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Depressão, o tenebroso mal que estremece até os fortes

Marcos David Muhlpointner
21/09/2020
A depressão não escolhe classe social, etnia, profissão ou religião. Por se tratar de uma doença, ela pode ser adquirida ou ter traços genéticos.


Antes de começar esta leitura, pare agora e responda a esta pergunta: o que impediria você de entrar em depressão?
Talvez você não saiba exatamente o que é a depressão.

O que é a depressão?

Bem, para começar, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou que a depressão é o mal do século 21 – e olha que estamos apenas no primeiro quinto deste século!
O Brasil é o segundo país com maior número de pessoas depressivas nas Américas, com 5,8% da população, ficando atrás só dos Estados Unidos, com 5,9% de depressivos.  Esta doença afeta 4,4% da população mundial.
Então, a primeira informação que você está tendo aqui é que a depressão é uma doença. Não se trata de frescura, mania, bobagem ou “mi, mi, mi” (como se diz hoje em dia). Resfriado, tuberculose, gripe, diabetes, AIDS, cefaleia e meningite também são doenças; portanto, a depressão está na mesma categoria.
Eu sou de um tempo em que os membros das igrejas cristãs diziam que cristão de verdade não ficava deprimido (hoje usamos a palavra depressivo)! A depressão era “coisa do diabo”, ou falta de fé da pessoa ou, ainda, que a pessoa estaria em pecado e, por causa disso, estava depressiva, melancólica, “para baixo”, para usar uma linguagem mais popular.

A depressão menosprezada

Para argumentar que os filhos de Deus não podiam ter esta doença, eram usados textos como:

“A alegria do SENHOR é a vossa força.” (Neemias 8.10)

“Na tua presença há plenitude de alegria.” (Salmo 16.11)

O pessoal queria mesmo era manter a Bíblia aberta no Salmo 91 “para proteger a casa” ou no Salmo 23 “para ser guiado pelo Pastor”!
Os Salmos 42 e 43 eram muito pouco citados. Quando se falava nesses salmos, era muito rápido e não se aprofundava no assunto deles.
O fato de o profeta Elias ter desejado a morte era visto como uma falha do seu caráter tão grande que isso o tornava mais pecador do que já era.
Jonas, então, quase não tinha o perdão das pessoas. Deus poderia tê-lo perdoado, usando-o para converter Nínive, mas meditar na oração que ele fez de dentro do peixe não estava nos planos de nenhum pregador da época da minha adolescência.
E, como esses exemplos eram de pessoas depressivas, mas que tomaram atitudes erradas, a “cura” para a depressão seria, então, tomar as atitudes corretas durante a vida.

O suposto antídoto para a depressão

Ter uma vida cristã com as atitudes corretas era o antídoto para a depressão. Fazer o que glorificava a Deus, viver para a Sua obra, estar constantemente em conexão com a Sua Palavra, atuar nas atividades da igreja – tudo isso era a receita para uma vida sem depressão.
Lembro-me de uma frase que o pastor que trabalhava com meu pai na igreja sempre dizia: “Quanto mais tempo estiver na igreja, menos tempo você vai ter para pecar”.
Isso nos dá a segunda lição sobre uma doença: se a causa não for combatida, a doença continuará a existir.
É como ter uma febre por causa de uma doença bacteriana e só tomar antitérmico. Sua febre vai abaixar, mas o patógeno vai continuar dentro de você, e quando o efeito do antitérmico passar, a sua febre vai voltar e, talvez, mais alta do que antes.
E um detalhe: aos pastores era proibida a depressão. Se os crentes “comuns” da igreja não podiam ter depressão, o pastor da igreja deveria ser o exemplo de sanidade mental e conduta, um verdadeiro “exemplo dos fiéis”.

Uma vida marcante

Por favor, permita-me passar algumas informações interessantes sobre Charles H. Spurgeon.

  • Antes dos 20 anos de idade, Spurgeon pregou cerca de 600 vezes.
  • Convidado a um teste de 6 meses na igreja New Park Street, aos 19 anos, Spurgeon ficou lá por 38 anos. Quando ele chegou, a igreja tinha 232 membros e no final tinha 5.317 – e mais de 9.000 membros passaram por aqueles bancos.
  • Spurgeon chegou a falar para uma audiência de mais de 23 mil pessoas e isso, é claro, sem nenhum tipo de microfone.
  • Ele entrevistava pessoalmente as pessoas que queriam ser membros em sua igreja. Se considerarmos os seus 38 anos de ministério e todas as pessoas que passaram pela sua igreja, teremos um número incrível de 14 mil dividido por 38, aproximadamente 368 pessoas por ano.
  • No Natal, ele presenteava cerca de mil crianças que eram mantidas nos orfanatos que ele mesmo tinha criado.
  • Estima-se que pela pregação local de Spurgeon, em torno de 12 mil pessoas foram convertidas ao evangelho.
  • Em torno de 120 pregadores trabalhavam em 23 centros missionários de Londres criados por Spurgeon.
  • Ele escreveu 135 livros, além de ser editor de mais 28 e escrever panfletos, folhetos e artigos.
  • A Escola de Pastores tinha, em média, 200 alunos no curso noturno, todos os dias da semana.

Esses são alguns fatos da vida de Spurgeon que mostram o quanto ele era ativo na igreja, o quanto ele era comprometido com o evangelho e com o reino de Deus.

A realidade de Spurgeon

Entretanto, esses fatos não mostram o quanto Spurgeon sofria de depressão em seus dias. Sim, ele foi um homem que sofreu com crises de depressão tão agudas que ele disse, várias vezes, que não tinha forças para subir no púlpito para pregar.

“Aquele que agora expõe estas palavras, dentro de si mesmo, sabe mais a respeito dos abismos interiores do que ousaria falar ou se importar […] Terrores estão voltados contra mim, eles perseguem a minha alma como o vento.” (A depressão de Spurgeon, de Zack Eswine, publicado pela Editora Fiel., p. 93)

“Ó, Espírito de Deus, aperfeiçoa Tua força na fraqueza de Teu servo, e capacita-o para honrar a seu Senhor, mesmo quando sua alma está abatida em seu interior.” (A depressão de Spurgeon, de Zack Eswine, publicado pela Editora Fiel., p. 31)

A depressão de Spurgeon surgiu depois de um evento muito trágico para o seu ministério. Enquanto ele pregava em Surrey Gardens, alguém deu um falso alarme de incêndio no prédio. O pânico e a correria causaram a morte de seis pessoas e muitos feridos, e isso o abalou demais.
Além disso, Spurgeon sofria de gota e reumatismo e, no final de sua vida, vivia com uma doença renal crônica.
Como um homem resiste a tudo isso sem se sentir depressivo?

“Sou o alvo de depressões de espírito tão assustadoras que espero que nenhum de vocês jamais tenha que passar por tais extremos de desgraça.” (A depressão de Spurgeon, de Zack Eswine, publicado pela Editora Fiel., p. 13)

A depressão pode atingir qualquer pessoa

Querido leitor, todos nós passamos por crises depressivas.
Não estou falando de uma tristeza por causa do falecimento de um amigo, ou pela perda do emprego. Estou falando de uma melancolia da alma que nem sempre encontra uma explicação racional para sua ocorrência.
A depressão não escolhe classe social, etnia, profissão ou religião. Por se tratar de uma doença, ela pode ser adquirida (como no caso do Spurgeon) ou pode ter traços genéticos.
Já no seu tempo, Spurgeon falava de depressões circunstanciais, biológicas e espirituais. Estamos expostos a todos esses tipos de depressão ao longo da vida.
A depressão é caracterizada por essa tristeza que perdura por algum tempo longo. Como escrevi acima, não se trata de uma tristeza momentânea em função de um fato inesperado. Essa sensação de abatimento se estende por vários dias.
A depressão nos tira a fome ou nos faz exagerar na comida. O prazer que temos nas coisas, como a leitura, por exemplo, simplesmente desaparece.
O estado depressivo nos rouba a alegria, a esperança, o ânimo, mas nos tira da presença do nosso Senhor.

O consolo na depressão

Você nunca está só. Jesus está sempre conosco e os nossos irmãos estão sempre ao nosso lado.
A membresia da nossa igreja local é instrumento de Deus para nossa bênção e instrução. Como partes de um corpo, os membros se auxiliam mutuamente. Não podemos esquecer:

“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Salmo 133.1)

Nessa comunhão,

“o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre.” (Salmo 133.3)

Por ser uma doença, a depressão precisa ser tratada com auxílio médico e, às vezes, medicamentos. Ao contrário da gripe, porém, a depressão é o tipo de doença que precisa ser tratado também com o auxílio de pessoas. Não se isole, não se afaste e não lute sozinho. Busque ajuda!

 

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