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Liberdade: precisamos pensar sobre isso

João Eduardo Cruz
30/06/2023
Liberdade de expressão ou fala ofensiva – quem delimita isso? Como a Bíblia pode nos ajudar a entender essa questão?


Um dos temas mais controversos dos nossos dias é a liberdade de expressão.

Debate-se sobre quais os limites entre a liberdade de se dizer o que pensa e a fala ofensiva e discriminatória. A linha é tênue entre essas duas coisas, mas o problema maior é: quem delimita essa linha?

Alguns exemplos da Bíblia

Nas Escrituras Sagradas, temos o exemplo dos profetas. Eles usavam de seus discursos inflamados para chamar a atenção do povo para o pecado. Em geral, eram rejeitados e frequentemente eram presos e agredidos publicamente por irem contra aquilo que a grande maioria aprovava.

Um exemplo disso, registrado em Marcos 6.14-20, é com João Batista, o último dos profetas. Tomando conhecimento da relação do rei Herodes com a mulher de seu irmão Filipe, não se fez de rogado e acusou Herodes publicamente. É interessante que João Batista, um judeu, acusou de pecado um romano, cuja corrente de crença nem era a mesma.

A atitude de João Batista levou à sua prisão e posteriormente à decapitação. Hoje em dia, no mínimo João Batista seria cancelado, pelo menos por enquanto.

Algumas religiões sofrem falta de liberdade

Recentemente, vi algo interessante num programa de entrevistas na TV. Certa figura pública defendeu o direito de alguém dizer que a mulher deve ser submissa ao marido, por estar na Bíblia.

Lendo os comentários sobre essa notícia, vi muitas pessoas o criticando e chamando de machista. O mais interessante é que a fala dele não exigia que todos aceitassem essa premissa. Simplesmente queria que se permitisse que ela fosse expressa.

Nisso, temos a tal linha tênue à qual me referi no início do artigo. Entretanto, entramos no mérito de uma liberdade que precisa ser defendida e respeitada: a liberdade religiosa.

A liberdade religiosa precisa ser defendida

Muitos acreditam que a nossa expressão de fé deve se limitar apenas à esfera do nosso círculo religioso. Isso, porém, seria reprimir um dos pontos mais importantes de qualquer crença: a manifestação pública da crença.

Pressupomos que uma declaração de fé não é nenhuma imposição a ser aceita por todos. Isso inclui a própria existência de Deus. Então, ter o direito de expressá-la é algo inalienável do ponto de vista da liberdade do ser.

O cerceamento da liberdade de expressão é fruto de uma sociedade que se perdeu ao tentar viver sem limites. A nossa natureza pecaminosa sempre fará com que usemos a liberdade para expressar o que há de pior em nós.

A falta de verdade gera falta de liberdade

Francis Schaeffer falou da importância de termos uma verdade para nos nortear. Entretanto, também alertou sobre o perigo de cada pessoa ter a sua própria verdade.

A pós-modernidade trouxe essa característica um tanto confusa para a nossa sociedade. Cada pessoa carrega consigo uma verdade particular e, assim, surgem regras particulares. As delimitações de ofensas tendem a flutuar de maneira que expressões antes corriqueiras podem ser vistas como ofensivas.

Há um aspecto que devemos considerar aqui. A verdade bíblica de amar o próximo como a si mesmo poderia cobrir uma multidão de preconceitos. Entretanto, significaria aceitar isso como uma verdade universal, e a pós-modernidade não permite tal pensamento. Ou seja, adere-se a uma liberdade repressora. O nível dessa repressão é condicionada pelo julgamento da verdade de cada um.

Algo me diz que estamos entrando num caminho extremamente confuso e que cobrará um alto preço.

O que é ofensa?

Antes que alguém possa me acusar, não estou fazendo nenhuma apologia ao direito de ofender. Contudo, é preciso que tenhamos um norte sobre o que é ofensivo e o que é repressivo.

Se é ofensivo dizer algo publicamente que minha fé defende, precisamos entender se isso realmente chega a ser ofensivo. Para isso, então, precisamos urgentemente de uma definição clara do que é ofensivo.

Precisamos partir do princípio de que tudo aquilo que nos reduz, deforma ou coloca à parte da sociedade é ofensivo. Então, a fome causada pela miséria é imensamente ofensiva. Também são ofensivos os desvios de verba pública que levam o povo brasileiro ao martírio diário e oculto.

As questões bíblicas elevam o ser humano

Voltando às questões pessoais, o que chamaríamos de ofensivo? Seria o que pessoalmente nos põe em situação de inferioridade e repúdio? A nossa fé cristã estaria nessa categoria de expressão ofensiva?

Retornando ao assunto anterior, será que dizer que uma mulher deve ser submissa ao seu esposo realmente a reduz? Será que condenar a prática homoafetiva como pecado torna quem a pratica uma pessoa menor na sociedade? A resposta é taxativamente não.

A fé cristã encerra todos debaixo de uma mesma categoria: pecadores.

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Romanos 3.23)

Sendo assim, essas afirmações não visam diminuir ninguém, pois biblicamente todos nós estamos na mesma condição, a de pecadores.

Voltando à questão da mulher

A mulher que assume o papel de submissa ao seu marido o faz dentro de um preceito bíblico e não cultural.

Ou seja, esse proceder é uma equivalência dela com a Pessoa de Cristo. Semelhantemente, o marido recebe tal comportamento com a humildade que cabe a quem imita a Cristo, como vemos em Efésios.

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;

porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.

Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,

para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.

Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja.” (Efésios 5.22-29)

Igualmente, ao condenar a prática homoafetiva, a fé cristã se vale de uma premissa. O sexo é uma celebração e deve ser celebrado apenas no casamento de homem e mulher.

O cuidado no exercício da liberdade

John Stott explica o ponto de vista cristão sobre esse tema da homossexualidade. Tentou deixar o mais claro possível a posição do cristianismo tradicional.

“É importante observar desde o princípio que o que nos interessa aqui é a prática homossexual (pela qual uma pessoa é responsável) e não a orientação ou preferência sexual (pelo qual ele ou ela não é responsável). A importância dessa distinção vai além da atribuição de responsabilidade para atribuição de culpa. Não podemos culpar pessoas pelo que elas são, embora possamos fazer isso pelo que elas fazem. Em toda discussão sobre a homossexualidade, devemos ser rigorosos em diferenciar entre o ‘ser’ e o ‘fazer’ – ou seja, entre a identidade e a prática da pessoa, a preferência sexual e a prática sexual, a constituição e a conduta.” (John Stott, Os cristãos e os desafios contemporâneos, Ultimato, págs. 468-469)

Usei esses dois exemplos porque talvez sejam os mais recorrentes em nossa discussão acerca da liberdade de expressão religiosa.

A liberdade é vital

A liberdade de expressão, sem viés discriminatório, é extremamente importante no que se refere a vivermos a nossa individualidade. Se um grupo específico assumir a responsabilidade sobre o que pode ou não ser dito, corremos alguns riscos.

A partir de que forma normativa esse grupo delimitará a expressão livre ou reprimida? Esse grupo legislador das expressões poderá inibir a expressão de crenças religiosas? Como vimos, essas, em geral, são fruto de princípios norteados pela fé pessoal. Não haveria o risco de esse grupo tentar tornar homogêneo o pensamento da massa e, assim, inibir opiniões?

Precisamos pensar sobre a liberdade

Todos esses questionamentos precisam da nossa reflexão como sociedade. É necessário buscarmos aprender a viver de maneira livre sem que essa liberdade signifique a agressividade gratuita. Como somos pecadores, tal meta pode parecer utópica. O grande desafio é encontrarmos o equilíbrio entre a livre expressão e o respeito, sem necessidade de um órgão norteador. Com algo assim, corremos o risco de ele se tornar um censor abusivo.

Não é uma solução simples, mas algo que podemos pensar juntos é que todos devem ter a liberdade de ser o que quiserem. Em contrapartida, podem ser questionados naturalmente no que fazem. Creio que isso equilibra as coisas.

 

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