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Racismo é pecado?

João Eduardo Cruz
03/11/2023
Inegavelmente, há etnias, culturas e costumes diferentes. Reconhecer essas diferenças seria racismo? Seria melhor buscar uniformidade?


Antes de tudo, no que consiste o racismo? Como poderíamos defini-lo? Em termos gerais, é a conduta que beneficia ou prejudica alguém por causa da sua cor, cultura ou origem étnica.

Entendendo o racismo

Então, compreendemos imediatamente que o racismo tem a ver com uma distinção. Essa distinção se aplica entre seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus.

Para que o racismo seja justificado, é necessário que a humanidade de alguns seres humanos seja negada.

Surpreendentemente, isso realmente chegou a acontecer com os escravos nos Estados Unidos da América. Naquela época, alguns escritores argumentavam que a razão pela qual os escravos eram vistos como propriedades era que eram animais.

Em The History of Jamaica (A história da Jamaica), de 1774, Edward Long desenvolveu um argumento ultrajante. Afirmou que Deus, ao criar os seres humanos do pó da terra, fez os afrodescendentes inferiores aos demais seres humanos. Isso, segundo ele, poderia ser observado pela dessemelhança desses com o resto da humanidade. Referia-se, logicamente, aos europeus. Para ele, então, os afrodescendentes pertenciam a uma espécie inferior do gênero humano.

O autor francês G. H. Genebault foi além disso. Na sua obra Natural History of the Negro Race (História natural da raça negra), de 1837, ele escreveu: “É, então, impossível negar que eles formam não somente uma raça, mas verdadeiramente, uma espécie, distinta de todas as raças de homens conhecidas no globo”. Eles pertencem ao “gênero macaco”, declarou ele, colocando-os em algum ponto entre os orangotangos e os seres humanos brancos.

Isso é perversidade

Esses conceitos absurdos foram fermentados principalmente por questões econômicas envolvendo a Europa e a América naquele período. (Afinal, os escravos eram usados como ferramentas de trabalho.)

Essas noções servem para nos mostrar o quanto a natureza pecaminosa do homem é perversa. De fato, é capaz de atingir altos níveis de perversidade sob o pretexto pedante de um intelectualismo.

Também é prova cabal de que a Bíblia pode ser fonte de aberrações. Isso acontece, é claro, quando não é lida e interpretada de acordo com a finalidade para a qual existe. O propósito da Bíblia é revelar a verdade de Deus, não se tornar cúmplice dos desígnios insensatos dos homens.

A Ku Klux Klan, por exemplo, foi um grupo de supremacistas brancos que surgiu em 1866. Contou com o vergonhoso apoio de racistas cristãos, cujas igrejas eram segregadas e silentes.

As Escrituras apontam que é pecado

Racismo é pecado, e pecado grave. As Escrituras Sagradas nos apontam facilmente nessa direção.

Uma boa hermenêutica nos ajudará com essa questão. Tomemos, por exemplo, o argumento de James P. Boyce. (Teologia sistemática – uma introdução aos pilares da fé. Editora Pronobis.)

Boyce afirma que as Escrituras Sagradas rastreiam a raça atual dos homens até Noé e, por intermédio dele, a Adão. Portanto, todos nós, independentemente da etnia, somos uma só raça, a raça humana criada por Deus em Adão.

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Genesis 1.26a)

As Escrituras não falam apenas de toda a humanidade pertencer a essa raça adâmica. Também declaram expressamente:

“De um só homem [Deus] fez todas as nações para habitarem sobre a face da terra.” (Atos 17.26a)

A ênfase importante aí deve ser “de um só homem”. Paulo falava aos atenienses, que reivindicavam origem especial e separada dos outros.

Observe, também:

“Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3.28)

Isso nos mostra que, na redenção, também há uma unidade. Na teologia paulina da redenção, Cristo é o segundo Adão.

“O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.” (1Coríntios 15.45-49)

Assim, nossa origem e redenção nos mantêm em unidade.

A partir disso, então, podemos ver o plano de Deus de diversificação cultural no novo céu e na nova terra.

“As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.

E lhe trarão a glória e a honra das nações.” (Apocalipse 21.24,26)

Cada povo trará sua contribuição cultural na adoração a Deus, e isso é parte do Seu plano. Ele nos criou com uma diversidade étnico-racial para a Sua glória.

O racismo vai contra a glória de Deus

Agora, imagine o que significa negar todas essas verdades bíblicas. Seria desonrar a glória de Deus, e isso especificamente em quatro aspectos.

A criação

O racista considera alguém inferior por causa da cor da sua pele ou por traços distintos dos seus. Nega, assim, a unidade da criação do ser humano em Adão.

A soberania de Deus

Em Sua soberania, Deus escolheu espalhar povos pela terra e dar a eles a possibilidade de desenvolverem culturalmente.

Entendemos que essas culturas podem levar os homens para longe de Deus, por conta do pecado. Entretanto, nelas está a expressão da natureza humana, que é criativa e de natureza espiritual. Essa condição é a mesma que pode fazê-los buscarem a Deus.

Alguém pode não aceitar essa condição cultural diversa e demonstrar preconceito com base naquilo que nossa cultura vê como aceitável. Certamente, porém, isso é uma afronta ao plano de Deus ao nos criar.

A revelação

Deus deseja Se revelar aos homens de “toda tribo, língua, povo e nação” (Apocalipse 5.9).

Isso significa que, no plano de redenção, todas as etnias estão diante dos olhos do Senhor de igual modo. Quão afrontoso deve ser negar essa verdade!

A redenção

No plano de redenção, todos se tornam um em Cristo.

“Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros.” (Romanos 12.5)

Enxergar alguém salvo como fora dessa unidade por conta do racismo é afrontoso com o que Cristo nos proporciona.

Qual seria a solução para o racismo?

Há muitos que acreditam que a solução seria uma uniformidade. Seria como se parássemos de enxergar a diferença étnica do nosso semelhante ou fizéssemos vista grossa para ela.

Entretanto, acredito que isso seria deixar de celebrar a glória de Deus. Ao ter nos concedido a diferença étnico-racial, Ele deseja que encontremos nessa diversidade a unidade humana e a celebremos.

Gosto da excelente forma como Jacira Monteiro explica isso.

“A diversidade étnico-racial é ideia do próprio Criador. Se Deus quisesse tudo igual, Ele não teria feito tudo diferente. Lutar contra a multietnicidade é lutar contra o próprio Deus e sua graça criativa.” (Monteiro, Jacira Pontinta Vaz. O estigma da cor: como o racismo fere os dois grandes mandamentos. Editora Quitanda.)

O evangelho nos ensina que nossas diferenças étnico-raciais são parte do poder criativo de Deus, que assim nos fez. Um dia, Ele nos reunirá diante do Seu trono de glória numa celebração dessa diversidade de pessoas resgatadas pelo Cordeiro.

“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;

e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.” (Apocalipse 7.9-10)

Conclusão

Se somos cristãos autênticos, temos a Bíblia – não o comportamento que se torna socialmente aceito – como regra de conduta.

O cristão precisa se posicionar em favor daquilo que glorifica a Deus, e a diversidade étnico-racial celebra o Criador.

Concluo citando outro trecho do livro de Jacira Monteiro.

“O racismo é pecado. É uma falha moral. Nesse sentido, na matéria da ética cristã, deve-se lutar contra o racismo, tanto em sua expressão individual quanto em sua expressão sistemática. O racismo é um rebelde atentado contra os dois grandes mandamentos de Jesus Cristo, o de amar a Deus sobre todas as coisas e o de amar o próximo como a si mesmo.”

Nenhuma diferença étnico-racial pode ser motivo para nós cristãos fazermos distinções sociais. Não é essa a orientação que o evangelho de Jesus nos ensina.

 

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