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A idolatria política e as eleições

Júlio Pardo
07/10/2018
O cristão tem uma base sólida nas Escrituras para pensar sobre política e as eleições.

Choque de ideias

O Facebook está aí para provar que, no mundo, existe um choque intenso de ideias e opiniões, principalmente quando o assunto é política.
O tempo todo, as pessoas discutem e até brigam na defesa de ideias. Mas porque temos essas determinadas opiniões? De onde partimos para chegarmos nessas conclusões? É razoável pensar que as conclusões a que chegamos são decorrências das premissas em que cremos.

Premissa e visão perfeita da realidade

Premissa é a uma ideia inicial que vai ser a base, o pilar, de todo um pensamento que se segue. E se eu nunca pensei seriamente a respeito dessas tais premissas? Bom, nesse caso é porque você simplesmente está reproduzindo ideias de forma impensada, o que é o mais comum de se ver.
O conjunto dessas premissas forma o que chamamos de cosmovisão, pois é a partir dessas premissas que nós leremos a realidade que está em nossa volta – de forma correta ou errônea. E a política, como a ciência que tem por principal objetivo mudar a realidade em nossa volta para melhor, necessita, e sempre necessitará, partir de uma cosmovisão para se estabelecer. E toda cosmovisão aponta para uma divindade, seja ela espiritual ou secular.
A Bíblia nos fornece essa visão perfeita da realidade. Com a visão míope pelo pecado, a Palavra é os óculos perfeitos para a leitura da realidade. Ignorar esses óculos, além de te fazer cair no buraco do cego, te levará facilmente à adoração de um outro deus. Mais do que indicar e bater nas cosmovisões idólatras, eu pretendo aqui, estabelecer as bases para evitarmos sermos pegos pelas redes da idolatria política.
A cosmovisão cristã, de forma didática, parte de 4 pilares essenciais: criação, queda, redenção e consumação. E é a partir desses 4 pontos que vamos pensar política.

A criação

Se cremos que tudo foi criado por Deus, e foi criado bom, não podemos negligenciar a boa obra de Deus refugiando-nos em guetos religiosos. O homem, e aí incluem-se todos os homens, foi criado à imagem e semelhança de Deus. Isso significa que os homens, cristãos ou não, possuem dignidade intrínseca à sua natureza.

– Você pensa nisso quando debate ou mesmo ofende uma pessoa?

– É próprio do cristão ser perseguidor inconsequente daqueles que não tem a verdade ou ser um proclamador da verdade em amor?

– Na política, toleramos “Fake News” quando essas favorecem nosso candidato?

– Denunciamos difamações mentirosas quando são feitas a nossos inimigos ou engrossamos o coro delas?

William Wilberforce, nos dá um exemplo do que é fazer política nos termos da cosmovisão cristã. Este parlamentar britânico, partindo da ideia de que todos os homens são dignos e criados à imagem de Deus, propôs, por mais de 20 anos seguidos, a lei que aboliu a escravidão na Inglaterra, desencadeando movimentos abolicionistas por todo o mundo. Como seria a história se William Wilberforce tivesse guardado a sua religião entre as 4 paredes da igreja?
O que significa dizer que o homem é criado à imagem de Deus? Quais atributos de Deus podem ser vistos em sua criação, em especial, no homem? Para isso, precisamos pensar nos atributos que Deus comunicou à sua criação e naqueles que Ele não comunicou.
Deus criou Adão perfeito, santo, amoroso, justo, criativo e moralmente íntegro. Antes da Queda, Deus não teria motivo para comunicar a Sua lei à Adão, pois ela era intuitiva, estava gravada em seu coração.
C. S. Lewis, em seu livro “A Abolição do Homem”, nota a semelhança que há entre as regras de conduta moral de diversos povos e religiões. Chamando isso de Tao, ou valores morais objetivos, ele chega à conclusão de que o fato de todos os homens não gostarem de serem roubados não é uma mera coincidência ou construção social. Os homens parecem ter sido criados com um senso inato de moralidade, mesmo que distorcido e afetado pelo pecado.
Por outro lado, a onisciência, a onipotência e a onipresença, são atributos de Deus e de mais ninguém (nem mesmo de Satanás). A tentação proposta pela serpente era a de ser como Deus, nos atributos que Ele não comunicou ao homem.

 A Queda

Assim como todos os homens foram criados à imagem de Deus, todos os homens caíram e se tornaram inimigos da verdade. Agora, desejamos ser como Deus nos atributos que não nos compete.

“Queremos ser donos do nosso futuro, ultrapassar todos os limites de realização, nem que para isso passemos por cima dos outros. Queremos ser onipotentes.”

Quando pensamos em Queda, podemos nos lembrar, facilmente, da doutrina da “depravação total”. Mas o que entendemos por “depravação total”?
Ela consiste na afirmação de que todas as áreas, ou todas as esferas, humanas, foram afetadas pelo pecado. Isso não significa que o homem perdeu a imagem de Deus ou mesmo que ele seja incapaz de produzir qualquer coisa boa. Não podemos pensar na depravação sem, ao mesmo tempo, pensar na graça comum. Deus ainda sustém esse mundo e freia o potencial pecaminoso humano, permitindo, ainda assim, que homens maus produzam, eventualmente, coisas boas. Nesse sentido, o cristão pode encontrar pontos de contato com não cristãos para a promoção de certas políticas que podem ajudar o mundo. A noção do pecado, portanto, não é um convite para nos distanciarmos do que chamamos de “mundo”.
A negação desse conceito bíblico, de que homem é inclinado para o mal, é conhecida como “visão irrestrita do homem”. Isso significa que as pessoas que creem nessa ideia, acreditam ser possível livrar o homem do mal através de reformas (ou revoluções) social e política, pois pensam que ela, a sociedade, é o grande agente corruptor do homem.
A Bíblia apresenta uma visão restrita do homem. Isso significa que não acreditamos no avanço moral da humanidade pelas suas próprias forças. Apesar disso temos esperança, pois a Palavra de Deus oferece a redenção do homem mediante o sacrifício e a obra de Jesus Cristo. A redenção do homem, portanto, não está em filosofias ou ideologias políticas, mas somente em Cristo.

 A Redenção

Vemos, o tempo todo, “salvadores da pátria” nos comerciais de política, ideologias que prometem o impossível. Bônus sem ônus: o famoso “almoço grátis”. Não há nada que o governo possa te oferecer que não tenha sido tirado de você (ou de outra pessoa) antes. A conta sempre chega para alguém.
A crise econômica em que vivemos, hoje, no Brasil, não veio após uma empolgação centrada em emissão de créditos ilusórios e medidas irresponsáveis dos governos? Só percebemos a profundidade do erro quando a conta chega.
Com o nosso pecado é a mesma coisa.

“Pecamos e nos deliciamos com a maldade que jorra da nossa natureza má. Mas estamos preparados para a conta quando ela chegar? Nas crises econômicas a conta chega para as empresas, que precisam demitir. Com o pecado, a conta também chega e percebemos que a nossa crise é impagável. Não existe opção de parcelamento. A nossa única solução é o perdão.”

Mas, perdoar não requer somente amor, requer assumir o prejuízo. Deus assume o prejuízo pois ele pagou o preço. A esperança redentiva está em Cristo, e a consciência disso é, e deve ser, a nossa única opção.
Há hoje, inclusive entre cristãos, uma esperança de redenção além de Cristo. Quando dizemos que a salvação do país está na igualdade social, na educação, no capitalismo ou seja lá o que for, colocamos a salvação em Cristo, de lado. Aqui mora o maior perigo da idolatria política: depositar nossa esperança última em alguém que não seja o próprio Jesus Cristo.
Um bom termômetro para sabermos se estamos caindo nessa armadilha é a nossa motivação para a pregação da mensagem. Passamos mais tempos falando do evangelho, de Jesus, ou sobre política (ou o político “tal”)? Devemos examinar os nossos corações e pedirmos perdão pela nossa idolatria.

Consumação

Concordo com a afirmação de que Cristo veio redimir todo o homem e não somente a sua alma. Hoje, vemos, em meios cristãos, um desprezo exagerado pelo corpo e pelo material, em semelhança aos hereges dualistas. Precisamos tomar cuidado para não absorver conceitos pagãos, assumindo-os como bíblicos. O homem todo, incluindo o seu corpo, será restaurado nos últimos dias. A visão que temos dos últimos dias influencia, diretamente, a nossa visão de mundo hoje.

“Cristo reina e é Senhor de todas as coisas. Isso significa que Ele domina todas as esferas humanas, quer os homens queiram, quer não.”

Portanto, a lei de Deus e seus decretos não se restringem à esfera privada, como tentam nos empurrar os iluministas. Deus governa tudo e diz, em sua Palavra, como cada uma dessas esferas deve ser governada.

Como lidar com a fé e a política?

Não existe tal coisa de que a Bíblia se resume ao aspecto individual e que devemos buscar soluções seculares na esfera política. Tudo está debaixo do domínio de Jesus Cristo. Portanto, tudo está debaixo de suas leis e decretos. Jesus não é somente Rei do povo de Deus. Ele reina sobre todas as coisas.
Vamos, aqui, concordar que não é razoável um cristão defender a prisão de jovens que praticam sexo antes do casamento. Por outro lado, vamos assumir que é inadmissível um cristão apoiar políticas favoráveis ao aborto. Mas, se ambas as posições emanaram da Bíblia, porque restringir uma à esfera individual e a outra à esfera civil? Hoje, vemos duas respostas polarizadas e não bíblicas:
A primeira diz que toda a moralidade cristã deve se restringir à esfera individual. Esse é o “progressismo cristão”. A segunda diz que toda a moralidade cristã, em sua totalidade, deve ser aplicada na esfera civil. Esse é o movimento da “teonomia”.
A resposta bíblica, no entanto, é: tudo deve ser feito de acordo com o que Deus determinou para aquela esfera específica de atuação. Se determinada lei é dada, por Deus, para o casamento, ela deve ser observada e aplicada somente na esfera do casamento. Se determinada doutrina é dada por Deus para governar a Igreja, ela deve ser observada e aplicada somente na Igreja. E se determinada doutrina é dada por Deus na esfera civil, daí, sim, ela deve ser observada e aplicada na esfera civil.
Cada uma dessas esferas é soberana e não deve, portanto, invadir a outra. Nesse sentido, Estado e Igreja são entes distintos e devem se manter assim. Por outro lado, Deus é soberano sobre os dois e ambos devem se submeter a Deus, em obediência. O perigo da idolatria política é pensar na soberania do Estado sobre as esferas.

“Quando pensamos no Estado dizendo o que devemos estudar, quem deve ou não se casar e qual a doutrina religiosa é ou não aceitável, estamos pensando no Estado como real soberano sobre nossas vidas. Isso é idolatria!”

A tarefa da Igreja é, portanto, alertar o Estado e chama-lo ao arrependimento por não estar cumprindo o propósito ao qual Deus o chamou. O Estado está, de fato, punindo o mal? Ele está, de fato, exaltando o bem? Se não, é tarefa da Igreja alertar e até mesmo levantar homens para transforma-lo nessa direção ideal.

 

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