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Experiências particulares edificam a Igreja?

Diego Venancio
30/04/2020
Conforme o o apóstolo Paulo, as experiências pessoais não devem ser usadas para a “edificação” pública. Ele nos ensina deforma bem clara: “não convém”.


O capítulo 11 da segunda carta aos Coríntios termina com uma descrição emocionada das experiências de sofrimento de Paulo. Ele faz isso como prova de que ele está com a verdade frente a seus oponentes.

Uma vida digna

O apóstolo Paulo traz no corpo as marcas de uma vida digna de Cristo. Traz as marcas de uma vida dedicada ao ensino da verdade do Evangelho. Evangelho esse, verdadeiro, que é aquele que não pode ser comprado. Esse Evangelho não tem como ser adquirido com método ou por algum tipo de obra.
No versículo 30 de 2 Coríntios 11, ele diz:

“Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.” (2 Coríntios 11.30)

Defendendo a verdadeira mensagem

O que está em questão é, justamente, a necessidade de defender o seu ensino, o seu ministério. Para tanto, Paulo precisa falar de coisas que fazem dele um verdadeiro apóstolo de Cristo. Mas, isso é algo difícil, pois ele acha uma insanidade falar dos sofrimentos, ou dos acontecimentos da sua vida. Ele tem o cuidado de apresentar essas experiências de modo a não trazer glória à sua própria pessoa. Ele quer deixar muito claro que Deus faz a obra através da sua vida, em sua fraqueza.
É por isso que ele diz: “Se tenho que me gloriar… gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza”.
Ele precisa deixar evidente as diferenças entre a sua mensagem e a mensagem dos falsos apóstolos que atacavam a Igreja.
É nítido que Paulo não deseja dar uma espécie de carteirada. Ele, inclusive, condena algo desse tipo. Porém, a imaturidade da Igreja de Corinto exige que ele faça uma clara distinção entre a sua mensagem e as outras.
Neste próximo trecho do capítulo 12, Paulo trará mais alguns ensinamentos sobre seu ministério. Agora, porém, esses ensinamentos serão ministrados através de algumas experiências espirituais e incomuns.
Vejamos o que Paulo nos ensina.

Não devemos ser regidos por experiências espirituais

O primeiro ensino que o apóstolo nos traz é que apesar de, possivelmente, termos experiências espirituais, não nos convém sermos regidos por elas. Vejamos o versículo 1 do capítulo 12 de 2 Coríntios:

“Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor.” (2 Coríntios 12.1)

Paulo estava, neste momento, redigindo, por assim dizer, o texto sagrado. Estava redigindo aquilo que se tornaria a revelação inerrante do nosso Deus. O que Paulo diz, aqui, é Palavra de Deus.
Portanto, precisamos sempre nos lembrar da exclusividade dessa experiência que Paulo nos apresenta. Devemos ter a nossa mente disciplinada e totalmente voltada para a revelação perfeita de Deus, através da Bíblia.
Quantas pessoas trocam a revelação bíblica por experiências particulares!
Muitas pessoas negam, ou diminuem o ensino público das Escrituras fiando-se, arrogantemente, nas suas duvidosas experiências espirituais.
Observe que essas experiências espirituais não nos dão total clareza de como ocorrem. Paulo, mesmo, destaca que não compreendeu se essa experiência aconteceu no corpo ou fora dele. Ele não consegue compreender, claramente, o que se passou com ele.

Ainda que não convém…

É preciso deixar claro que o fato de Paulo citar uma experiência particular para a Igreja tem um tom totalmente especial. Isso por que aqui se trata da experiência de um apóstolo de Cristo.
Antes de Paulo dizer o que tem para dizer, tem o cuidado de enfatizar: “Ainda que não convém”.
Em Gálatas, Paulo afirma que se um anjo vier do céu e pregar outro Evangelho que não o pregado por ele, que seja considerado maldito.
Essa é a primeira grande lição que eu vejo neste texto. Somos chamados a nos guiar pelo ensino das Escrituras, de maneira racional. Para isso, precisamos de adquirir conhecimento.
As experiências não devem ser usadas para a “edificação” pública. Paulo diz de forma bem clara: “não convém”.

A realidade celestial não está ao nosso alcance

O segundo ensino que Paulo nos traz é de que a realidade celestial não está ao nosso alcance.

Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. (2 Coríntios 12.2-4)

Primeiramente, Paulo é tão contra vangloriar-se, que ele se coloca na terceira pessoa: “Conheço um homem…”
Analisando o testemunho de Paulo, ele teve uma experiência muito significativa. Ele foi levado ao paraíso. Terceiro céu, é o ponto mais alto, o maior nível do céu. Paulo foi arrebatado de tal maneira que nem ele mesmo conseguiu identificar se isso ocorreu no corpo ou fora dele.
Paulo estava, de certa maneira, acostumado, se é que podemos dizer assim, com a divindade. Ele se encontrou com o próprio Cristo, recebendo o ensino diretamente Dele.
Paulo teve visões e revelações da parte de Deus.
Através de uma visão, Jesus anima Paulo a prosseguir neste trabalho em Coríntios, porque Ele tem muitos nessa terra. Mas quando resolve procurar na memória uma experiência, recorre a essa que sequer consegue dizer se foi no corpo ou fora dele.
Talvez essa tenha sido a mais significativa das experiências, pois ele nem podia revelar o que foi dito ali. Mas, ele garante, foram palavras inefáveis.

O que Deus tem preparado para aqueles que o amam

Paulo, mesmo, nos relembra uma palavra de Isaías, que afirma:

“mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2.9)

Ah! Melhor do que conhecer essas palavras que Paulo nos omite, é saber que Deus tem algo que nós nem sonhamos! Ele tem, para nós, algo totalmente novo e inesperado para a nossa vida.
Essa realidade totalmente nova nos deixará encantados. Ela é mais atraente do que tomar conhecimento, item por item, da realidade celestial. Até porque, seria impossível compreender a realidade celestial neste corpo. Jamais compreenderemos a realidade celestial a partir da nossa realidade carnal.
Eu me lembro do diálogo de Jesus com Nicodemus. Jesus falou de nascimento, de um novo nascimento. Esse é um conceito bem conhecido por nós. Ele traduziu a realidade da vida no Espírito, usando uma linguagem comum. Mas, mesmo assim, Nicodemus não entendeu:

“Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3.12)

A glória está nas suas fraquezas

O terceiro ensino que Paulo nos traz é de que a glória de Paulo não está nele, nem em suas experiências, mas nas suas fraquezas.

“De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas.” (2 Coríntios 12.5)

A glória de Paulo não está nele mesmo e nem em suas experiências. A sua glória está nas suas fraquezas.
Foi em razão desta experiência sublime que aprouve a Deus colocar, em Paulo, um espinho na carne. Para que ele se sentisse humilhado.
Podemos perceber, nas palavras de Paulo, todo o cuidado que ele tem em não levar uma glória que não lhe é devida.
Vocês consegue perceber isso?
Paulo não quer, de forma alguma, levar a glória que é exclusiva de Deus. Deus não admite ter a sua glória dividida com ninguém, muito menos com homens pecadores.
É por essa razão que, muitas vezes, a aflição é colocada na nossa vida para limitar nossos ímpetos de desejar reconhecimento e glória.
Tudo o que pudermos fazer para nos preservar do risco de ter reconhecimento que deve ser somente de Deus, devemos fazer.
Mas, é da nossa natureza o querer ser como Deus. Lembremos que foi esse o argumento que levou Adão e Eva a comerem do fruto proibido.
Sim, nós queremos glória!

Abrindo mão do reconhecimento

Quem aqui está disposto a perder tudo, a abrir mão de qualquer tipo de reconhecimento? Quem aqui está disposto a trabalhar nos bastidores uma vida inteira sem jamais receber um elogio?
No fim das contas, percebemos que as nossas motivações são as piores possíveis. Nós fazemos as coisas para nós mesmos. Não podemos fingir que isso não é assim. Somos tentados nesse aspecto o tempo todo. Desejamos receber o reconhecimento dos outros, divindo, assim, a glória de Deus.
Deus não deixa aquele que rouba a sua glória impune.

“Então, falou Deus todas estas palavras:
Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem
e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Êxodo 20.1-6)

“Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor;
porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hebreus 12.28-29)

O fundamental é a mensagem

O quarto ensino que Paulo nos traz é de que a sua própria pessoa e sua experiência, são, de certo modo irrelevantes. Porém, a sua mensagem é fundamental.

“Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve.” (2 Coríntios 12.6)

Paulo é resistente a gloriar-se também porque, desde o início da Igreja de Corinto, assim decidiu. Ele resolveu não demonstrar a sua sabedoria ou sua retórica, decidiu falar tão somente de Cristo e Este, crucificado.
Paulo não quer que ninguém tenha preocupação com ele mesmo. Em vez disso, deseja que as pessoas levem em conta as implicações daquilo que ele prega, tanto pelo seu corpo, que carregava as marcas de Cristo, como pelo seu sofrimento, pela mensagem do Evangelho verdadeiro, livre de qualquer obra, livre da circuncisão, livre da lei, livre da autonomia, completamente dependente de Cristo.

Não estamos aptos a discernir

Meu irmão, essa mensagem é um desafio para nós, que vivemos nesta época. Nós que confundimos algo caro com algo bom. Nós que confundimos bom conteúdo, com boa produção. Nós que confundimos retórica com verdade. Nós que confundimos simplicidade com pobreza, com feiura.
Temo que não estejamos aptos a discernir a heresia quando ela vem travestida de anjo de luz, como diz Paulo no capítulo anterior.
Temo que caiamos vez por outra como a Igreja de Corinto que era levada por falsos ensinos e menosprezando a verdade de Paulo.

O Evangelho não precisa de subterfúgios

O Evangelho não precisa de subterfúgios para ser aceito. O evangelho não precisa de recursos, de beleza, de teatros, ou igrejas caras e bonitas para que o evangelho seja entendido.
Foi a imagem do Cristo desfigurado que salvou o seu povo da desgraça eterna. Foi a cruz, símbolo da maldição, o instrumento usado para operar a nossa redenção.
Paulo teve esse cuidado por amor à Igreja de Cristo, por zelo pela glória de Deus.
A imagem daquele senhor, que tantas vezes esteve preso, que levou picada de cobra, que sofreu naufrágios, que havia levado cerca de 195 açoites não devia ser bonita.

A mais bela mensagem

Mas a mensagem dele é a mais bela de todas.
Em Cristo somente, temos o perdão dos nossos pecados e agora buscamos viver para ele, dignos dele, e para vivermos dignos dele precisamos combater o pecado na nossa carne.
Será que estamos prontos a deixar as nossas vaidades de lado para que a mensagem de Cristo seja manifestada?

Conclusão

A minha oração é que possamos abrir mão das nossas experiências, que nada valem para ensino público, senão somente para edificação pessoal, considerando que seja uma experiência verdadeira proveniente de Deus.
A minha oração é que desejemos o céu, este lugar que não está na nossa mente, mas que é um lugar tão sublime, que Deus tem preparado para nós.
Que as nossas aflições cumpram seu propósito de nos humilhar para que Deus cresça em nós, como nas palavras de João Batista; “que Ele cresça e eu diminua.”
Que nós combatamos o nosso pecado de desejarmos ser conhecidos, proeminentes, recebendo uma glória que não nos é devida. Que exercitemos o auto-esquecimento. Assim, a obra operada por Deus em nossas vidas irá brilhar, irá iluminar a todos ao nosso redor.
Que Deus nos abençoe com a sua Palavra.

 

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