Este período de isolamento, no qual todos nós temos vivido, tem nos levado a muitas reflexões. Uma delas é sobre o significado da palavra “essencial”. Essa é uma palavra que tem sido muito usada, por diversas autoridades, como argumento para definir o grau de isolamento social, ou confinamento, o que pode e o que não se pode fazer, onde se deve e onde não se deve ir, o que é essencial e o que não é.
Fala-se muito sobre serviços essenciais, o que é e o que não é essencial. Essas mesmas autoridades pretendem que nos abstenhamos de coisas corriqueiras e secundárias para fazermos só aquilo que é essencial.
Conforme o tempo de isolamento está passando, aquilo que é, naturalmente, compreendido como essencial tem dado lugar a novas necessidades. Essas, então, tem suplantando o entendimento óbvio do que é essencial.
Mas o grande debate nunca terá um vencedor a menos que se consiga definir o que é essencial. E isso não depende de uma opinião, pois cada um tem a sua. Você já se perguntou o que, de fato, é essencial?
No segundo capítulo de Gênesis, no versículo 7, encontramos o seguinte relato da criação do homem:
“E o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.” (Gênesis 2.7)
Este trecho, que apresentei, de Gênesis diz que o Senhor criou o homem do pó da terra. Esse fato nos leva a pensar que não somos seres apenas espirituais. Para alguns cristãos, é importante fazermos esta lembrança.
Nós temos um corpo, um corpo dado por Deus, que tem necessidades. Este corpo deve ser cuidado mesmo sabendo que, um dia, ele ficará deteriorado pela ação do pecado e do tempo. Mas não podemos nos esquecer que esse mesmo corpo será ressuscitado para, com ele, vivermos em perfeição e glória diante do nosso Deus.
O que quero dizer é que esse corpo tem importância. Se, como mordomos do Senhor, devemos ser zelosos com tudo o que Deus criou, a nossa primeira tarefa parece ser cuidar do nosso corpo.
Este corpo recebe, lá em Gênesis, por decisão divina, um sopro. Deus sopra nas narinas do primeiro homem um fôlego, algo que vem Dele mesmo, para nos dar a vida. Essa, podemos entender assim, é a porção espiritual do ser do homem.
Todo homem tem anseios espirituais. Mesmo quando ele deseja ser ateu, ainda precisa lidar com Deus, digamos assim.
Outra coisa que podemos observar é que, no versículo 15, do mesmo capítulo 2 de Gênesis, Deus criou um jardim:
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gênesis 2:15)
Como vimos, Deus colocou o homem nesse jardim para que o cultivasse e o guardasse. Aqui vemos o trabalho sendo instituído por Deus como uma atividade essencial da vida do homem.
Esse corpo recebe o fôlego da vida e faz algo, produz algo.
O meu ponto, ao final das contas, é defender que o homem é feito como uma unidade. Essa unidade é feita à imagem e semelhança de Deus. Mas Deus não tem corpo como os homens, esse é um atributo exclusivo da raça humana.
Não desejo trazer uma discussão longa sobre o assunto. Mas temos percebido que o confinamento tolhe o potencial colocado no homem. Isso é feito de tal forma que, aquilo que outrora não era essencial, passa aos poucos a se tornar essencial, tanto quanto a comida e a saúde.
Sem desenvolver o potencial dado por Deus, a verdade é que, começamos a desfalecer, a nos frustrar. E começamos a entrar em colapso.
É preciso entender bem esse cenário para colocarmos as nossas necessidades diante de Deus. E Deus, que conhece a nossa constituição, agirá da maneira mais adequada, de modo a nos socorrer em nossas necessidades físicas, mentais e existenciais.
Por sermos uma unidade indivisível, não devemos separar o que é físico e o que é existencial. Portanto, volto à pergunta:
O que é essencial?
Hoje, trancados em nossos lares, o essencial é sair de casa!
Estar com a Igreja reunida, em alguma medida, tornou-se essencial. E se tornará mais necessário à medida em que o tempo passa.
O Estado definiu que aquilo que não nos mata diretamente é essencial. Mas como não somos criados divisíveis, a falta de todo o resto nos mata aos poucos. Ficaremos, em breve, doentes pela falta do que “não é essencial”.
A vida é formada por um equilíbrio de coisas. Todas elas, são importantes. Ficar em cima de livros é ótimo. Mas, se não olharmos o mundo, as pessoas, a Criação, viveremos em desequilíbrio. Não cuidar, minimamente, do corpo é uma irresponsabilidade. Mas, cuidar do corpo, é também cuidar da mente; da mente que lê, da mente que estuda, da mente que aprende.
Estar bem, é estar com os nossos amados, já que somos feitos numa unidade complexa.
A Palavra que nos sustenta e que nos revela a perfeição de Cristo, nos ensina que há tempo para todas as coisas. Ela nos dá a compreensão de que há perdas nesta relação temporal. É como se o sábio dissesse: você vai sofrer porque teremos perdas; e essas perdas acontecerão justamente no momento em que mais precisaremos daquilo que perdemos.
Portanto, se você está sentindo falta de algo e isso está prejudicando você, lembre-se que o nosso Criador sabe desse seu sofrimento. Converse com Ele sobre as suas carências deste momento. Ele conhece, profundamente, toda a dor pela qual você está passando. E fique tranquilo, Ele há de suprir cada uma delas.
Gostou desse texto sobre o que é essencial?
Compartilhe com os seus amigos, sua igreja e familiares.
Deixe seu e-mail abaixo e avisaremos de cada novo post!
Assista essa mensagem em vídeo no nosso canal de Youtube.
Conheça o TEOmídia Cast. Ouça nossa Rádio na web, iOS ou Android.
Assine gratuitamente a TEOmídia, vídeos cristãos para você e sua família. Assista quando quiser, onde quiser.
