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A exclusividade de Cristo

Diego Venancio
02/12/2018
Cristo é único por muitos motivos; um deles é que só Ele pode assumir, ao mesmo tempo, os ofícios de profeta, sacerdote e rei.

Introdução

Será que o Salmo 23.1 fala a respeito de Cristo?

O Senhor é o meu pastor é nada me faltará.

Davi estava pensando em Cristo quando escreveu esse Salmo. Ele não menciona um senhor, mas está indicando alguém, uma pessoa específica e não um pastor qualquer. A ideia é de que esse pastor específico é o único que pode agir de maneira a não permitir que nada falte.
Mas o que nos garante que Davi, autor deste Salmo, estava mesmo pensando em Cristo ao dizer que o Senhor é o meu pastor? Será esse um Salmo messiânico?
Sim, afirmo que Davi tinha em mente o Messias. Essa verdade foi revelada através do ensino da lei ao povo de Deus. Sendo Davi um filho do povo de Deus, a esperança de um Messias, um redentor, acompanhava a sua mente e a sua cultura.  Porém, mais do que isso, Deus entra em aliança com Davi ao final de seu reinado.

“Quando os teus dias se completarem e descansares com teus pais, providenciarei um sucessor da tua descendência, que procederá de ti; e estabelecerei o reino dele.” – 2 Samuel 7.12

O salmo 23 encontra-se entre dois salmos messiânicos. Além disso, o próprio Cristo se refere a ele dizer que Ele é o bom pastor, o bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas.

“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” – João 10.11

Essa imagem do bom pastor é viva na mente de um judeu, pois o seu principal rei escreveu uma poesia, conhecida de todos, sobre o bom pastor.
Agora que temos certeza que “O” pastor é Cristo, o Messias, podemos desenvolver o assunto.
Este pastor, Jesus Cristo, tem alguns ofícios que são observados no desenvolvimento do plano de redenção.
Gostaria de apresentá-los.

Cristo, Profeta

O trabalho profético foi criado por Deus.
Deus falava, com Adão, de forma direta. A narrativa de Gênesis não indica um intermediário entre Deus e o primeiro homem. Adão falava diretamente com Deus antes da Queda. E depois, na acareação do pecado, Deus ainda se dirige diretamente ao homem, à mulher e à serpente. Após isso, vemos Caim e Abel apresentando uma oferta ao Senhor, pela qual deveriam buscar a presença do Senhor. Porém, a narrativa ainda mostra Deus falando com Caim.

“Então o SENHOR perguntou a Caim: Por que te iraste? E por que estás com semblante abatido?
Se procederes bem, não se restabelecerá o teu semblante?* Mas, se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e o desejo dele será contra ti; mas tu deves dominá-lo.” – Gn 4.6-7

Mas, podemos observar algo interessante. Eles buscam a Deus com oferta. Antes deste fato, em nenhum lugar na narrativa bíblica vemos Deus ensinando diretamente, ou estabelecendo uma ordem sobre fazer ofertas. Mas isso é subentendido a partir do fato de que Deus vestiu o homem com pele de animal em vez das folhas de figueira conforme planejado por Adão e Eva. Há, então, um apontamento para um intermediário na relação do homem com Deus. Isso seria plenamente desenvolvido no ofício sacerdotal do povo de Israel.
Deus ainda fala diretamente com Noé, Abrão e Jacó.
Moisés é o primeiro profeta de ofício. Um profeta necessariamente representava Deus, Sua vontade e Sua Palavra perante o Seu povo.
Desde Moisés o trabalho profético é comum ao povo de Deus. O ato de representar, revelar e construir a vontade de Deus na vida do homem faz de Cristo “o” profeta por excelência.
Pergunta 43 do Catecismo Maior Westminster:

 – Como Cristo exerce as funções de profeta?

– Cristo exerce as funções de profeta revelando à Igreja, em todos os tempos, pelo seu Espírito e Palavra, por diversos modos de administração, toda a vontade de Deus, em todas as coisas concernentes à sua edificação e salvação.

Referências:

Hb 1.1-2 – Outrora falava pelos profetas. Hoje Deus fala em Jesus que é a exata expressão do ser de Deus.

Jo 15.15 – Os discípulos são chamados de amigos de Jesus porque, por intermédio de Jesus, foram reveladas as coisas concernentes ao Reino.

Jo 20.31 – Este sinais foram registrados para que possamos crer no testemunho de Cristo, que é o Filho de Deus e assim tenhamos vida em seu nome.

O ofício de profeta, de Cristo, não cessa com sua morte, ao contrário, continua para sempre, visto que Jesus continuará revelando coisas da parte de Deus por toda a eternidade.  Ainda que num sentido seu ofício mediador de profeta termine por ocasião da consumação, existe outro sentido em que sua função de revelador da vontade e da mente de Deus continuará sendo desempenhada no céu. Em seu ofício de profeta, Cristo transmite e possibilita todo o conhecimento verdadeiro acerca de Deus.
Conforme assinalado por John Flavel (1628-1691), Cristo é “a origem e a fonte de toda aquela luz que nos guia à salvação”.

“Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, foi ele mesmo quem brilhou em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” – 2 Coríntios 4.6

Até mesmo na glória, seremos dependentes da ação profética de Cristo para compreensão da nova realidade celestial.
Owen diz:

“Toda comunicação que procede do ser divino e da plenitude infinita no céu, e chega até os santos glorificados, acontece em Cristo Jesus e por meio dele, que será para sempre o meio de comunicação entre Deus e a igreja, até mesmo na glória. Todas as coisas serão reunidas nele, num único cabeça, até mesmo coisas no céu e coisas na terra […] esse arranjo jamais será desfeito […] E dessa comunicação da parte de Deus por meio de Cristo depende totalmente a nossa continuidade num estado de bem-aventurança e glória.” – John Owen

A revelação, da parte de Deus, não cessou nos 66 livros. Cessou para esta vida. Mas na vida vindoura, Deus continuará a falar a seus santos, e o fará por meio de Jesus Cristo, o qual, na condição de Deus-homem, para sempre revelará, à Igreja, a vontade de Deus.
Cristo tem a prerrogativa única de revelar a mente de Deus aos redimidos.

Cristo, Sacerdote

Pergunta 44 do Catecismo maior de Westminster:

– Como Cristo exerce as funções de sacerdote?

– Cristo exerce as funções de sacerdote por ter oferecido a si mesmo uma vez, em sacrifício sem mácula; a Deus, para ser a reconciliação pelos pecados do seu povo e fazer continua intercessão por ele.

A partir da Queda, a relação entre o homem e Deus está impossibilitada pelo pecado. A relação entre Deus e o homem não é mais possível de maneira natural, ou seja, não é possível sem um mediador. Como mencionei acima, em Gn 3.21 Deus veste o homem de maneira adequada, ou seja, o pecado não pode ser encoberto da maneira que o homem pensa que deve encobrir. O pecado agora é coberto com sangue, com morte, com pele.
A grande e mais surpreendente questão é que Jesus é o mediador perfeito e sempre o foi, tanto antes do pecado como depois dele. A questão é que na economia da Trindade, no acordo da salvação, a Trindade cria um povo para dar ao Filho. É preciso entender que a vida que vivemos, com pecado e o mal e todas as suas implicações são faces do plano eterno e perfeito de Deus. O sacrifício de Cristo foi empenhado na eternidade para que a vida humana pudesse ser realidade.
Lembremos o que foi falado sobre a Palavra Eterna. Uma promessa de Deus é considerada realizada, pois Deus é eterno. Deus não depende de condições externas para que sua Palavra seja cumprida; a sua onipotência garante o cumprimento da Palavra. Portanto, o acordo da salvação, feito pela Trindade, garante ao povo de Cristo o próprio Cristo como mediador entre o homem pecador e Deus.
Esse ofício de sacerdote é criado na lei, para ser um apontamento para o Messias que viria no tempo, na plenitude dos tempos, cumprir perfeitamente esse ofício.
O sacrifício de Cristo tem dois aspectos importantes: o aspecto da oblação e o da intercessão. Ou seja, Cristo como oferta e como intercessor perante Deus. Na verdade uma coisa está ligada à outra. Cristo não é apenas um sacerdote perfeito, mas ele é a própria oferta e o intercessor. O que surge, então, é a observação do valor de Cristo nessa transação.

“Cristo não é apenas um sacerdote perfeito, mas ele é a própria oferta e o intercessor.”

Tal é o valor da pessoa de Cristo que Ele está habilitado a ser o substituto qualificado e fazer reparação suficiente em favor de todos os eleitos de Deus.  Cristo, com a Sua reparação, satisfez o Pai e pôde agir como fiador, ou como substituto, na aliança entre Pai e Filho. Apenas a morte na cruz, simplesmente e teoricamente, não salvaria ninguém. Mas nos termos do acordo da aliança entre Pai e Filho, o ato de auto-oblação do Deus-homem salva aqueles por quem ele morreu.

“Por essa razão era necessário que em tudo se tornasse semelhante a seus irmãos, para que viesse a ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas que dizem respeito a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.” – Hebreus 2.17
“Portanto, também pode salvar perfeitamente os que por meio dele se chegam a Deus, pois vive sempre para interceder por eles.” Hebreus 7.25

Cristo, Rei

Pergunta 45 do Catecismo maior de Westminster:

– Como Cristo exerce as funções de rei?

– Cristo exerce as funções de rei chamando do mundo um povo para si, dando-lhe oficiais, leis e disciplinas, para visivelmente o governar; dando a graça salvadora aos seus eleitos; recompensando a obediência deles e corrigindo-os e sustentando-os em todas as suas tentações e sofrimentos; restringindo e vencendo todos os seus inimigos; poderosamente, dirigindo  todas as coisas para sua própria glória e para o bem do seu povo, e também castigando os que não conhecem a Deus nem obedecem ao evangelho.

(Referências: Sl 2; Sl 110; Gn 49.10; Mt 18.17; 1Co 12:28; At 5.31; 1Co 15.25; Rm 14.11)

Em sua natureza divina, o Filho possui domínio e majestade como atributo essencial de sua divindade. Existem, aqui, duas realidades importantes a serem entendidas.
Edward Reynolds faz a distinção entre o reinado natural de Cristo e o reinado mediador.
O reinado natural que vem por Sua majestade, Seu poder eterno e Suas prerrogativas divinas.
O reinado mediador é concedido. Este foi dado a Cristo, o que mostra que não era Seu por natureza, mas foi dado pelo Pai, mediante entrega e unção, para que fosse o Cabeça de sua Igreja.
Cristo recebe este reinado, conforme dizem os puritanos, não mediante usurpação, intrusão, ou violência, mas legalmente, mediante ordem, decreto, investidura de seu Pai.

“Porque o Pai não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento…” – João 5.22
“Portanto, toda a casa de Israel fique absolutamente certa de que esse mesmo Jesus, a quem crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” – Atos 2.36
“Ele nos ordenou que pregássemos ao povo e testemunhássemos que por Deus ele foi constituído juiz dos vivos e dos mortos.” – Atos 10:42

Existem 9 pontos, observados nas Escrituras, que demonstram o caminho que Jesus percorreu para possuir tal reino.
Deus precisou:

  1. Preparar um corpo ao qual o Filho fosse unido hipostaticamente (Hb 10.5)
  2. Ungir irrestritamente o Filho com o Espírito Santo (Jo 3.34) a fim de lhe dar o provimento necessário para ser um rei piedoso. (Is 11.2)
  3. Declarar publicamente  que Cristo é rei (Mt 3.17; 17.5);
  4. Dar-lhe um cetro de justiça. Colocar uma espada em sua boca e capacitá-lo (na condição de profeta-rei) a revelar a vontade de Deus à humanidade.
  5. Honrar a Cristo com embaixadores e servos ( Ef 4.11-12; 2 Co 5.20);
  6. Entregar a Cristo as almas dos homens, não apenas dos judeus, mas também dos gentios (Sl 2.8; Jo 17.6);
  7. Dar-lhe poder para governar a igreja de acordo com a lei divina. (Mt 5; Cl 2.14)
  8. Conceder-lhe poder para julgar e condenar seus inimigos (Jo5.27)
  9. Dar a Cristo o poder de perdoar pecados (Mt 9.6).

Esses privilégios, dados ao Filho, são dados a Ele na condição de Deus-homem.
Por isso não contamos, a obra de Cristo,  apenas como expiação, substituição e justificação, mas como vitória, pois as almas do Seu povo estavam em mãos inimigas. É por isso que a linguagem bíblica é de vitória, de batalha, de armas.
Como Rei, Cristo é Senhor em poder e em autoridade.
Quanto ao poder, ele o tem para perdoar pecados, realizar milagres e subjugar seus inimigos.
Quanto a autoridade, ele a tem para julgar, ungir e ordenar.

Conclusão

Acredito que essa apresentação dos ofícios de Cristo demonstram sua exclusividade. São funções que só Jesus Cristo poderia cumprir. Apesar da história do povo de Deus conter profetas, sacerdotes e reis, todos eles são o apontamento para um Profeta totalmente verdadeiro, um Sacerdote plenamente eficaz e um Rei completamente poderoso e justo.

 

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