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Bem-aventurados os pobres de espírito

Marcos David Muhlpointner
30/09/2019
Pobres de espírito são aqueles que não tem nada a oferecer ao Senhor mas achegam-se, de mãos estendidas, esperando receber misericórdia.

O capítulo 5 do livro do evangelista Mateus nos narra o episódio conhecido como “Sermão do Monte”. Esse sermão nos ensina muito sobre a vida cristã, começando por uma expressão que tem sido tão mal utilizada nos nossos dias: pobres de espírito.
Jesus, ao ver as multidões, subiu ao monte e se assentou. Os seus discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los, dizendo:

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus.” (Mateus 5.3)

Esse foi o primeiro ensinamento do seu sermão. O que exalta os pobres de espírito.

O ensino de Jesus

Mas, já antes de iniciar o seu ministério encarnado, Jesus deixou muito claro como seria esse ministério:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.” (Lucas 4.18-19)

Em outra oportunidade, Ele afirmou que…

“Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (Lucas 5.31)

Além disso, Jesus comparou a nossa carga de pecados com a carga que os animais levavam e nos fez um convite:

“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. (Mateus 11:29)

Ele, ainda, nos explicou por que deveríamos fazer isso:

Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:30)

Mortos em suas transgressões e pecados

O apóstolo Paulo escreveu aos efésios e disse, no capítulo 2, versículo 1, que eles “estavam mortos em suas transgressões e pecados”.
No versículo 2 desse mesmo capítulo disse que eles “seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência”.
No versículo 3 ele afirma que “nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos” que segundo Romanos 5.7, é inimiga de Deus e se inclina na direção contrária a Deus:

“Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer.
Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5.7-8)

O Sermão do Monte

Portanto, o Sermão do Monte, originalmente direcionado aos discípulos e à multidão que se aglomerava para ouvir Jesus, é, também, direcionado a todos nós que, hoje, também somos discípulos de Jesus e não queremos ficar afastados, na multidão.
O que a abertura desse sermão, que fala sobre os pobres de espírito, nos indica?
Em primeiro lugar devemos pensar no que esse sermão não é.
Esse sermão não é para ensinar o caminho para a salvação. O caminho é Jesus.
Esse sermão não é um modo de se obter vida para a nossa morte espiritual. A vida é Jesus.
E esse sermão, embora seja verdade, nunca será compreendido como tal por aqueles que não tiverem os seus olhos abertos para ela, visto que a verdade é uma pessoa: a verdade é Jesus.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14.6).

Então, é mister percebermos que, embora as multidões estivessem reunidas, era aos discípulos que Ele ensinava.

“Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele,
e ele começou a ensiná-los, dizendo:” (Mateus 5:1-2)

Em segundo lugar, precisamos sempre ter em mente que se trata de uma chamada para o arrependimento, a obediência e a fé.

O reino dos céus

Jesus está mostrando o modo de entrada para o reino dos céus.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. (Mateus 5:3)

Mostra, também, um modo de permanência nesse reino.

“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?
Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins.
A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons.
Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo.
Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!
Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’
Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!’” (Mateus 7:15-23)

Somente pela fé em Jesus é que poderemos entrar nesse reino, permanecer nele e gozá-lo por toda eternidade.
Apesar de falar sobre o reino dos céus, esse já está entre nós.

“Ele dizia: “Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo”. (Mateus 3:2)
“Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. (Mateus 4:17)

Mais do que isso, uma “recompensa nos céus” aguarda esses bem-aventurados.

“Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês”. (Mateus 5:12).

Os pobres de espírito

A porta de entrada desse sermão enfoca os pobres de espírito. Ele nos mostra a condição de miséria e pobreza espiritual em que nos encontramos diante de Deus. A nossa condição não nos favorece e nem nos recomenda para que Deus olhe para nós de modo favorável. Somos carentes da misericórdia de Deus para não recebermos aquilo que mereceríamos.
Antes de suscitar um sentimento de pena, a nossa pobreza espiritual instiga a ira de Deus e o Seu furor.
Somos pobres de espírito não porque um dia fomos ricos. Mas eu e você, querido leitor, somos pobres porque somos pecadores e os desejos que temos apontam na direção oposta a de Deus.

Quem são os pobres de espírito?

Mateus utilizou a palavra “πτωχοὶ” (ptóchos) para definir quem são esses pobres.
Essa palavra denota aquele tipo de pobreza que é representado pela nossa aproximação de Deus como pedintes, com as mãos estendidas no ato de pedir. Trata-se de uma pobreza muito grande, de pobres que são pobres de fato, que não têm absolutamente nada a dar, somente a receber. Por isso, acredito que a melhor maneira de traduzir essa palavra para o português seria, mesmo, “pobres de espírito”.
Recordo-me de um poema de A. M. Toplady:

Nada em minhas mãos trago,
Só à Cruz me agarro;
Nu, me achego a Ti por vestimenta;
Desamparado, olho a Ti por graça;
Imundo, à fonte eu corro;
Lava-me, Salvador, ou morro.

(Citação do livro “Sermão do Monte” de Sinclair Ferguson, pág. 33 – Editora Trinitas)

Jesus está chamando a atenção contra todo e qualquer tipo de arrogância espiritual e natural.
Nós estamos diante de Deus como esses pobres. Nenhum de nós tem qualquer condição de se aproximar de Deus para dar algo que O satisfaça. Somos vazios em nós mesmos e a advertência de Jesus é a de que, se pensamos que somos alguma coisa, é melhor rejeitarmos essa ideia. Apenas os vazios de alma poderão ser “cheios do Espírito Santo”.

“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito.” (Efésios 5.18)

Essa é a chave para a compreensão desse sermão. Primeiro, estamos sob condenação; mas o Senhor Jesus Cristo nos redime dessa condenação.

Arrogância e jactância

A abertura desse sermão é contra todo tipo de arrogância e jactância.
Essas palavras de Jesus deveriam fazer os Seus ouvintes lembrarem do versículo 6 do capítulo 138 de Salmos.

“Embora esteja nas alturas, o Senhor olha para os humildes, e de longe reconhece os arrogantes.” (Salmos 138.6)

É preciso reconhecer que Deus está afastado dos arrogantes o tanto quanto está próximo dos humildes. Lembramos de gigantes dentre os homens. Mas, diante de Deus, estavam humilhados:
Isaías era um homem de lábios impuros:

“Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6.5)

Gideão era tribo menos importante de Israel:

“‘Ah, Senhor’, respondeu Gideão, ‘como posso libertar Israel? Meu clã é o menos importante de Manassés, e eu sou o menor da minha família'”. (Juízes 6.15)

Moisés admitiu que não conseguia falar bem:

“Disse, porém, Moisés ao Senhor: ‘Ó Senhor! Nunca tive facilidade para falar, nem no passado nem agora que falaste a teu servo. Não consigo falar bem!’ ” (Êxodo 4.10)

Davi era perseguido pelo seu pecado:

“Nosso Deus vem! Certamente não ficará calado! À sua frente vai um fogo devorador, e, ao seu redor, uma violenta tempestade.” (Salmos 50.3)

Estes homens tinham algo em comum: realizaram obras enormes para Deus, mas tinham a plena consciência do que eram, diante de Deus.
O Dr Martyn Lloyd-Jones nos lembra que esse tipo de humildade é odiado pela cosmovisão do mundo. Mesmo nos dias dele não era bem vista nem, mesmo, dentro da Igreja.
Coisa semelhante acontece nos dias de hoje. Vemos pastores e membros de Igreja extremamente arrogantes dizendo que são “cabeça e não cauda”, achando-se donos deste mundo porque são “filhos do dono”, ordenando que Deus faça isso ou aquilo.
Por isso, D. A. Carson diz que “se esse Sermão for entendido corretamente, ele pode derrubar o secularismo e transformar o nosso cristianismo insípido”.

Perdão, graça e misericórdia

Devemos nos aproximar de Deus cientes da nossa extrema necessidade de perdão, graça e misericórdia.
Precisamos ser perdoados porque o nosso pecado nos afasta de Deus.
E precisamos que Ele nos ouça.

“Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá.” (Isaías 59:2)

Precisamos da sua graça para sermos salvos. Isso é algo que não merecemos e nunca conseguiríamos conquistar (Ef 2.8-9).

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;
não por obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8,9)

E, ainda, precisamos da sua misericórdia, para não recebermos aquilo que mereceríamos receber (Lm 3.22).

“Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis.” (Lamentações 3:22)

Conclusão

Como o Bispo Ryle escreveu: “no alfabeto do cristianismo, a humildade é a primeira letra.”
Que todos nós possamos aprender esse alfabeto, em Sua Palavra, a partir dessa primeira letra. Que, na humildade, sejamos pobres de espírito, carentes da graça e da misericórdia de Deus. E que, assim, a nossa vida reflita a nossa submissão e serviço Àquele que é digno de toda a honra e toda a glória! Amém!

 

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