A comunicação é uma arte. Ter boa comunicação com as pessoas é fundamental para se construir bons relacionamentos. Portanto, é preciso ter muito cuidado ao falar. Contudo, a comunicação não é apenas falar. Precisamos lembrar constantemente que ouvir bem, ou melhor, saber ouvir é imprescindível.
O texto que nos desperta para isso está no livro de Provérbios.
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Provérbios 15.1)
Esse versículo mostra algumas situações sobre a fala e sobre a escuta. Vamos tratar desses problemas, mas antes quero lhe fazer um pedido. Coloque-se no lugar de quem fala, esse é uma situação mais comum a nós. Mas, ao falar palavras duras, esforce-se para se colocar no lugar daquele que as ouve.
É bem possível que você já tenha passado por situações assim. Você já deve ter ouvido palavras bem duras e difíceis de serem ouvidas. Mas, há situações em que precisamos ouvir tais palavras. Entretanto, há momentos em que essas palavras só suscitam a ira e não nos abençoam em nada.
“A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito.” (Provérbios 15.4)
Da mesma forma, você já deve ter ouvido palavras brandas, que lhe trouxeram paz e bênção. Essas palavras acalmam o coração, levantam uma bandeira branca no meio da discórdia. Há pessoas que, com suas palavras, fazem o sol brilhar de novo.
“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” (Provérbios 16.24)
Vamos, porém, aos problemas que o nosso texto-chave nos apresenta.
O texto nos fala sobre dois tipos de fala: “a resposta branda” e “a palavra dura”.
Um dos problemas que nós temos, é o de nem sempre termos uma “resposta branda” e, quase sempre, sermos duros e insensíveis com as palavras.
Por que é tão difícil termos palavras de paz nos nossos lábios? Por que nos esquecemos de dar uma “resposta branda” e preferimos o confronto?
Paulo repreende os coríntios sobre as brigas que aconteciam entre eles. Ele lhes disse que ainda eram carnais e que estavam no padrão do mundo.
“Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?” (1Coríntios 3.3)
Nossa maturidade espiritual é evidenciada também pela nossa comunicação. É evidenciada pela brandura de nossas palavras, principalmente nos momentos em que somos provocados.
Outro problema que temos é pior, pois se trata de termos a tal “palavra dura” em nossa boca.
Veja estas palavras de Jesus:
“Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Mateus 12.34)
Jesus estava repreendendo os fariseus e sua hipocrisia.
Se é pelo fruto que conhecemos uma árvore, então é pelas palavras, ou pela sua forma de comunicação, que podemos conhecer uma pessoa.
Que tipo de palavras saem da sua boca?
“Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (Tiago 3.11)
Às vezes, temos a impressão de que o ato de escutar não é uma comunicação, que é uma ação passiva. No entanto, a maneira como escutamos é muito importante.
Não podemos ter uma escuta passiva que não nos leve à reflexão e a uma mudança de postura. Precisamos de uma escuta ativa, principalmente nós, cristãos, que precisamos sempre discernir se estamos ouvindo o Pastor ou o lobo!
Um grave erro subentendido nesse versículo de Provérbios é quando não desviamos o nosso furor ao ouvir uma palavra branda.
Sabe aquele desejo de nos mantermos irados para colocarmos para fora nossa indignação? Pecaremos sempre que nos mantivermos na nossa ira, na nossa indignação, que frequentemente se torna desmedida, desproporcional e até arrogante.
Se estamos irados, o que se espera ao ouvirmos uma “palavra branda” é que sejamos demovidos desse estado de ira. Espera-se que sejamos levados à brandura da palavra que ouvimos. Ah, quantos desafios nos traz uma boa comunicação cristã!
Se quem fala “a palavra dura” peca por falá-la, quem se ira também peca, porque não exerce o domínio próprio. Nesse momento, devemos nos esforçar para que não haja dois pecados e dois pecadores, mas apenas um.
A ira pode ser uma consequência de uma palavra mal dita (sim, são duas palavras mesmo nesse caso). Ainda assim, correremos o sério risco de sermos desmedidos na nossa indignação justamente porque somos pecadores. Nossa natureza decaída sempre vai nos levar para longe de Deus. A falta de domínio próprio é um grave pecado que cometemos na nossa vida.
Para uma boa comunicação, uma comunicação bíblica e eficaz, precisamos ter controle das nossas emoções. Precisamos saber que o pecado prejudica a nossa forma de falar e de ouvir. O coração é a fonte das nossas emoções e para isso temos um remédio.
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4.23)
Que Deus abençoe sua vida e aprimore seu caráter, fazendo com que você adquira uma boa comunicação para Sua glória.
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