• Quem Somos
    • Declaração de Fé
    • TEOmídia
    • TEOmídia Blog
    • TEOmídia Cast
    • TEOmídia Rádio
  • Assuntos
    • Apologética
    • Casamento
    • Devocional
    • Ensino Cristão
    • Ensino Infantil
    • Estudo Bíblico
    • Evangelismo
    • Igreja
    • Sociedade
    • Teologia
    • Vida Cristã

Generosidade: a teologia da retribuição, de Paulo

Diego Venancio
16/02/2020
A generosidade só tem sentido quando tem, como alvo, a glória de Deus.


No nosso estudo sobre a generosidade, vamos tomar, como base, o texto de 2 Coríntios 9.6-15. Este é, certamente um dos textos mais mal interpretados das Escrituras. Mas para esclarecer como é a teologia da retribuição ensinada por Paulo, vou dividir o texto em alguns pontos.

Deus é sensível à generosidade

No início desse texto, já no versículo 6, Paulo usa uma referência agrícola, dando-nos a entender que quem joga muitas sementes tem abundância na colheita.

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. (2 Coríntios 9:6)

Ele está dando ênfase à generosidade. Também, está nos mostrando que Deus é insensível aos atos de generosidade. Existe, sim, uma relação entre ser generoso e ser abençoado.
Mas muito cuidado. Paulo usa essa informação como um incentivo à contribuição, um incentivo à generosidade. Na verdade, o que Paulo está fazendo é ensinar uma teologia a respeito desse assunto.

O Senhor da história e das relações humanas

Deus rege as nossas relações. Ele rege a nossa história e não é indiferente às nossas ações, tanto aquelas que são para o bem como às que são para o mal.
O Salmo 33, nos versículos de 13 a 22, nos mostra que a vida do homem não é indiferente a Deus.

“O Senhor olha dos céus; vê todos os filhos dos homens;
do lugar de sua morada, observa todos os moradores da terra,
ele, que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.
Não há rei que se salve com o poder dos seus exércitos; nem por sua muita força se livra o valente.
O cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar.
Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia,
para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida.
Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio e escudo.
Nele, o nosso coração se alegra, pois confiamos no seu santo nome.
Seja sobre nós, Senhor, a tua misericórdia, como de ti esperamos.” (Salmos 33.13-22)

Dinheiro, generosidade e barganha

O apóstolo, no nosso texto base de Coríntios 9, fala de dinheiro. Ele quer que os irmãos de Corinto tenham a certeza de que a sua generosidade não ficará sem retribuição por parte de Deus.

“Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça” (2 Coríntios 9:10)

Deus não é indiferente às nossas ações, principalmente às de generosidade. Afinal, como vemos nesse versículo 10, Deus é “aquele que dá semente ao que semeia”. Ele nos dá as condições para a vida. Portanto, ser generoso é compartilhar da graça de Deus. E Ele quer ver a Sua graça manifestada dessa maneira multiforme.
Mas isso não abre espaço algum para uma tentativa de barganha com Deus; uma coisa não tem relação com a outra e isso fica claro conforme Paulo vai desenvolvendo a sua argumentação.
Preciso dar ênfase no que Paulo não está dizendo. Ele não está dizendo que se você der muito, Deus é obrigado a devolver em dobro ou triplo a você. O que Paulo diz é bem diferente. É que Deus, certamente, está sensível aos atos de generosidade.
A barganha revela egoísmo, um desejo, não de ajudar o próximo, mas, de se auto-ajudar. É por isso que Paulo insere, na sequência, as condições desse ato de generosidade, ou seja, como deve ser essa contribuição em termos interiores.

O espírito da contribuição

Paulo nos ensina o verdadeiro espírito da contribuição bíblica. No versículo 7 de 2 Coríntios 9, ele nos ensina que “cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.”
No livro de Salmos, aprendemos em quem devemos esperar.

“Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio e escudo.” (Salmos 33:20)

Esse é o princípio de vida do cristão. Esse está alicerçado em Deus, sabendo que todas as suas necessidades são supridas em Nele. Mesmo as necessidades financeiras. Deus nos ajuda em todo o tempo e nos protege em todo o tempo.

“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” (2 Coríntios 9.7)

Esse versículo 7 nos diz algumas coisas:
A generosidade que mira os próprios benefícios não é verdadeiramente generosidade: é egoísmo, é barganha.
A contribuição deve ser feita conforme um propósito do coração. Deve ser feita de maneira íntima, solene, diante de Deus, sabendo que é uma ação de dependência, sem constrangimentos.
A contribuição deve ser feita com liberalidade, sem tristeza, ou por necessidade; Paulo está alertando para o sentimento de pesar pela contribuição. Este sentimento não deve estar presente.
Assim como Deus foi liberal em tudo, abundante em toda a sua obra, Ele, também, ama os que agem com liberalidade.

O resultado da ceifa

O resultado da ceifa não é, necessariamente, bênçãos materiais. O coração deste trecho está nestes próximos versículos.

8 Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra,
9 como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça,
11 enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. (2 Coríntios 9.8-11)

Ao contrário do que muitos vão pregar, baseados neste texto, a retribuição de Deus não se dará, exclusivamente, no campo material.
Perceba as palavras usadas, por Paulo, para exemplificar como Deus retribuirá àqueles irmãos:

… em toda a graça – versículo 8
… em toda a obra – versículo 8
… a sua justiça – versículo 9
… frutos da vossa justiça – versículo 10
… graças a Deus – versículo 11

Graça é aquela palavra teológica que explica que tudo o que temos e somos, temos e somos por dádiva, por doação da parte de Deus.

O propósito da doação

Deus tem um propósito com essa doação. Ele deseja que nós tenhamos ampla suficiência para que possamos agir, abundantemente, em boas obras.
Em Efésios 2, versículo 10, Paulo diz que fomos criados em Cristo para as boas obras.

“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2.10)

Paulo afirma no Salmo 112, versículo 9:

“Distribui, dá aos pobres; a sua justiça permanece para sempre, e o seu poder se exaltará em glória.” (Salmos 112.9)

Perceba que Paulo cita o versículo até onde diz que a justiça de Deus, que é doador, permanece para sempre.

O que é justiça?

O que é justiça, no texto bíblico?
Algumas pessoas, com pressupostos que estão em desacordo com o entendimento das Escrituras, vão afirmar que a justiça, aqui, é a justiça social.
Segundo essa versão, se você contribui, é liberal com seus recursos, Deus promove, assim, a justiça. Todos terão as mesmas condições materiais, consequentemente, as mesmas condições na vida. Essa é a lógica marxista, mas não é a lógica das Escrituras.
Nas Escrituras, as pessoas têm dons diferentes, capacidades diferentes e condições financeiras e intelectuais diferentes porque o próprio Deus fez assim. Pensar que a causa de todos os problemas seja a existência do capital é lógica marxista, uma idolatria do capital. Deus está acima do capital.
É claro que o pecado corrompeu a integridade humana, para complicar essa coisa toda. Os nossos interesses, agora, são doentes, o nosso intelecto é doente pelo pecado e assim por diante. A nossa relação com o dinheiro é problemática.

A justiça segundo Paulo

Justiça, na perspectiva de Paulo, é a busca de uma vida em conformidade com os interesses de Deus. Ou seja, é combater o pecado, é combater a imoralidade. Justiça é ser mais parecido com Cristo, pois, conforme Efésios 2.10, somente em Cristo, poderemos praticar, verdadeiramente, as boas obras, ou viver em justiça.
A grande dualidade nos Salmos está entre o justo e o ímpio. Ao ímpio é impossível fazer o bem, agir com equidade. Somente o justo pode agir de modo a promover a justiça.
No versículo 10 de 2 Coríntios 9, Paulo explicita seu raciocínio dizendo que:

“Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça” (2 Coríntios 9.10)

Deus “é aquele dá a semente” para podermos plantar, “e pão para alimento”, para nos sustentar, Ele “também” nos “suprirá”. E qual é o resultado disso tudo? Ele “aumentará” a nossa “sementeira”, “e multiplicará os frutos da” nossa “JUSTIÇA”.
Ora, Paulo não está falando de dinheiro! Senão, ele diria que o que deveria multiplicar era o saldo da nossa conta bancária. Mas, não. Paulo está dizendo que as bênçãos da generosidade redundarão em um aumento das obras de justiça, incluindo as obras de generosidade.

O resultado da justiça

Você que é generoso, é generoso porque Deus já fez uma obra em você. A generosidade é o resultado de uma vida de justiça. E sabe o que vai acontecer? Você vai crescer, cada vez mais, em obras de justiça, será mais e mais generoso. Cada vez mais, você vai mostrar o Deus que você serve através das obras que você pratica, incluindo as obras que envolvem dinheiro.
Essa é a promessa! Você crescer como cristão, crescer na luta contra o pecado e na mortificação da carne. Ser generoso é uma vacina contra a avareza.
E aí no versículo 11 Paulo arremata:

enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. (2 Coríntios 9.11)

Para que tudo isso, afinal?

Seremos enriquecidos, nas obras de justiça. Portanto, seremos enriquecidos em todas as áreas da nossa vida, para sermos generosos, para que por nosso intermédio sejam tributadas graças a Deus. Ou seja, em cada ação nossa de justiça, de generosidade, de mortificação, Deus receberá a glória.
Interessante essa palavra “tributadas”, “sejam tributadas…”
Nós estamos bem familiarizados com essa palavra, pois para tudo, pagamos tributos. Um sorvete que você toma na rua, o Estado te dá um “oi, estou aqui, não se esqueça de mim. Você está tomando um sorvete menor porque uma parte dele é meu”.
Mas esqueça essa parte ruim, desse exemplo, e use o princípio da onipresença do Estado nessas relações comerciais. Pense em Deus. Cada ação sua, cada obra de justiça que você pratica, redunda em glória ao nosso Deus.
É isso que Paulo afirma no versículo 12 e 13:

“Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,
visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos” (2 Coríntios 9.12-13)

A glória de Deus

Então Paulo está, na verdade, nos ensinando que a nossa vida toda, inclusive a nossa relação com o dinheiro que inclui a nossa generosidade, deve sempre buscar a glória a Deus.
Essa lição é muito importante porque, se as nossas ações não tiverem como alvo a glória de Deus, então, elas não têm valor em si. Não vão nos retribuir. Será uma ação no vazio.
Por isso que Deus ama a quem dá com alegria, porque o coração alegre buscará certamente agradar a Deus através do seu ato de generosidade.
O senso de propósito é superior ao ato de, apenas, suprir a necessidade de um irmão.
Veja como Paulo nos ensina uma teologia e não nos dá, apenas,  uma bronca para sermos generosos. Ele atua nas motivações, para que todas as nossas ações não sejam perdidas, mas busquem e tenham como alvo a glória de Deus.
Paulo finaliza este versículo 13 dizendo que a contribuição é fruto da “confissão quanto ao evangelho de Cristo”. A contribuição é resultado de um coração regenerado pela obra de Cristo e isso foi demonstrado pela liberalidade com que eles se dispuseram a contribuir. Liberalidade é evidência de conversão.

Frutos da generosidade

A generosidade desperta a gratidão, o afeto, e dá mais glória a Deus. É isso que Paulo nos conta nos versículos seguintes.

“enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós.
Graças a Deus pelo seu dom inefável!” (2 Coríntios 9:14-15)

Conclusão

A generosidade dos coríntios despertou, nos irmãos da Judéia, um afeto, um desejo de ver o bem e de orar por eles. Aqui aprendemos algo sobre como deveria reagir aquele que recebe a ajuda. É isso o que deve ser despertado no coração do crente que é ajudado: em primeiro lugar, gratidão pela provisão operada por Deus, dando a Ele toda a glória. E, ao mesmo tempo, uma gratidão por ter irmãos que representam bem o Evangelho através da sua generosidade, o que também redunda em glória a Deus.
No fim, tanto o que doa, quanto o que recebe dão muitas glórias a Deus.
Como lição, que nós possamos ver, na nossa Igreja e na vida dos nossos irmãos, motivo para dar glórias a Deus. E que possamos dizer como Paulo:

“Graças a Deus pelo seu dom inefável!” (2 Coríntios 9:15)

 

Gostou deste post sobre a generosidade?

Compartilhe com os seus amigos, sua igreja e familiares.

Deixe seu e-mail abaixo e avisaremos de cada novo post!

Assista essa mensagem em vídeo no nosso canal de Youtube.

Conheça o TEOmídia Cast. Ouça nossa Rádio na web, iOS ou Android.

Assine gratuitamente a TEOmídia, vídeos cristãos para você e sua família. Assista quando quiser, onde quiser.

Compartilhe esta mensagem:
Post anterior
Contribuição, suas consequências e seus benefícios
Próximo post
Pacientes no sofrimento, na dor e na tribulação
O conteúdo dos artigos assinados refletem a opinião, conceitos e ideias pessoais do seu autor e não, necessariamente, do TEOmídia Blog, que se exime de qualquer responsabilidade pelos mesmos.
  • Contato
  • Permissões de Publicação
  • Política de Privacidade
Siga a TEOmídia:
Facebook
Twitter
YouTube
Instagram
Menu