Todos os seres humanos foram criados à imagem de Deus.
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1.26-27)
Não tenho a pretensão de ser exaustivo, mas quero separar apenas três exemplos de definições do que significa ser imagem de Deus. Existem, então, alguns aspectos dessa imagem e semelhança.
É um reflexo do intelecto de Deus, sendo possível ao homem criar soluções científicas, mecânicas e tecnológicas como respostas para problemas humanos.
É exemplificado pelo louvor do que é moralmente bom e a aversão do que é moralmente mal. O homem natural sabe o que é bom e mau.
O homem não foi criado para estar só; os seres humanos foram criados para exercer comunhão. Portanto, quando alguém constitui matrimônio ou faz amizades, demonstra o caráter de Deus em relação a essa atitude.
Avaliemos essa questão dentro dos exemplos que foram citados anteriormente.
Um ímpio pode exercer intelecto para soluções de problemas humanos? Com certeza você conhece um ímpio que seja médico, mecânico, advogado, etc.
Pode exercer discernimento (possibilitado pela graça comum de Deus) do que é certo e do que é errado? Nesse ponto, isso também é possível. Entretanto, o problema é que muitas vezes, por conta do pecado, o ímpio vai chamar de certo aquilo que é errado e chamar de errado aquilo que é certo. Em certo nível, porém, o ímpio pode, sim, discernir o que é certo e errado.
Pode exercer comunhão com outras pessoas? Certamente, um ímpio tem amigos, constitui matrimônio, etc.
Concluímos, então, que o ímpio também é portador da imagem de Deus. O problema é quando observamos exemplos extremos como de assassinos, estuprador ou político corrupto. Esses carregam a imagem e semelhança de Deus?
Nesses casos podemos comparar a situação a um ser humano com o corpo carbonizado. Ao olharmos esse corpo desfigurado e destruído pelo fogo, mal conseguimos assemelhar a uma pessoa. Mesmo assim, no entanto, sabemos que se trata de um corpo humano. Da mesma forma, o pecado desfigura e distorce a imagem de Deus no ser humano.
O pecado corrompe de maneira severa, a ponto de questionarmos como tal pessoa pode ser considerada uma criatura do nosso Senhor.
O homem está morto em seus delitos e pecados. É somente em Cristo que a sua natureza pecaminosa pode ser transformada. Sua capacidade mental, seu entendimento da realidade, suas ações podem refletir a verdadeira imagem de Deus.
Portanto, concluímos que afirmar o potencial das pessoas como portadoras da imagem de Deus NÃO é mais importante do que lembrá-las da sua pecaminosidade. Sim, existe a imagem de Deus, mas completamente distorcida. Só o poder de Deus em Cristo é que traz essa imagem à condição original de santidade.
“Como está escrito: Não há justo, nem um sequer,
não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,
sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3.10-12, 23-24)
Devemos entregar às pessoas toda a verdade contida nas Escrituras, não somente uma parte dela. Dessa forma, poderemos afirmar o que Paulo afirmou:
“Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos;
porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus.” (Atos 20.26-27)
Negar alguns atributos de Deus presentes no ser humano é um erro. Negar que o homem natural pode fazer algo bom também é um erro. É preciso, com conhecimento, buscar a verdade e o equilíbrio no entendimento antropológico bíblico.
No entanto, o fato de termos algo bom recebido do Criador não é o que nos salva. O que nos salva é a obra perfeita e completa do nosso Senhor Jesus Cristo. São as qualidades dEle que devemos procurar desenvolver. Ele é a imagem perfeita do Deus invisível.
E você, caro leitor? A imagem de Deus em você está distorcida pelo pecado? Ou está sendo trazida à condição original de santidade, pela obra do Espírito Santo em sua vida? Reflita sobre isso.
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