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A membresia da igreja é mera formalidade civil?

Diego Venancio
10/03/2019
O conceito de membresia da igreja tem respaldo bíblico? Se você não sabe esta resposta, leia este artigo.

Os desigrejados
É bem possível que você tenha um amigo, daqueles desigrejados, que criticam a Igreja, a necessidade de membresia e o fato de você pertencer a uma Igreja. Eles dizem que a sua institucionalização é algo desnecessário. Falam, também, que é isso o que mata a Igreja, fazendo com que ela se desvie do seu propósito.
Muitas são, as divisões que existem no meio evangélico. Isso é fato. Algumas dessas críticas tem a sua razão de ser mas, ainda sim, somos chamados a amar a Igreja e a fazer parte da Igreja visível de Deus.

Membresia

Será que a membresia de uma Igreja existe por mero formalismo civil? Será que existe argumento bíblico-teológico amparando a defesa do conceito de membresia?
Para responder a essas questões vamos começar lendo Mateus 18.15-20:

15 “Se teu irmão pecar contra ti, vai a sós com ele e repreende-o; se te ouvir, ganhaste teu irmão.”
16 Mas se ele não te ouvir, leva ainda contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda palavra se confirme pela boca de duas ou três testemunhas.
17 “Se ele se recusar a ouvi-las, dize-o à igreja; e, se também se recusar a ouvir a igreja, considera-o gentio e publicano. ”
18 Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra terá sido desligado no céu.
19 Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem em pedir acerca de qualquer questão, isso lhes será feito por meu Pai, que está no céu.
20 Pois onde dois ou três se reúnem em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18.15-20)

Jesus só fala em Igreja em dois trechos, neste e em Mateus 16.13-19, dentre todos os Evangelhos. Somente Mateus apresenta este texto desta maneira, onde Jesus destaca uma forma ou um conceito de unidade entre aqueles que O seguem. Ele dá, em sua narrativa, uma ênfase muito grande no reino de Deus, ou no reino dos céus.
Vejamos algumas referências:

“Arrependei-vos, porque está próximo o reino do céus.” (Mateus 3.2)
“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 4.17)
“Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino do céu.” (Mateus 5.20)

E há muitos outros textos sobre o reino dos céus, como Mt. 8.11, Mt 10.7, Mt 18.3, além de outros. Isso ocorre por todo o evangelho de Mateus.
Esta ênfase não é dada nos outros evangelhos, o que nos leva a entender que Mateus, intencionalmente, queria transmitir essa mensagem. É certo que o autor tinha objetivos para isso ao relatar as palavras de Jesus. Portanto, Mateus nos ajuda a compreender como é a dinâmica organizacional daquilo que é chamado reino dos céus ou reino de Deus, mundo e igreja.

O reino dos céus

Esse é um reino que não pode ser confundido com a Igreja ou com o mundo. O reino dos céus é um reino infinitamente maior que qualquer outra coisa. O reino dos céus engloba o mundo e a Igreja, mas não é nenhuma delas. O rei deste reino é Jesus Cristo. Ele é antes de todas as coisas. Ele é feito rei antes da fundação do mundo como nós encontramos revelado no livro de  Salmos:

6 “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
7  Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje te gerei.
8 Pede-me, e eu  te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.
9 Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixa-vos advertir, juízes da terra.
11 Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com temor.
12 Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.” (Salmos 2.6-12)

Então, veja que Jesus Cristo é colocado como o Rei sobre todas as coisas. Ele é o Rei desse reino celestial, ou melhor, dessa realidade que é chamada de realidade espiritual que adentra e cria a realidade material. Portanto, o reino dos céus é relatado em Mateus como um reino que está chegando porque o Rei está estendendo o seu reino.
Por muitas vezes, o Senhor é chamado de o “Senhor dos Exércitos”. Isso porque o povo, a quem Ele veio buscar, estava cativo. Ele veio para resgatar o seu povo, que é escravo. Por isso, a linguagem de “reino dos céus chegando” é utilizada. Ao estabelecer o Reino dos Céus, o Rei libertará o paralíticos, os cegos, os coxos; aqueles que dependem de um resgate.
O Reino dos Céus, então, é muito maior que a Igreja, é muito maior que o mundo, é muito maior do que tudo o que possamos imaginar, tendo como o seu rei, Jesus Cristo.

O mundo

O mundo é o local onde se dá a Criação e plano redentivo de Deus. Foi aqui que o seu povo foi feito escravo. É uma terra distante, uma terra onde o povo não tem descanso. O mundo funciona no sistema espaço/tempo. Aqui não é eternidade. É hostil. É onde o mal e a perversidade dominam. O mundo não é o Reino dos Céus. O mundo será dominado por ele mas, hoje, o mundo está em oposição a tudo o que é perfeito no Reino dos Céus.
O mundo é o campo onde se joga a boa semente. É local de resgate.

“O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do Maligno;” (Mateus 13.38)

O mundo é o local onde devemos ir e pregar o evangelho.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16.15)

Ao mesmo tempo em que o mundo é o local que odeia quem ama a verdade.

“E todo o que tem nele essa esperança purifica a si mesmo, assim como ele é puro.” (1 João 3.13)

O mundo é um lugar que não devemos amar.

“Não ameis o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2.15)

Portanto o mundo foi criado por Deus, mas o mundo amou as trevas e não a luz. O mundo criou suas próprias leis e seu modo de vida independente do Deus Criador. O mundo não é a Igreja, muito menos o Reinos dos Céus.

A Igreja

A igreja é um ajuntamento de pessoas salvas pela obra de Cristo e unidas pelo Seu poder para serem representantes do Seu reino, neste tempo, no mundo e até que Jesus retorne dos céus. A Igreja é corpo de Cristo. Ele é chamado cabeça deste corpo.

“Ele também é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha o primeiro lugar.” (Colossenses 1.18)

A Igreja é formada por pessoas que foram reconciliadas com o Pai por causa da obra de redenção operada por Cristo. Ele mantém a esperança destes membros.
Portanto, a Igreja funciona, não como o Reino dos Céus, mas funciona como uma embaixada deste reino.

O que é uma embaixada?

Embaixada é uma organização que representa o seu país e seus interesses em outro país. Assim sendo, a Igreja não é o Reino, não é mundo, mas ela é a representante do Reino no mundo. A pergunta então é: será que o conceito de membresia é bíblico?
Aquele meu amigo desigrejado, que afirma, fortemente, que é crente, apesar de não querer ser membro de nenhuma igreja, está equivocado?
Será que posso duvidar do seu cristianismo?

Como funciona?

Se porventura você já foi a outro país e perdeu seus documentos, sabe que fica impossível transitar em paz, pois em algum momento alguém pedirá o seu passaporte. A sua palavra e a sua nacionalidade serão postos à prova. Só existe um meio para você ter a sua nacionalidade reconhecida e a veracidade da sua confissão, comprovada: procurando a embaixada do seu país, para eles atestarem que aquilo que você diz é verdadeiro: que você é brasileiro (se for o caso), tem tantos anos, mora em algum lugar no Brasil, etc.
Com a igreja, ocorre da mesma forma. Só faz parte da igreja, ou da membresia, aqueles que tem a mesma confissão, que são, reconhecidamente, cristãos. Isso é um reconhecimento público de que aquela pessoa é um servo de Cristo e anda conforme o que Cristo determina. Assim como ninguém pode se defender em um país que se visita, dizendo “eu sou brasileiro…”, ninguém pode ser o seu próprio testemunho de seu cristianismo. O Reino é muito maior que nós. Não temos a autoridade para defender a nossa “nacionalidade” perante os outros. Precisamos que os outros digam sobre nós. Testifiquem sobre nós.
Vamos ler o segundo texto bíblico sobre o assunto:

13 Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?
14 E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
15 Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?
16 Respondendo Simão Pedro,disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus. 20 Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo.” (Mateus 16.13-19)

Alguns pontos devem ser destacados no texto de Mateus 16.13-19, transcrito no início do artigo:
1°. Enquanto muitos se perdem na definição de Jesus, aqueles, a quem foi revelada a verdade, sabem exatamente quem Jesus Cristo é. (vs 14-16)
Jesus pergunta quem os outros diziam que ele era. As respostas foram diversas. Aquele que não recebe de Deus a revelação do Cristo “bate cabeça” sobre quem Jesus verdadeiramente é. Só aqueles, a quem Cristo se revelou, podem ter entendimento de quem é Cristo e sobre a sua obra. A igreja é constituída sobre o entendimento da pessoa de Cristo. Veremos isso no próximo ponto.
2°. A igreja será edificada sobre a confissão de Pedro.
O ponto aqui é a confissão de Pedro, de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. É sobre esta verdade que a Igreja de Cristo será edificada. Portanto, a Igreja é edificada sobre a confissão. Mas, uma confissão precisa ser feita por alguém. É preciso existir uma pessoa, para uma confissão. Sendo assim, Jesus edificará sua igreja sobre a confissão de Pedro e por Pedro.
Quando digo isso não afirmo a posição católica de que Pedro dará origem ao legado papal. Jesus apresenta Pedro como o representante do colégio apostólico. Foi através dos apóstolos que nós aprendemos o que é uma Igreja e como ela deve caminhar.
Pedro, por sua vez, é o primeiro a pregar tanto a judeus como a gentios. À medida que o trabalho apostólico foi se encerrando, a revelação também foi. Por isso, nos dias de hoje a própria Igreja é orientada pela Escritura e não mais por uma pessoa. Os apóstolos não existem mais. As revelações cerraram.
Em Atos 2, Pedro é o primeiro a pregar após a descida do Espírito Santo:

“Então, pondo-se em pé com os onze, Pedro tomou a palavra e disse-lhes: Homens judeus e todos os que habitais em Jerusalém, que isto fique claro para vós; escutai as minhas palavras.” (Atos 2.14)

No capítulo 10 de Atos, Pedro é o primeiro a pregar para o primeiro gentio a se converter.

“Havia um homem em Cesareia, cujo nome era Cornélio, centurião do regimento militar chamado Italiano.” (Atos 10.1)

Pedro então, encabeça este projeto chamado igreja de Jesus.
3°. Jesus dá autoridade aos apóstolos, liderados por Pedro, para reunir a Igreja de Cristo.
No versículo 19 encontramos:

“Eu te darei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.” (Mateus 16.19)

Perceba aqui que Jesus estabelece que o que os apóstolos afirmarem na terra terá validade no céu. Obviamente, Jesus não está falando de salvação aqui, como se fosse: “Se eu falei que este é salvo, então é salvo”. Fala, justamente, de uma relação de acordo que é construído sobre a plataforma que foi apresentada antes: a confissão!
Os apóstolos receberam as “chaves” ou seja, a autoridade de distinguir aquele que tem uma firme confissão para adentar à membresia da Igreja daqueles que não tem essa confissão e não podem fazer parte de sua membresia.
Essa ideia se confirma no texto de Mateus 18.15-20:

15 “Se teu irmão pecar contra ti,* vai a sós com ele e repreende-o; se te ouvir, ganhaste teu irmão.”
16 Mas se ele não te ouvir, leva ainda contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda palavra se confirme pela boca de duas ou três testemunhas.
17 “Se ele se recusar a ouvi-las, dize-o à igreja; e, se também se recusar a ouvir a igreja, considera-o gentio e publicano.* ”
18 Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra terá sido desligado no céu.
19 Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem em pedir acerca de qualquer questão, isso lhes será feito por meu Pai, que está no céu.
20 Pois onde dois ou três se reúnem em meu nome, ali estou no meio deles. (Mateus 18.15-20)

4°. Se o testemunho da Igreja é desfavorável ao “cristianismo” demonstrado por uma pessoa, então o que é decidido pela Igreja, também tem valor celestial.
É por isso que o desigrejado está errado! Não existe cristianismo sem Igreja. Não existe quem possa dar testemunho de si mesmo. Até Jesus, mesmo dando testemunho de si, diz que ele não está sozinho e o Pai dá testemunho dele.

“Eu dou testemunho de mim mesmo, e o Pai que me enviou também dá testemunho de mim.” (Jo 8.18)

Conclusão

O cristianismo de uma pessoa tem que ser autenticado. Se a Igreja não o autentica é porque o seu testemunho é de que ela não é verdadeiramente crente.
É por essa razão que disciplina eclesiástica é tão fundamental na Igreja e se torna a marca de uma Igreja fiel. Isso porque alguém, em algum momento, pode fazer uma perfeita confissão e a Igreja testificar essa confissão. Mas, no decorrer do tempo, a pessoa pode mostrar que não anda mais conforme Cristo exige que vivamos. Assim, a Igreja tem autoridade para desfazer a membresia se essa pessoa for impenitente.
Já o verdadeiro crente, ama a Igreja, sofre com a Igreja. O crente de verdade quer ver a Igreja crescendo em santidade e amor. Mesmo que haja críticas, o crente deseja ver a Igreja de Cristo bem sucedida pois, como parte de corpo de Cristo, ele a ama.

 

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