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Criacionismo evolucionário: ser adepto ou não?

Marcos David Muhlpointner
30/03/2021
Existem vertentes cristãs que defendem um criacionismo evolucionário que busca harmonizar a narrativa das Escrituras com algumas das teorias evolucionistas.


Antes de falar sobre o criacionismo evolucionário, preciso fazer uma recapitulação na minha história para explicar como cheguei até aqui.
Foi com vontade de conhecer as relações dos seres vivos com o ambiente (Ecologia) e como funciona o corpo dos animais (Fisiologia Animal) que ingressei na Faculdade de Biologia.
No dia da minha matrícula, eu estava sentado no “bosque” em frente à Biblioteca Central do Mackenzie. Fiz uma oração para que Deus me ajudasse a entender o que iria estudar. Orei a Deus porque sempre acreditei que Ele poderia me abençoar. Muito mais do que me proporcionar sinapses funcionais na área cognitiva do cérebro para aprender, sempre confiei na providência divina na minha vida e no cotidiano daqueles dias na faculdade.
Sempre fui questionado sobre o fato de ser cristão e biólogo ao mesmo tempo. Isso era compatível? Eu conseguia conciliar essas duas realidades que fazem parte da minha vida? Nesse contexto, minha igreja orava para que Deus me abençoasse e me preservasse de qualquer influência que pudesse me afastar da Sua Palavra e do que ela ensina. Lembro-me do meu pastor falando que sempre orava por mim nesse sentido.

O criacionismo resistindo ao evolucionismo

Por que ele tinha essa preocupação? Ora, porque as “iguarias do rei” são sedutoras. São tentadoras e podem nos desviar do caminho da Palavra de Deus, como mostra o profeta Daniel. Assim, havia um desafio posto diante de mim. Eu deveria estudar o processo evolutivo e não perder a minha fé. Deveria conhecer os seus detalhes e as suas explicações para a diversidade da vida e não tentar descobrir uma conciliação entre Darwin e o que sempre aprendi na igreja, a saber, que tudo veio à existência por um Deus Criador, ou seja, o criacionismo.
A ciência também seduz e é tentadora. Sim, questionei a existência de Deus, Seu poder criativo narrado em Gênesis, a plausibilidade de conciliar a ciência e a fé a ponto de ver esse relato como alegórico. Entretanto, graças a Deus, as orações da minha igreja foram ouvidas; o criacionismo venceu.
A conclusão a que cheguei – que tem se ratificado ano após ano – é que a evolução proposta por Darwin, e posteriormente revisada por Dobzhansky, Haldane, Mayr e outros, não se coaduna com a existência do Deus revelado nas Escrituras. Ela ignora o criacionismo.
O processo evolutivo ensinado nas universidades não pressupõe a existência do Deus da tradição judaico-cristã, nem de qualquer outro tipo de entidade divina. A evolução precisa ser reinterpretada e redefinida para que Deus seja colocado como coexistente com ela. A evolução, colocada ao lado de Deus, cria dois problemas, um de ordem científica e outro de ordem teológica.

O que é ciência?

Rapidamente: a ciência se caracteriza pela busca de explicações para os fenômenos naturais. Essas explicações são, por natureza, mutáveis e sujeitas a novas descobertas, novas interpretações e questionamentos recorrentes. É assim que se faz ciência. A cada nova descoberta, novas questões se colocam, gerando um fluxo de teses e antíteses que se sobrepõem ao cientista.
Contudo, Deus não Se caracteriza pela mutabilidade do Seu caráter e da Sua Palavra. É bem verdade que o conhecimento da Palavra de Deus que temos hoje é maior do que os reformadores tinham. As Institutas de João Calvino são um oceano de conhecimento, mas elas não são inesgotáveis como a Palavra de Deus. Os sermões de Spurgeon falam conosco depois de tanto tempo do seu falecimento. No entanto, eles não são úteis, quando comparados à Bíblia Sagrada. Lemos em 2Timóteo:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2Timóteo 3.16-17)

Dito isso, permita-me dar algumas razões pelas quais eu não concilio a explicação científica da evolução com a revelação da Palavra de Deus.

Deus não é demiurgo

Deus não é um demiurgo que só criou as condições necessárias e Se afastou do processo criativo.
O Deus que Se revela nas Escrituras é o mesmo Deus que criou toda a natureza que pode ser estudada dentro da metodologia científica. Ele mesmo não pode ser estudado pela ciência, porque não pode ser limitado a equações e tubos de ensaio. Contudo, o que nos é visível e captado pelos sentidos pode e deve ser estudado. A criação mostra que Deus existe.

“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Salmo 19.1)

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.” (Romanos 1.20)

O erro da evolução biológica

Haarsma erra quando diz:

“Deus projetou as leis da natureza para que a evolução biológica pudesse, por meio de sua operação normal e ordinária, trazer novas formas de vida e aumentar a complexidade.” (cristaosnaciencia.org.br)

Dizer que Deus não agiu ativamente na criação da vida e na sua diversidade é apresentar um demiurgo e não o Deus das Escrituras. Na verdade, isso é uma espécie de deísmo, e não criacionismo.
Qual é o erro de Haarsma? É dizer que Deus Se utilizou da “evolução biológica para trazer novas formas de vida e aumentar a complexidade”.
Não é isso que o texto sagrado diz. O texto diz que Deus falou e tudo se fez.
Por acaso a leitura que fazemos hoje do texto dá margem para pensarmos em processos evolutivos, lentos e graduais? Ou lemos dessa forma apenas depois do advento da ciência e sua metodologia? O que os leitores originais entenderam quando pegaram esse texto produzido por Moisés?
Que leitura fazemos do texto de Gênesis? Seria a partir dos pressupostos científicos de que as coisas podem ser explicadas de modo natural, sem a intervenção divina?
Pensar dessa forma, todavia, suscita ainda outra pergunta mais desconcertante: será que precisamos dos dados científicos para fazermos a leitura da Bíblia?
Haarsma parece ter dupla personalidade ou sofrer de transtorno bipolar quando afirma em seu texto que “como cristão” pensa de uma forma, mas “como cientista” pensa de forma diferente. Como cristão, ele lê a Bíblia pelo viés do criacionismo; como cientista, ele usa a lente do evolucionismo. Dizer que Deus criou todos os seres vivos e dizer que Ele o fez através de modo natural fere a leitura mais simples de Gênesis.

O erro de limitar a Deus

Entretanto, Haarsma comete outro erro na sua afirmação. Quando diz acreditar que Deus “não precisou fazer isso, ou seja,  [causar uma série de mutações] para criar a rica diversidade de vida complexa que vemos no mundo hoje”, ele afirma isso baseado em quê? Em dados científicos? Se for, como é que ele colocou Deus no laboratório para saber se Ele causou ou não as mutações?
Nem ele, nem Dawkins, nem ninguém pode afirmar que “como cientista, Deus…”, porque simplesmente Deus não é objeto de estudo da ciência, nem para negar a Sua existência, nem para ratificá-la. Deus é maior do que tudo. Deus Se revela a nós e podemos conhecê-lO somente através daquilo que Ele nos revelou de Si. Deus é maior do que a ciência.

Reflexão

Medite nos argumentos apresentados até agora e pense se eles têm ou não sentido para quem busca a Deus para um relacionamento. Este assunto é bastante complexo; portanto, no próximo post apresentarei mais argumentos em favor do criacionismo separado do evolucionismo.

 

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