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Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas

Diego Venancio
16/03/2021
O que a Bíblia quer dizer com coração? É apenas o órgão que bate em nosso peito? É o lugar das emoções? É algo mais? E por que a Bíblia diz que o coração é enganoso? Qual deve ser a atitude do cristão diante disso?


O coração é mencionado em verso e prosa pelos poetas através dos séculos. É bonito ler nas poesias os sentimentos, os anseios que parecem estar somente em nosso peito.

O coração: o que é real, o que é ideal?

Lembrei-me agora mesmo de uma poesia transformada em canção (ou canção transformada em poesia), de Chico Buarque e Edu Lobo, chamada “Choro Bandido”, que diz:

“Mesmo que os cantores sejam falsos como eu,
Serão bonitas, não importa,
São bonitas as canções;
Mesmo miseráveis os poetas,
Os seus versos serão bons,
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons…” (Choro Bandido, Chico Buarque e Edu Lobo)

O que acho curioso nessa poesia que virou música é a noção de que os cantores são falsos.
Outro poeta já disse isso de outra maneira:

“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)

Todos sabemos, intimamente, que existe uma incompatibilidade entre o ideal e o real. Temos uma lei gravada no coração, mas sabemos, lá no âmago, que não agimos conforme essa lei e sabemos que ela é impossível para nós. A perfeição está gravada de algum modo no nosso coração. Entretanto, o que a nossa mente concebe e as nossas mãos realizam é algo muito diferente daquela voz que sussurra suavemente em nossos ouvidos, dizendo: “Faça o que é certo”.
Podemos dizer que essa lei gravada no ser humano é o que a Bíblia chama de imagem e semelhança. Ou seja, é algo que Deus implantou no ser humano que é ao mesmo tempo uma aspiração espiritual e uma ética para saber o que é certo e errado. Pois aquilo que é espiritual e aquilo que é correto só se encontram perfeita e naturalmente em Deus. Portanto, para termos qualquer desejo espiritual ou convicção ética, é necessário que Deus nos dê isso.

O que é o coração?

Em Provérbios, lemos:

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4.23)

O sábio de Provérbios nos orienta a guardar o coração, protegê-lo, ter cuidado, sondá-lo, pois dele procedem as fontes da vida.
Misterioso é aquilo que se chama de coração na Palavra de Deus. Certamente não é o órgão que bate em nosso peito. Na linguagem poética, quando se usa o termo, refere-se a algo maior do que o órgão que bombeia o sangue, irrigando o corpo. Não desprezamos a importância do coração em nosso organismo, mas não é sobre esse coração que as Escrituras e os poetas falam.
Para os poetas, o coração é onde sentimos as coisas, onde guardamos as emoções. Na cultura hebraica, o coração poético, digamos assim, é chamado de vísceras. É onde sentimos o que frequentemente chamamos de “borboletas no estômago”, aquela sensação de estar diante da pessoa amada. Para os poetas e na cultura hebraica, essa é a área das emoções.
O coração, na cultura hebraica, é aquilo que podemos chamar de mente, onde nasce o pensamento, que gera o desejo. É a matriz da volição, o dínamo da vida. O coração é aquilo que nos move, onde nascem as ideias que nos preparam para realizações que se seguirão. Por isso, o texto de Provérbios fala em fontes da vida.
Então, o que a Bíblia chama de coração é mais acima das vísceras e do coração poético; é a mente, é mais o cérebro.
O cérebro é um órgão misterioso: conexões elétricas produzem sinapses que geram constantes imagens e pensamentos involuntários, sobre os quais não temos o menor controle. O que podemos fazer é orientá-los, estimulá-los, dar alguma ordem, algum destino para esses pensamentos, mas mandar na produção cerebral é impossível.

O pecado corrompeu o coração

Também é certo que o pecado corrompeu o funcionamento do nosso organismo, das nossas funções cerebrais. Ou seja, alterou nossas aspirações, nossa ética, de tal modo que a Palavra de Deus afirma:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9)

Nesse texto de Jeremias, Deus está falando sobre o pecado, sobre como o povo traiu a Deus confiando em homens, em ídolos e tantas coisas, tirando Deus da sua confiança e esperança. É exatamente o que aconteceu no Éden quando Adão pecou. Adão não obedeceu ao que Deus havia ordenado, mas levou em conta o que a serpente falou. A partir daí, nossa mente não consegue mais ter comunhão com o Senhor, nem obedecer a Ele. Estamos completamente contaminados pela idolatria, pelo egocentrismo.
Desde então, não somos confiáveis. Não podemos confiar em qualquer coisa que venha à nossa mente. Não podemos nos levar muito a sério.
Daí a importância de levarmos muito a sério a Palavra de Deus revelada na Bíblia. É na Palavra de Deus que temos o alimento, o combustível, a revelação verdadeira sobre a realidade das coisas, tanto a nossa própria realidade quanto a de todas as coisas com as quais nos relacionamos.

Como deve ser a nossa vida?

O homem natural, ou seja, aquele não regenerado, que não teve um encontro com Cristo, é completamente escravo dos seus próprios desejos; é escravo do seu próprio coração.
Entretanto, quem já foi alcançado pela graça salvadora do nosso Senhor Jesus Cristo não é mais escravo dos seus ímpetos. A partir de então, declaramos guerra a toda a produção maligna do nosso coração. Nosso desejo agora é somente obedecer à Palavra de Deus, mudando, ou revertendo, o que ocorreu no Éden, no momento da Queda.
Outrora, houve desobediência à Palavra de Deus; agora, declaramos guerra a todas as vozes que tentam nos desviar do caminho da vida.
Como disciplinar, ou doutrinar, a nossa mente, a nossa produção cerebral descontrolada? Temos que irrigar a nossa mente, ou seja, o nosso coração, com a Palavra de Deus, mergulhando nossa mente na perspectiva de mundo do nosso Deus. Precisamos lutar contra aquilo que nasce de nós naturalmente. É necessário que sejamos sempre vigilantes, sempre atentos, não permitindo que pensamentos impuros tomem nosso tempo, nossa criatividade, nossa esperança.
Ainda somos pecadores, e pecamos se pensamos o contrário disso. No entanto, a principal marca do cristão é a luta travada no coração, pois queremos somente um Senhor reinando no nosso coração, o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, em quem está depositada toda a nossa esperança.

Um alerta ao coração

O texto em Jeremias 17 ainda nos diz:

“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!
Porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.
Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jeremias 17.5-6,9-10)

O Senhor esquadrinha o coração e prova os pensamentos. Veja a relação entre coração e pensamento. Os nossos pensamentos não estão escondidos. Deus leva em conta os nossos pensamentos, porque os pensamentos são produzidos pelo nosso coração.

Conclusão

Se você ama a Deus, então, deve desconfiar do seu próprio coração, pois o pecado o contaminou. Contudo, também deve protegê-lo para que ele deseje a Deus somente e você caminhe de maneira correta diante dEle. Veja o resultado disso:

“Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR.
Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto.” (Jeremias 17.7-8)

E o seu coração? Será como o arbusto solitário no deserto ou como a árvore plantada junto às águas? Reflita sobre isso.

 

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