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Batismo pelos mortos?

Diego Venancio
09/06/2019
Paulo não endossa o batismo pelos mortos. Ao contrário, defende a ressurreição dos mortos usando uma prática pagã apenas para reforçar seu argumento.

O batismo pelos mortos

Você já deve ter encontrado algum representante da seita dos mórmons pelas ruas da sua cidade. Eles tem uma doutrina que faz parte de seu corpo doutrinário que é a do batismo pelos mortos. Eles creem que, fazendo o batismo em favor de alguém que já morreu, de certa forma trará algum tipo de benefício na vida pós-morte.

Não é por acaso que os mórmons mantém um site com a maior árvore genealógica do mundo e prometem encontrar a sua própria árvore. Isso é porque eles creem que você pode fazer algo por aqueles que já morreram. Se ministrarem o batismo trarão uma espécie de “salvação” para eles.
Como base para essa doutrina de batismo pelos mortos, eles usam o texto que se encontra em 1 Coríntios 15.29. Este não é um texto simples de compreender.  Por isso resolvi aborda-lo aqui.

“Doutra maneira, que farão os que se batizam por causa dos mortos? Se, absolutamente, os mortos não ressuscitam, por que se batizam por causa deles?” (1 Coríntios 15.29)

Para interpretarmos qualquer texto precisamos, sempre, avaliar o seu contexto. Em Coríntios, especialmente, isso pode se tornar algo complexo pois, muitas vezes, Paulo, ao responder diversas questões, introduz novos assuntos dentro de um único capítulo. Mas para a nossa facilidade, o capítulo 15 não é assim. Vejamos, portanto, o contexto em que esse texto sobre essa prática de batismo pelos mortos está inserido.

Bases para a validade da ressurreição

No capítulo 15 de 1 Coríntios, Paulo nos mostra que:

  • A ressurreição foi profetizada e é parte fundamental do Evangelho verdadeiro tendo respaldo em toda a Escritura.

1 “Irmãos, lembro-vos do evangelho que vos anunciei, o qual também recebestes e no qual estais firmes.
2 Por meio dele também sois salvos, se retiverdes com firmeza a mensagem tal como a anunciei a vós; a não ser que tenhais crido inutilmente.”
3 Porque primeiro vos entreguei o que também recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
4 e foi sepultado; e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras;” (1 Coríntios 15.1-4)

  • Houve testemunhas oculares, tanto daqueles que caminhavam próximos a Cristo como de outros, mais distantes, cerca de 500 pessoas ao mesmo tempo.

5 “e apareceu a Cefas, e depois aos Doze.
6 Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, e a maior parte deles ainda vive, mas alguns já faleceram.
7 Depois apareceu a Tiago, e a todos os apóstolos.
8 E, depois de todos, apareceu também a mim, como a um nascido fora do tempo certo.” (1 Coríntios 15.5-8)

  • Paulo ensina isso com autoridade dada pelo próprio Cristo.

9 “Pois sou o menor dos apóstolos, indigno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus.
10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça para comigo não foi ineficaz. De fato, trabalhei muito mais que todos eles, todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo.
11 Quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isso que pregamos e é nisso que crestes.” (1 Coríntios 15.9-11)

  • Através da argumentação pela negação, se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também a vossa fé.

12 “Se Cristo está sendo pregado como ressurreto dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição dos mortos?
13 Mas se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou.
14 E, se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também a vossa fé.
15 Assim, somos também considerados falsas testemunhas de Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, a quem não ressuscitou, se de fato os mortos não ressuscitam.
16 Porque, se os mortos não ressuscitam, Cristo também não ressuscitou.
17 E, se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil e ainda estais nos vossos pecados.
18 Logo, os que morreram em Cristo também estão perdidos.
19 Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens.” (1 Coríntios 15.12-19)

  • Através de sua argumentação propositiva, Cristo, o segundo Adão, ressuscitou. E se todos morreram pelo pecado de Adão, todos os que lhe pertencem  na sua vinda são vivificados na ressurreição de Cristo.

20 “Mas, na verdade, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele o primeiro entre os que faleceram.
21 Porque, assim como a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.
22 Pois, assim como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.
23 Cada um, porém, na sua vez: Cristo primeiro, e depois os que lhe pertencem na sua vinda.” (1 Coríntios 15.20-23)

  • O poder e reinado, em todas as esferas, nos céus e na terra, estão nas mãos de Cristo.

24 “Então virá o fim, quando ele entregar o reino a Deus, o Pai, quando houver destruído todo domínio, toda autoridade e todo poder.
25 Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo de seus pés.
26 E o último inimigo a ser destruído é a morte.
27 Pois sujeitou todas as coisas debaixo de seus pés. Mas, quando diz: Todas as coisas lhe estão sujeitas, é claro que isso não inclui quem lhe sujeitou todas as coisas.
28 E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.”  (1 Coríntios 15.24-28)

  • Temos uma apologética da ressurreição e Paulo nos ensina as implicações dessa doutrina.

29 “De outra forma, que farão os que se batizam em favor dos mortos?* Se, em absoluto, os mortos não ressuscitam, por que então se batizam em favor deles?
30 E nós, por que nos expomos também a perigos a toda hora?
31 Morro todos os dias! Eu afirmo,* por causa de vós, que sois a minha glória em Cristo Jesus, nosso Senhor.
32 Se, como um simples homem, lutei com feras em Éfeso, de que me adianta isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.
33 Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes.
34 Voltai à sobriedade, como convém, e não pequeis mais; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus. Digo isso para vossa vergonha.” (1 Coríntios 15.29-34)

Perceba que Paulo não está fazendo um tratado sobre batismo no capítulo 15. Não podemos falar de batismo usando o versículo 29, pois ele aparece somente de passagem num capítulo que fala, expressamente, sobre ressurreição.

Interpretando

Vejamos algumas possíveis interpretações de 1 Coríntios 15.29.

  1. Por causa da existência de muitas seitas, é possível que Paulo estivesse dizendo: “Se vocês creem na ressurreição, então não precisa fazer nada pelos mortos”. Quem crê na ressurreição, crê que as decisões são tomadas em vida, sem nada a fazer depois de morto, nem por parte de quem fica, nem por parte de quem vai.
  2. Na igreja, quando os crentes morriam, eles continuavam a batizar os novos convertidos colocando-os, assim, no lugar daqueles que morriam. Paulo poderia estar dizendo: “Se vocês não acreditam na ressurreição, porque continuam convertendo e fazendo o batismo de novas pessoas para ficar no lugar dos que morreram?”
  3. Como o batismo simboliza a morte do crente no Senhor Jesus, talvez o apóstolo quisesse dizer: “Se vocês não acreditam na ressurreição, por que são batizados pretendendo a ressurreição com Jesus Cristo?”
  4. Paulo não usou o pronome “nós”, mas “eles”, excluindo-se da prática, seja ela qual for. Nesse caso, Paulo faz juízo da prática de se fazer o batismo pelos mortos, não expressando concordância com tal ato.

A questão principal é que Paulo não está tratando de batismo aqui, nem de batismo de vivos e nem de batismo pelos mortos. Ele está usando um exemplo para reforçar seu argumento em favor da ressurreição que é o verdadeiro assunto de todo o capítulo 15.
Diante de todo este contexto é impossível que Paulo estivesse fazendo uma defesa do batismo pelos mortos e, sim, usando essa prática pagã, que possivelmente era feita entre alguns de Corinto, como exemplo de contrassenso. A ressurreição é válida até no argumento desses pagãos, do contrário, qual o valor de batizar-se em favor dos mortos.
Essa ideia pagã era que, batizando-se em favor dos mortos, haveria algum tipo de libertação espiritual para os que morreram, no dia da ressurreição. Mas que validade teria esse batismo se a ressurreição não existisse?
Paulo, então usa o argumento pagão para reforçar sua ideia principal:  se até os pagãos batizam-se em favor dos mortos crendo na ressurreição, quanto mais nós que cremos em Cristo, o qual, poder de Deus, foi tirado do mundo dos mortos levantado em glória e assunto aos céus em toda a majestade?

Se não existe ressurreição, tudo é vão

Paulo está defendendo a doutrina da ressurreição e os versículos 30, 31 e 32 corroboram seu ensino:

  • Pela ressurreição Paulo se coloca em perigos a toda hora.
  • Pela ressurreição e pela Igreja ele diz que “morre todos os dias”.
  • Pela ressurreição lutou com feras (referência a perseguições de os inimigos de Paulo e da fé).

Isso quer dizer que, com o olhar no prêmio, com o olhar na glória vindoura, no encontro que há de vir, é que Paulo se entrega.
Se mortos não ressuscitam, diz ele usando um provérbio dos seguidores de Epicuro, “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”. Os epicureus tinham uma ideia de que a vida deveria ser aproveitada aqui e agora, de modo que se justificava a busca por todo o tipo de prazeres, sem restrições, pois o supremo bem era o de ter prazer nesta vida.
Portanto: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”. Sem transcendência todos se tornam epicureus, ou alienados, como aqueles músicos diante a iminência do afundamento do Titanic, romantizado no filme, totalmente alheios aos acontecimentos reais à sua volta.

Não se deixem levar por enganos

Os coríntios são enganados por falsos apóstolos, falso ensinos, pessoas mal intencionadas que querem desvirtuar a igreja de Cristo. No versículo 33, Paulo clama para que eles não se deixem levar pelos falsos ensinos.
Paulo usa outro provérbio, proveniente de uma poesia do poeta Menander, ou Menandro: “As más companhias corrompem os bons costumes”. Paulo, provavelmente, se utiliza desse dito grego para melhor atingir o entendimento daquelas pessoas. Paulo apresenta esta ideia, pois as grandes mudanças não ocorrem de repente, mas os maus hábitos vão nos tomando aos poucos. Mudamos uma única ação, um gesto, e quando caímos em nós, estamos com toda a prática contaminada.

“E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimentais qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)

No versículo 34  Paulo os chama à sobriedade, como deve ser. Também os chama para não pecarem mais nesse sentido.
Para Paulo, crer na ressurreição dos mortos é sobriedade. Para Paulo, crer que Cristo ressuscitou dos mortos como nosso representante e que com ele também ressuscitaremos, é sobriedade. Ou seja, crer nas Escrituras, tal como ela é, é ter sobriedade.

Conclusão

Talvez você pense que conhecimento doutrinário não seja pra você. Talvez não esteja vendo com tanta seriedade esse assunto da ressurreição. Talvez você menospreze o conhecimento sistemático das Escrituras. Talvez você esteja sendo usado para corromper os bons costumes na sua igreja.
Se vivemos uma vida sem olhar para o alvo, o prêmio, a ressurreição, para além desta vida, talvez sejamos apenas cristãos epicureus; ou seja, que buscam apenas atender os seus prazeres. Talvez você ache que a igreja deva ser conforme o seu gosto, as músicas devem ser as que agradem a você. Ou, até mesmo, você pode estar acariciando pecados, pois afinal de contas, tudo termina aqui mesmo e sua mente não consegue desejar o encontro com o nosso Criador no final da sua vida…
Alguém já disse:  “Doutrina errada, vida errada“!
Por essa razão é tão importante nos interessarmos pelo conhecimento de tudo o que se refere a Deus, sua revelação e sua obra de resgate de pecadores. Que você sinta o desafio de crescer espiritualmente todos os dias!

 

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