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É necessário teologia para ler a Bíblia?

Marcos David Muhlpointner
21/10/2018
Precisamos ler a Bíblia e isso é fato. Porém, é possível ler sem pressupostos? É possível ler sem teologia?

Por que é necessário conhecer teologia?

É muito comum ouvirmos, de alguns cristãos, que teologia não é importante. Muitos, ainda, fazem essa afirmação utilizando versículos para corroborar essa tese.
Tirando totalmente do seu contexto, as pessoas citam:

“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” 2 Cor 3.6

Se a letra mata, por que justamente este versículo estaria certo? Ou então, Deus deve ter errado, profundamente, em nos deixar um livro como seu principal instrumento de revelação se não podemos conhecê-lo objetivamente.
Se a letra não é importante, por que, então, Deus permitiu que, num período de quase 1500 anos, uma série de textos fossem produzidos e utilizados, primeiro pelo seu povo no deserto e depois pela igreja, que nasceu depois da morte de Jesus?
Se o conhecimento de teologia não tem essa relevância, visto que Deus é amor, por que então não amamos as pessoas e imitamos o que Jesus fez? Porque uma coisa é fato: Jesus jamais escreveu uma única linha sobre teologia.
Então, esse tipo de pensamento só acontece porque é justamente a falta do conhecimento de teologia que monta uma armadilha para a própria pessoa.
Se, hoje, sabemos que tirar do contexto a afirmação “a letra mata, mas o Espírito vivifica”  é um erro, sabemos por causa da teologia.
Se, hoje, sabemos que Deus é amor e podemos saber como Ele ama e como Ele demonstra esse amor, é porque muita gente, do passado, gastou a sua vida para elaborar afirmações de teologia de modo compreensível.
Há alguns anos atrás, uma famosa cantora brasileira falou, em um programa de televisão, a seguinte frase: “Venha a mim do jeito que você é e eu farei a obra”. E quando ela foi confrontada, por um pastor, no mesmo programa, revoltou-se sem admitir a possibilidade de estar errada. E de fato, ela estava errada. Jesus nunca chamou um pecador do jeito que ele está. A chamada do evangelho é sempre para que as pessoas se acheguem a Jesus arrependidos de seus pecados, clamando por perdão e misericórdia.

“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia,
E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.
Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas.” Mateus 3:1-3

Há um ditado, bem popular, no Brasil que diz que “Deus escreve certo por linhas tortas”. E, mais uma vez, a boa teologia sofre pela falta de conhecimento. Esse mesmo texto de Mateus nos conclama a que os caminhos do Senhor sejam “endireitados”, ou seja, que sejam arrumados e corrigidos.
Mas há erros ainda mais graves que esses.
É bem provável que você tenha ouvido alguma pregação sobre o fato de Jesus bater à porta e pedir para entrar.

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20

A promessa do Mestre é entrar e cear com a pessoa. O erro da maioria das pregações é que essa palavra não é dirigida a todas as pessoas. Não! Jesus está à porta da Sua Igreja (nesse caso à igreja da Laodicéia) e querendo entrar e cear com Sua noiva. Esse texto não pode ser aplicado ao chamado ao arrependimento, visto que a Igreja de Cristo já é arrependida. Nunca foi a intenção de João, que escreveu o Apocalipse, ensinar que Jesus estava “batendo à porta” dos incrédulos.
E o que dizer do versículo mais famoso da Bíblia para os cristãos?

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16

Esse versículo é um dos mais citados em disputas de teologia. Mas vamos analisar o texto de verdade. Jesus foi entregue pelo mundo? Lembremos que o amor de Deus não está associado a estar salvo por Jesus.
O jovem rico, embora Jesus o tivesse amado, saiu triste da presença de Jesus:

“E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.” Marcos 10:21

Mas, voltando ao texto de João, esse versículo diz que, embora tenha amado o mundo, não vão perecer, apenas, aqueles que crerem em Jesus Cristo. Então, se analisarmos o versículo como comumente ele é aplicado, parece que o ato de crer em Jesus Cristo é uma obra humana. Deus já amou o mundo; Deus já deu Seu Filho; então agora basta o homem exercer sua fé e crer em Jesus. Esse é o problema: o homem não nasce com uma fé salvífica dentro de si, esperando que alguém fale sobre Jesus com ele. Esse texto faz parte do contexto da conversa de Jesus com Nicodemos e fica muito claro, pelo texto, que ninguém se auto-regenera. Não está no homem a capacidade de nascer de novo.

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” João 3:6

Além disso, a continuação de João 3.16 mostra que o mundo está numa condição pouco favorável diante de Deus.

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” João 3:18-20

Contudo, ainda há algo importante a considerar sobre o significado da palavra “mundo” no contexto da Bíblia Sagrada. O mesmo apóstolo João, que escreveu que Deus amou o mundo, nos aconselha a não amarmos o mundo (1 Jo 2.15).

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” 1 João 2:15

A palavra usada nos dois versículos é a mesma – κόσμον – derivada da palavra “cosmos”. Então, quando lemos esses textos precisamos entender qual é a intenção do autor ao usar essas palavras. Nem em João 3 e nem em 1 João 2, a intenção é o significado da totalidade da humanidade, muito embora esse significado apareça nos dicionários de grego. No evangelho o contexto imediato de João 3 não fala da totalidade da humanidade como alvo do amor de Deus e sim da condição de condenação pela qual os homens não reconheceram a luz de Jesus.
Já em sua epístola, João está chamando a nossa atenção para um sistema de pensamento que oposto ao que vemos na Bíblia. Não devemos amar o padrão do mundo, o seu modo de pensar e agir. Não devemos concordar com as “obras infrutuosas das trevas”

“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.” Efésios 5:11

Não devemos tomar a mesma forma que o mundo tem (Rm 12.2).

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

A cosmovisão cristã não tem nenhuma conexão com qualquer outro tipo de cosmovisão. Existe um abismo intransponível para o homem sozinho entre luz e trevas.
Precisamos lembrar que a nossa situação de agora, a de estarmos no “reino da luz”, no “reino do filho do seu amor”, é fruto do transporte que em nós foi operado. Não fomos nós que, por livre e espontânea vontade, saímos de um lugar para outro. Na verdade, nós fomos transportados passivamente de um estado para outro.

Conclusão

Poderíamos escrever textos e mais textos explicando diversos significados de trechos bíblicos.
A teologia nos dá ferramentas para isso.
Alguns biblicistas podem escandalizar-se com o que falarei agora, mas a verdade é que quem tem apenas a Bíblia para ler não tem nada. A teologia é a lente que traduz as verdades encontradas nas Escrituras. A teologia ensina a língua original, o contexto histórico, o significado de palavras, os estilos gramaticais e tudo o que é necessário para se conseguir atingir uma compreensão das Escrituras.
Por isso, algumas igrejas adotam confissões e credos que mostram algumas posições teológicas históricas. Isso é uma proteção para a Igreja. As confissões defendem a Igreja de leituras abertas da Bíblia que sejam mais liberais, consequentemente a mantém numa doutrina firme e biblicamente sólida.

 

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