José era filho de Jacó, que tinha mais 11 filhos. Entretanto, ele era o filho favorito do pai, por ter nascido da esposa a quem Jacó amava. Os 12 filhos, na verdade, eram de 4 mulheres: Lia, Raquel, Zilpa (serva de Lia) e Bila (serva de Raquel). Era uma estrutura familiar bem complexa.
A situação já era complicada. Daí, quando José tinha cerca de 17 anos de idade, Jacó o presenteou com uma túnica multicor. Isso gerou ciúmes nos irmãos, agravando a situação.
Depois disso, lemos que José teve dois sonhos e resolveu contá-los à sua família.
“Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos; por isso, o odiaram ainda mais.
Pois lhes disse: Rogo-vos, ouvi este sonho que tive:
Atávamos feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam perante o meu.
Então, lhe disseram seus irmãos: Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas palavras.
Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim.
Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo.” (Gênesis 37.5-11)
Lemos, então, que enquanto seus irmãos apascentavam o rebanho, José se aproximou deles, e decidiram matá-lo. Rúben, o irmão mais velho, porém, querendo livrar José da morte, sugeriu que o garoto fosse jogado numa cisterna, uma espécie de poço que estava ali sem água. É exatamente o que fizeram. Não bastando isso, eles viram uma caravana de ismaelitas e Judá (outro irmão de José) teve a terrível ideia de vendê-lo por 20 siclos de prata (o que seria aproximadamente R$1.300,00 atualmente).
Rúben, que não estava ali no momento da venda de José, perguntou aos irmãos o que eles diriam ao seu pai. Então, decidiram rasgar a túnica de José e molhá-la no sangue de um bode que mataram. Depois, eles a enviaram para o pai e ainda perguntaram:
“Vê se é ou não a túnica de seu filho?” (Gênesis 37.32)
Obviamente, Jacó chorou muito e não tinha quem o consolasse.
A história prossegue, em Gênesis 39, onde nos é relatado o que aconteceu com José. Ele chegou até a casa de um homem chamado Potifar, um oficial do faraó. Deus ali o fez prosperar e o abençoou. Quando Potifar viu que Deus era com José, colocou toda a sua casa no comando dele. Tudo ia bem, até a informação que temos no versículo 6:
“José era formoso de porte e de aparência.” (Gênesis 39.6)
Na primeira leitura, talvez você pergunte: qual a relevância de saber que ele era formoso de porte e de aparência? Na sequência do texto já temos a resposta: a esposa de Potifar percebeu a beleza dele e disse-lhe que se deitasse com ela!
A reação dele é digna de nossa leitura:
“Ele, porém, recusou e disse à mulher do seu senhor: Tem-me por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos.
Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39.8-9)
Quando você estiver passando por alguma tentação, lembre-se da resposta de José: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
A base para José renunciar a esposa de Potifar não foi o próprio Potifar. Tampouco foi a reputação que talvez José tivesse naquela casa. Sua principal intenção era não pecar contra Deus.
Será que você tem a mesma preocupação quando é exposto diariamente a tentações? Devemos colocar a resposta de José em nossa meditação e prática diária.
Quando você, homem, for tentado a não amar a sua esposa como Cristo amou a Igreja, pergunte-se: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
Quando você, mulher, for tentada a não ser submissa a seu marido como a Igreja é submissa a Cristo, pergunte-se: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
Quando você, filho, for tentado a não obedecer a seus pais, ou você, pai ou mãe, for tentado a provocar a ira de seus filhos, pergunte-se: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
Igualmente, quando você for tentado a negligenciar as disciplinas espirituais, como a leitura bíblica, a oração e o culto ao Senhor, pergunte-se: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
Que a resposta de José à esposa de Potifar seja igualmente a sua quando você se deparar com o pecado.
A confusa estrutura familiar de José não foi impedimento nem desculpa para que ele se mantivesse fiel a Deus e rejeitasse o pecado. Portanto, mesmo que a sua família esteja desestruturada, lembre: é Deus quem tem o poder de criar, reconstruir e fazer novas todas as coisas. Diante disso medite:
“Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” (Josué 1.9)
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