O tradicional hino “A Pedra Fundamental”, que consta na maioria dos nossos hinários, apresenta, de maneira muito bela, a figura do Jesus predestinado. Ele diz:
“A pedra preciosa que Deus predestinou,
sustenta pedras vivas que a graça trabalhou,
e quando o monumento surgir em plena luz
a glória do edifício será do rei Jesus”.
Este hino é lindíssimo, pois descreve como a igreja é formada e sustentada na pessoa de Cristo.
Gostaria de apresentar, hoje, um aspecto da obra de Jesus Cristo: o fato de ele ter sido predestinado para tal função.
A sua obra não foi desempenhada por um acaso, mas foi preparada antes da fundação do mundo e na plenitude os tempos conquistou vitória para a eternidade.
No Salmo 2 vemos Deus ungindo o seu filho, que foi gerado na eternidade como Rei sobre todas as coisas.
“Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.
Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.” (Salmo 2.6-9)
Depois deste entendimento, o de que Jesus é ungido na eternidade, já podemos observar que este plano é produzido no seio da trindade, em completa perfeição, e será desenvolvido no tempo.
Jesus é predito em muitos lugares no Antigo Testamento e é apresentado tipologicamente em muitos cenários. Tantos, que podemos concluir que o Antigo Testamento revela o nosso Senhor Jesus como uma espécie de sombra, até que essa revelação venha em plenitude no Novo Testamento.
O Antigo Testamento apresenta Cristo desde os primeiros versículos.
Em Gênesis 1 Jesus é a Palavra ou o Verbo que cria, como afirma o apóstolo João no seu evangelho:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1.1)
É a Palavra de Cristo que cria e, também, sustenta todas as coisas, conforme nos apresenta o autor da carta aos Hebreus.
“…ele nos falou pelo Filho, a quem designou herdeiro de todas as coisas e por meio de quem também fez o universo.
Ele é o resplendor da sua glória e a representação exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder…” (Hebreus 1.2-3)
Em Gênesis 3, vemos claramente que Jesus é predestinado. Ele é a semente da mulher que esmaga a cabeça da serpente e tem seu calcanhar ferido por ela:
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência* dela; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3.15)
Na história de Noé ele é a arca que livra da morte aqueles seus escolhidos que foram obedientes à ordem de Deus.
Quando Abraão recebe a ordem de sacrificar a Isaque seu filho, Jesus Cristo é o cordeiro que aparece no último momento para ser imolado em lugar de Isaque.
Em Êxodo, Moisés é o tipo de Cristo, o libertador do povo. Moisés traz, inclusive, muitas semelhanças em sua história que o faz ainda mais próximo da pessoa de Cristo.
Em Levítico Jesus é o perfeito sacerdote. Em Hebreus, Jesus é apresentado como o Sumo Sacerdote, o Sacerdote único e perfeito para expiar os pecados do seu povo.
Em Provérbios, Ele é a sabedoria, como é afirmado em Colossenses 2.2-3:
“para que o coração deles seja confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,
em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. (Colossenses 2.2-3)
Eu poderia ler histórias e mais história das Escrituras revelando a pessoa de Cristo de maneira imperfeita, ainda.
A pessoa de Cristo está lá, sendo apresentada e apontando para a obra perfeita a ser realizada na plenitude dos tempos. Jesus for preparado para isso, foi predestinado!
Em Mateus encontramos, mais uma vez, o propósito, revelado, da obra de Cristo:
“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mateus 1.21)
Neste momento, Jesus já era um bebê predestinado, Ele nasceria com um sentença de morte já decretada; essa morte seria expiatória, seria para o perdão de pecados do Seu povo.
Mateus, ainda, afirma:
“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mateus 4.17)
Este versículo nos mostra que o Rei do Reino Celestial está em missão aqui na terra. Ele tem o propósito definido de pregar o arrependimento, pois o Rei do reino celestial chegou! Ao pregar o arrependimento dos pecados, Jesus espera que as suas ovelhas ouçam a sua voz e se arrependam e se voltem para Ele, que é o Rei, o Sumo Pastor.
Isso acontece porque a história do povo começa em Deus. Começa com esse povo cativo, preso nas mãos do inimigo. Quando o Rei Jesus vem em missão, Ele vem para resgatar o Seu povo dos seus pecados.
Este entendimento é de suma importância, pois é por isso que, no Antigo Testamento, Deus é chamado de “Senhor dos Exércitos”. Deus é Deus de batalha, o Deus que as vence sempre. É Ele que vem como um Rei poderoso livrar o Seu povo das mãos inimigas e retorna para Seu reino. Não retorna mais só, mas trazendo no peito um povo e totalmente vitorioso!
É essa a realidade narrada no Salmo 24 a partir do versículo 7:
“Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos,para que entre o Rei da Glória.
Quem é o Rei da Glória O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória.
Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.” (Salmo 24.7-10)
Jesus é predestinado e cumpre perfeitamente o Seu propósito. Ele cumpre pois era impossível que falhasse.
Este trecho do Salmo 24 narra o retorno vitorioso do Cristo que não vem só. Ele deixa a Sua glória em completa humildade e volta com uma glória jamais vista. Isso acontece, pois a Sua autoridade é afirmada, é adquirida por mérito de santidade, é conquistada pois vence, completamente, o inimigo que mantinha em escravidão o Seu povo querido!
A glória de Cristo é tão extraordinariamente grandiosa que nem os portais celestiais não podem conter. O Senhor dos Exércitos está em grande glória retornando!
Graças a Deus por tão grande amor em preparar, em fazer preparar o Ungido, o Messias, um predestinado para a nossa salvação, o Seu povo, povo do Seu Reino.
Este é o plano perfeito de Deus, é o mistério de Deus: Jesus Cristo predestinado!
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