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O marxismo e o cristão progressista

Diego Venancio
12/01/2021
O marxismo não tem fundamento nas Escrituras, portanto, a existência de um cristão progressista é uma grande incoerência.


Em seu livro O universo ao lado, publicado em português pela editora Monergismo, o autor James Sire apresenta o marxismo como uma espécie de naturalismo:

“Desde a última parte do século XIX, uma das formas historicamente mais significativas de naturalismo é o marxismo.”(p. 95)

Para identificarmos o marxismo, então, precisamos entender minimamente o que é o naturalismo.

O marxismo é naturalismo

O naturalismo básico diz que a realidade primordial é a matéria. A matéria existe eternamente e é tudo o que existe. Não há Deus. No naturalismo, a natureza do cosmo é primária, pois agora, com o Deus Criador eterno fora de cena (pois o naturalismo, comparado ao teísmo e deísmo, exclui Deus de todo o contexto), o próprio cosmo se torna eterno.
Como Carl Sagan, astrofísico e popularizador da ciência, expressou:

“O cosmo é tudo o que existe, sempre existiu ou sempre existirá.” (Carl Sagan)

James Sire explica que no naturalismo nada procede do nada. Algo existe. Logo, alguma coisa sempre existiu. Esse algo, porém, dizem os naturalistas, não é um Criador transcendente, mas a própria matéria do cosmo. De alguma forma, toda a matéria do universo sempre existiu.
Em suma, dá para perceber que o naturalismo tirou o Deus Criador de todo o contexto da existência.

O marxismo é, em geral, ateu

Você não pode olhar para o marxismo apenas como uma filosofia inocente que traz em si uma “visão super-piedosa”. Não, o marxismo tem uma visão muito particular e totalmente oposta à visão cristã, embora hoje em dia muitos cristãos tentem harmonizá-las de alguma forma.
Primeiro, é difícil analisar o marxismo com brevidade, pois há muitos tipos diferentes de “marxistas”.
Na teoria, o marxismo deve beneficiar a classe trabalhadora e lhe permitir obter o controle econômico da própria vida. Na realidade, porém, a rigidez burocrática da vida sob o comunismo levou à estagnação econômica e à perda da liberdade pessoal.
Marx, em um de seus primeiros ensaios, diz com clareza:

“O homem é o ser supremo para o homem.” (Karl Marx)

É desse tema humanista que Marx deduz o imperativo revolucionário:

“Subverter todas as relações em que o homem é um ser humilhado, escravizado, abandonado, desprezível.” (Karl Marx)

O que o marxismo não considera é que, para o cristão, em Deus se encontra o começo e o fim de todas as coisas. Jesus diz que Ele é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim de tudo.
Se Deus não existe, de onde vem essa ideia de amor ao próximo, de cuidado com a classe trabalhadora ou qualquer coisa desse tipo? Como o cosmo poderia gerar qualquer noção de ética, tendo em vista que somos apenas um monte de moléculas em transição? O marxismo é um mar de incoerências, se formos minimamente lógicos.
Muitas são as influências de Marx. Entender este processo é escavar cada vez mais fundo o ateísmo que o influenciou.

Cosmovisão cristã x Marxismo

Se o marxismo adentrou o campo do ateísmo sob a influência de Feuerbach, um materialista que afirmou que “a religião é uma invenção humana”, chegamos à conclusão de que existe muita dificuldade de o cristianismo conviver em paz com o marxismo. Na verdade, eles estão em oposição.
A cosmovisão cristã tem, em seus pontos fundamentais, a seguinte estrutura: criação, queda, redenção e consumação. Todos esses pontos são extraídos das Escrituras e observados nelas, seguindo o lema da Reforma protestante: “Sola Scriptura” (Somente as Escrituras).
É interessante que, a essas proposições das Escrituras, todas as outras filosofias precisam dar uma resposta. Certamente todas elas têm uma cosmovisão, ainda que não seja algo totalmente consciente.

Criação

Para o cristianismo, o mundo passa a existir pela decisão e vontade do Deus Criador apontado pelas Escrituras. Todas as coisas vêm à existência somente pela Sua vontade.
Já o marxismo pega emprestado a visão naturalista de que tudo é somente matéria, não existindo um Deus Criador. Logo, tudo surge do nada. O próprio darwinismo surge como um apoio à cosmovisão marxista, uma tentativa de explicar a existência do homem.
Para conformar o marxismo ao cristianismo, muitos cristãos progressistas abraçam o que chamamos de deísmo, ou seja, um deus criou todas as coisas, sim, mas esse deus é totalmente transcendente. Ele apenas deu corda no relógio, criou as leis do universo e deixou todas as coisas por si mesmas. Nessa tentativa de harmonizar o marxismo ao cristianismo, então, nasce o teísmo aberto, com muitos “profetas” hoje em dia.
Esse teísmo aberto se transmuta em teologia da missão integral; um bonito nome para tentar “corrigir” aquilo que estava faltando no cristianismo em termos de socorro humano, como se o evangelho não fosse completo o suficiente para resgatar uma pessoa de toda a sua desgraça, incluindo a desgraça que ainda nos cerca aqui neste mundo.
Os adeptos do “cristianismo + marxismo = teísmo aberto” nada mais são do que teólogos ou adeptos da teologia liberal, que desfazem das Escrituras como Palavra de Deus inerrante, completa e eficaz para a salvação do homem perdido.
Perceberam como o assunto é complexo?

Queda

O problema do mal no mundo, para o cristão, se dá por meio da Queda, um evento específico onde a desobediência do primeiro casal trouxe implicações cósmicas. A partir desse ponto, o homem não se relaciona mais com Deus: agora é somente através de um mediador. Ele não se relaciona bem consigo mesmo: percebe que está nu. Ele não se relaciona bem com o seu próximo: eles se escondem uns dos outros.
Assim nasce o pecado, o maior mal.
O marxismo entende que o maior mal, que origina todos os outros males, é o “capital”. O dinheiro, na visão de Marx, é o grande problema.
No entendimento cristão, o pecado corrompe o homem, que não sabe mais lidar com o dinheiro sem tratá-lo como um deus. O marxista entende que o homem é bom, mas o meio corrompe o homem. O grande mal da sociedade está nas relações desiguais.

Redenção e consumação

A redenção do cristão é a obra de Cristo, o Deus encarnado que viveu entre nós, não Se contamina com o pecado, deixa-Se matar numa cruz, levando sobre Si os nossos pecados, e ressuscita ao terceiro dia, vitorioso sobre o pecado e sobre a morte, libertando-nos completamente do pecado. Agora, neste corpo de pecado, vivemos uma realidade de ainda pecar, mas não ser mais escravo do pecado. Temos completa liberdade, porque Deus nos considerou justos por causa da obra de Jesus Cristo. Assim, estamos aptos, por Cristo, a morar eternamente com Deus em glória e completa perfeição nos nossos corpos ressuscitados.
Para o marxismo, a redenção é a revolução. É o dia em que o proletariado toma o poder, subjugando aqueles que tinham o poder e trazendo a igualdade a todos os homens. Visto que no marxismo tudo é apenas matéria, não existe nenhuma ideia de eternidade numa nova realidade. Neste ponto, qualquer coisa vale. Você pode adotar a visão cristã, ou espírita, de encarnação, ou ser mero naturalista, até mesmo ateu, niilista.

Conclusão

Esses pressupostos determinam como vai se desenvolver a nossa caminhada de fé. Fala-se muito sobre a existência de uma divisão na sociedade, seja divisão política, religiosa, etc.
Para o cristão, tudo o que vai contra as Escrituras é frontalmente mal, pecaminoso, vil e deve ser rejeitado. Para o cristão que tem a Bíblia como a Palavra de Deus inerrante, o marxismo deve ser completamente rejeitado. Qualquer tentativa de harmonizar a fé a uma teoria dessas é deturpar o que Deus estabeleceu em termos de trabalho, relações com o próximo e a nossa relação com o próprio Deus.

Reflexão

A primeira questão do Catecismo de Heidelberg diz:

1. Qual é o seu único fundamento, na vida e na morte?
O meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo. A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte, e não pertenço a mim mesmo. Com Seu precioso sangue Ele pagou por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo. Agora Ele me protege de tal maneira que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo. Além disso, tudo coopera para o meu bem. Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração.

Será que você pode dizer, com o catecismo, que Jesus Cristo é o seu único fundamento, na vida e na morte? Reflita sobre isso e responda, sinceramente, a si mesmo.

 

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