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Pastor, "O Poderoso Chefão": o que diz a Bíblia?

Diego Venancio
19/10/2020
O pastor pode ter o desejo de poder. Às vezes crê que ele é de fato o “ungido” intocável; às vezes age como “o poderoso chefão” por pura ignorância.


 

Um pastor ambicioso

Quero iniciar este artigo com o tema do pastor contando o caso de Diótrefes. Sabe quem foi Diótrefes? Vou contar-lhe.
Na terceira carta de João, encontramos o apóstolo fazendo uma descrição das obras de Diótrefes.
Na versão Almeida Revista e Atualizada, o título que encontramos para esta seção é: “Diótrefes, o ambicioso. Demétrio, fiel cristão”.

“Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida.
Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja.
Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus.
Quanto a Demétrio, todos lhe dão testemunho, até a própria verdade, e nós também damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro.” (3 João 1.9-12)

Vamos observar o que o apóstolo João destaca sobre Diótrefes.

Um pastor pretensioso

Primeiramente, Diótrefes gosta de exercer a primazia entre eles.
João destaca que o fato de gostar de estar à frente, ou acima, de outros líderes não é bom.
Isso vai contra todo o ensino apostólico sobre como deveria ser o governo da igreja após a era apostólica. Leia Atos 20 e você verá o apóstolo Paulo fazendo uma transição de autoridade dele para os presbíteros de Éfeso.
O Novo Testamento sempre fala de presbíteros, no plural, dando a entender que existem sempre vários homens à frente da igreja e em mesmo nível de autoridade. É assim porque, a rigor, ninguém pode falar em nome da igreja de Cristo, ninguém tem sozinho essa autoridade.
Portanto, conforme a mente de João, é um absurdo, um abuso, o que faz Diótrefes, querendo ser maior do que os outros no governo da igreja.

Um pastor desacolhedor

Em segundo lugar, João diz que Diótrefes não dá acolhida.
Isso é um crime contra a igreja de Cristo, principalmente se lembrarmos que as autoridades máximas, naquele instante da Igreja, eram os apóstolos.
As Escrituras ainda estavam sendo escritas. A igreja tinha os próprios apóstolos, seus escritos, alguma parte dos evangelhos (dependendo do período) e o Antigo Testamento como meios de manter a igreja fiel àquilo que Cristo designou. Portanto, não receber o apóstolo seria um crime contra a fidelidade da igreja.

Um pastor caluniador

Em terceiro lugar, João cita que Diótrefes o calunia.
Veja que um abismo chama outro abismo. Não é possível que Diótrefes tenha boas intenções para com a igreja, que é a igreja de Cristo.
Diótrefes não recebe os irmãos e ainda os expulsa da igreja.
João, escrevendo ao amado Gaio, diz objetivamente:

“Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus.” (3 João 1.11)

O apóstolo João, outrora o discípulo amado, não tem o menor problema em apontar objetivamente o que está errado. O viés autoritário de Diótrefes é seriamente atacado como um modelo que não procede de Deus. Ele está praticando o mal.
E, tomando por exemplo o apóstolo João, digo: o pastor ao estilo “poderoso chefão” pratica o mal e jamais viu a Deus. Ele conduz a igreja para o inferno, achando que a está levando ao céu.

O pastor autoritário e os membros fracos

Uma membresia de igreja fraca abre portas para um pastor autoritário.
Existem igrejas onde o corporativismo foi instalado de uma maneira que é impossível reverter, a não ser que os pastores morram.
Mudam-se estatutos e nessas mudanças os pastores, que às vezes recebem dividendos bem gordos, conseguem todo o poder sobre a igreja; eles se tornam a única autoridade inquestionável.
Muitas vezes, eles são autoritários, mas simpáticos, carismáticos, o que dificulta ainda mais a identificação da sua conduta.
A minha pergunta é: como os membros permitiram isso?
Eu mesmo respondo com o motivo: é porque hoje os membros, em sua maioria, se tornaram clientes. Eles não querem e também não têm conhecimento suficiente para se envolverem profundamente com o governo da igreja.
A heterodoxia também atrapalha neste ponto. Uma igreja que recebe muitos irmãos de outras diversas denominações acaba por perder o conhecimento do estatuto, do governo bíblico, e perde a força no momento de exigir aquilo que a Bíblia ensina como governo da igreja.
Com vidas espirituais frias, sem lerem um só livro além de “suaves” devocionais, os membros só servem de massa de manobra, dando apoio, muitas vezes, a pastores déspotas.

A responsabilidade dos membros

É sério ser um membro de igreja. O Teomídia Blog tem inúmeros artigos sobre o que significa ser membro de uma igreja, tem inúmeros artigos sobre como uma igreja deve ser governada e quem são e como escolher os presbíteros.
Se o membro se envolve de maneira firme no governo da igreja, garanto a você que isso terá um alto custo. Entretanto, não se envolver também terá um custo altíssimo a ser pago pelas ovelhas do nosso Senhor Jesus Cristo.
Muitos pastores, que são, na verdade, servos designados a conduzir as ovelhas de Cristo, precisam de disciplina eclesiástica, como uma ovelha comum, pois estão pecando contra a igreja, que é de Cristo.
Eles merecem disciplina por abusarem de um poder que só pertence a Cristo.
Essa autoridade deve ser manisfestada por um governo plural, presbiteral – e isso não é coisa de presbiteriano; é o modo bíblico de se governar a igreja de Cristo.
Deve ser um governo com homens que eventualmente recebem salário para cumprir essa função, pois se afadigam no estudo da palavra, junto com outros homens que não recebem salário, ou presbíteros leigos, como se diz usualmente.
Então, tem de haver uma mistura de pastores que recebem da igreja e pastores que não têm vínculo financeiro com a igreja, para que a lisura nas decisões seja preservada.
No entanto, com membros que não têm ideia de como se governa uma igreja, sem noção de como funciona uma assembleia, como disciplinar um pastor autoritário?
É neste ponto que acho este artigo relevante.

A realidade hoje em dia

A maior parte das igrejas hoje em dia vive esta realidade a despeito do que diz a Bíblia.
É o apóstolo fulano de tal que diz como a igreja deve funcionar e a Palavra de Deus é usada apenas como ferramenta de manipulação, abaixo da palavra do apóstolo.
A caricatura apostólica, porém, pode nos distrair, tirando nossos olhos das igrejas tradicionais que ainda mantêm um figurão, um “poderoso chefão”, junto com uma liderança que se submete a ele, e tem certo medo de ir contra o “ungido”, por vários motivos.
Esses motivos incluem: falta de conhecimento bíblico; alguma conveniência (tal como: “Não vou romper com o pastor, porque a igreja tem uma excelente estrutura para as minhas crianças”); falta de convicção de que o governo da igreja precisa funcionar puramente conforme as Escrituras ordenam; ou pura covardia mesmo.
Muitos são os motivos que levam à manutenção de ministérios tão prejudiciais às igrejas.
Sei que minhas palavras soaram pesadas neste artigo, mas oro para que Deus lhe abra os olhos e lhe faça corajoso, que busque conhecimento e defenda a igreja de Cristo de tantos Diótrefes espalhados por aí.

E agora?

Afinal, quem é o meu pastor?
O pastor pode ter um desejo de poder, pode gostar de mandar.
Porém, às vezes, ele pode crer que é de fato o “ungido do Senhor”, age como “o poderoso chefão” por pura ignorância.
Se for a primeira opção, ore pelo seu pastor, ore por você mesmo e peça sabedoria a Deus para saber como agir. De modo algum seja um covarde diante da verdade das Escrituras.
Mas se for a segunda opção, ore pelo seu pastor, presenteie-o com os livros da série Nove marcas de uma igreja saudável da Editora Vida Nova e procure abertura para conversas francas sobre o governo da igreja.
Que Deus o abençoe nesta empreitada.

 

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