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Conhecimento de Deus: o caminho para uma vida sábia

Diego Venancio
24/06/2022
O conhecimento de Deus nos leva a ver a realidade tal como ela é. Sem saída, somos levados a olhar para Ele para alcançar a sabedoria.


As Escrituras nos mostram que se você deseja ser sábio precisa iniciar esse caminho pela busca do conhecimento de Deus.

A fim de provar essa tese, quero usar um salmo bastante conhecido.

“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90.12)

Esse é o único salmo registrado de Moisés e quero mostrar a você hoje que Moisés demonstra ter conhecimento de Deus para chegar à conclusão que lemos nesse versículo 12.

A eternidade de Deus

“Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.

Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmo 90.1-2)

É interessante percebermos como Moisés constrói o seu argumento. Inicialmente, quando nos vemos diante de Deus, do verdadeiro Deus, percebemos que a nossa finitude é um grande problema. Quando Moisés evidencia a eternidade de Deus, o fato de Deus estar dirigindo tudo através das gerações, a nossa finitude fica evidente.

Somos finitos; Deus é eterno. Podemos concluir que a nossa vida está imersa nesse Deus. Habitamos num sistema fechado, chamado espaço-tempo. Por lógica, podemos concluir que o espaço-tempo só pode ser dirigido, criado, administrado por Aquele que está no plano da eternidade, não no tempo. Deus não pode estar sujeito às leis do tempo.

Estamos debaixo do juízo de Deus

Nos versículos 1 a 11, vemos Moisés descrever um estado de juízo diante de Deus.

“Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens.” (Salmo 90.3)

“Diante de ti puseste as nossas iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.” (Salmo 90.8)

“Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido?” (Salmo 90.11)

Nossa questão é: como podemos estar diante do Deus eterno, que é santo? Como é que pecadores como nós podemos resistir a Ele?

Caro leitor, Provérbios 9.10 nos ensina:

“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.” (Provérbios 9.10)

Não se engane! O temor do Senhor é ter medo mesmo. Quando nos vemos nessa condição de pecadores diante de um Deus irado, só podemos ter medo. É claro que todo medo se esvai diante da graça e do perdão manifestados na Pessoa de Jesus Cristo, mas o primeiro efeito do nosso pecado é temermos o juízo de Deus.

Estamos debaixo da graça de Deus

Do versículo 13 ao fim do salmo, vemos um pedido de clemência por parte de Moisés, após a visão do Deus eterno, santo e justo.

“Volta-te, SENHOR! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.” (Salmo 90.13)

O pastor e compositor Stênio Marcius tem uma música, chamada “Prelúdio para o Deus-Homem”, onde interpreta a história dos discípulos em meio à tempestade enquanto Jesus dormia no barco (Marcos 4.35-41).

Ele diz assim na última estrofe da canção:

“Quem é? Quem é? É todo santidade!
Quem é? Diante dEle eu sou flagrado!
Melhor que eu tivera naufragado pra longe,
Bem longe, a não ser que perdoe,
Porque não pode ser outro;
Esse homem no barco ao meu lado é Deus.” (Stênio Marcius, “Prelúdio para o Deus-Homem”)

Essa é a nossa questão. Estamos vivos e diante de Deus por um único motivo: Ele nos perdoou. Que toda a glória seja dada a Deus, que provou o Seu amor para conosco quando éramos ainda pecadores.

E é assim que Moisés encerra o seu salmo:

“Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória.

Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.” (Salmo 90.16-17)

Calvino e o conhecimento de Deus

João Calvino, no início das Institutas, tem um trecho valioso para a nossa reflexão.

“Quase toda a suma de nossa sabedoria, que deve ser considerada a sabedoria verdadeira e sólida, compõe-se de duas partes: o conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos.

Como são unidas entre si por muitos laços, não é fácil discernir qual precede e gera a outra. Pois, em primeiro lugar, ninguém pode olhar para si sem que volte imediatamente seus sentidos para Deus, no qual vive e se move, porque não há muita dúvida acerca de que não provenham de nós as qualidades pelas quais nos sobressaímos.

Pelo contrário, é certo que não sejamos senão subsistência no Deus uno. Ademais, por esses bens, que gota a gota caem do céu sobre nós, somos conduzidos como que de um regato para a fonte.

Da perspectiva da nossa miséria, mostra-se melhor aquela infinidade de bens que residem em Deus. Especialmente aquela ruína miserável em que nos lançou o erro do primeiro homem obriga-nos a olhar para cima, não só para que, em jejum e famintos, busquemos o que nos falta, mas também para, despertados pelo medo, aprendermos a humildade.

Pois, como se encontra no homem todo um mundo de misérias, desde que fomos despojados do ornamento divino, uma nudez vergonhosa revelou-nos uma grande quantidade de opróbrios: é necessário que a consciência de cada um seja tocada pela própria infelicidade para que chegue ao menos a algum conhecimento de Deus.” (João Calvino, Institutas)

Agostinho e o conhecimento de Deus

Agostinho de Hipona, nas Confissões, também nos ensina algo sobre a nossa pobre realidade diante da grandeza do nosso Deus. Somente o conhecimento de Deus nos dá condições de conhecermos a nós mesmos e assim vivermos com sabedoria. Sabedoria é a condição de conhecermos o máximo possível da realidade para nos encaixarmos da melhor forma na vida.

“És tu, na realidade, Senhor, que me julgas, porque, embora nenhum homem saiba o que é próprio do homem, a não ser o espírito do homem que está nele, todavia há alguma coisa do homem que nem o próprio espírito do homem, que nele está, conhece; mas tu, Senhor, que o fizeste, conheces todas as suas coisas.

Eu, porém, ainda que na tua presença me despreze e me considere terra e cinza, contudo sei de ti alguma coisa que de mim ignoro. É certo que agora vemos como por um espelho, em enigma e ainda não face a face; e, por isso, enquanto peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti e, todavia, sei que tu de nenhum modo podes ser ultrajado; eu, porém, desconheço a que tentações posso resistir e a quais não posso.

E a minha esperança está em tu seres fiel e não permitires que sejamos tentados acima do que podemos suportar, mas, com a tentação, dás-nos também os meios para que possamos resistir.

Confessarei, pois, o que sei de mim; confessarei também o que de mim ignoro, porque o que sei de mim sei-o porque tu me iluminaste, e o que de mim ignoro não o sei, enquanto as minhas trevas se não tornarem como o meio-dia na tua presença.” (Agostinho, Confissões)

O conhecimento de Deus nos dá a verdadeira sabedoria

Para concluir, cito mais um texto belíssimo de Agostinho para a nossa edificação e motivação, para alcançarmos a sabedoria verdadeira, Jesus Cristo.

“Que eu te conheça, ó conhecedor de mim, que eu te conheça, tal como sou conhecido por ti.

Ó virtude da minha alma, entra nela e molda-a a ti, para que a tenhas e possuas sem mancha nem ruga.

Esta é a minha esperança, por isso falo e nesta esperança me alegro, quando experimento uma sã alegria.

Pois as restantes coisas desta vida tanto menos se devem chorar quanto mais por causa delas se chora, e tanto mais se devem chorar quanto menos por causa delas se chora.

Mas tu amaste a verdade, porque aquele que a põe em prática alcança a luz. Também a quero pôr em prática no meu coração: diante de ti, na minha confissão; diante de muitas testemunhas, nos meus escritos.

Mas para ti, Senhor, diante de cujos olhos está nu o abismo da consciência humana, que haveria de oculto em mim, ainda que eu to não quisesse confessar?

Na verdade, poderia esconder-te de mim, mas não esconder-me de ti. Agora, porém, que os meus gemidos são testemunhas de que não me agrado a mim mesmo, tu refulges, e agradas-me, e és amado, e és desejado, de tal modo que eu começo a ter vergonha de mim, e me desprezo, e te escolho a ti.” (Agostinho, Confissões, Caderno X)

 

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