz dos cristãos consiste na certeza da presença do Príncipe da paz.
Repare na expressão “e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”. Outro texto bastante conhecido usa a expressão “sombra da morte”.
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” (Salmo 23.4)
A paz é apresentada de forma indireta: a presença do Bom Pastor afasta o temor, Seu cuidado tranquiliza. A paz é proveniente da presença do nosso Senhor Jesus Cristo.
A paz surge da presença do nosso Senhor Jesus Cristo e Ele mesmo nos promete a Sua presença. Seu povo desfrutará sempre da Sua presença, de maneira ininterrupta.
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.18-20)
No final, temos a promessa de que Ele estará conosco todos os dias até o fim dos tempos. Ou seja, a paz está garantida, a presença está garantida, o sustento está garantido em dias tenebrosos.
Cresça no conhecimento de Cristo e busque a presença constante do Bom Pastor. Jesus Cristo é a nossa paz e a presença dEle é a garantia disso.
Cesse de buscar a paz pelas coisas, internamente; primeiramente, busque mais de Cristo. Leia a Sua Palavra, lave a sua mente com a Palavra de Cristo. Assim, você saberá que a sua vida será inundada pela paz, apesar dos sofrimentos.
Que Deus o abençoe.
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