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Pragmatismo, uma difícil realidade na Igreja dos nossos dias

Diego Venancio
07/04/2019
O pragmatismo cria um conceito próprio do que seja o sucesso na Igreja enaltecendo os frutos oriundos do “método”.

O que é Pragmatismo

Norman Geisler 1, em sua enciclopédia de apologética, nos fornece o seguinte conceito de pragmatismo:

“Pragmatismo é uma filosofia americana, criada por William James (1842-1910), que enfatiza os resultados práticos de uma teoria.

Para um pragmático, uma ideia é considerada verdadeira se funciona. Uma série de medidas está correta se trouxer os resultados desejados.

As raízes do pragmatismo são encontradas nas ideias de Charles Sanders Pierce, que usou o método pragmático pra esclarecer (mas não comprovar) ideias. Também há semelhanças entre o pragmatismo e o utilitarismo, que afirma que o curso de ação correto é o que traz maior benefício.” (Norman Geisler)

Este conceito nos ajuda bastante a prosseguir.

Ambiente corporativo e Igreja

Muito se fala sobre pragmatismo para lá e para cá, mas poucas vezes encontramos uma definição do que seja pragmatismo. Esta ideia de focar nos resultados adentrou o ambiente evangélico como um todo.

Mas uma pergunta precisa ser levantada.

O que, de fato, há de errado com o pragmatismo? Não parece que ser pragmático é algo bom, tendo em vista que ele busca o que dá resultado?

Em um ambiente corporativo esse pensamento é muito bem-vindo, pois a finalidade da empresa, no fim das contas, é ganhar mais dinheiro. Simples assim! Tudo o que tira dinheiro da empresa, sem lhe atribuir mais lucro, é simplesmente cortado, replanejado, modificado para se conseguir o resultado esperado.

Realidades diferentes

Mas, a questão fica séria quando começamos a aplicar o pragmatismo à religião, ao Evangelho, às realidades espirituais.

Veja como o Geisler complementa o assunto:

“A visão pragmática foi severamente criticada, porque algo não é verdadeiro simplesmente porque dá certo.

Mentir pode evitar um resultado negativo ou alcançar um objetivo desejado à custa de outra pessoa, porém isso não torna as mentiras verdadeiras.

Algo pode ser considerado contrário aos fatos, mas ainda assim ser seguido, porque parece a medida mais prática nas circunstâncias. E algo não é correto porque dá certo. Trapacear “funciona”, mas não é correto.” (Norman Geisler)

Essa praticidade é totalmente contra o trabalho crítico proposto pelo Evangelho. Digo isso porque o pragmatismo, ao olhar para as Escrituras, cria o objetivo, cria o propósito e o impõe como visão da Igreja ou do Evangelho, dizendo que aquele objetivo é o grande alvo a ser atingido.

Como exemplo, o dizer que a única missão da Igreja é o evangelismo ou que a Igreja existe para fazer missões. Diante deste “alvo” o pragmático concentrará todas as suas forças para atingi-lo.

O objetivo da Igreja

A Igreja de Cristo tem um único objetivo claramente apresentado pelas Escrituras que é o de glorificar a Deus. Mas, dentro deste objetivo, ela tem que olhar para outras direções.

O culto é uma missão da Igreja, pois ele cumpre o propósito da adoração a Deus, como povo reunido. Mas, de fato, fazer missões também é importante. A igreja também precisa saber fazer mordomia, ou seja, cuidar do seu patrimônio e todos os recursos financeiros que recebe. A igreja precisa discipular e trabalhar para amadurecer os seus membros; precisa pregar o Evangelho de modo que ensine o povo de Deus sobre a Palavra de Deus.

Quantas coisas são importantes dentro da Igreja!

A Igreja e os métodos

Mas o pragmático tem uma visão exclusiva, pontual, do propósito da Igreja; afinal, depende disso para poder encaminhar seus métodos.

Nunca tivemos tantos métodos de crescimento de Igrejas, planos de ação em missões, cursos e palestras para isso e para aquilo. A moda, agora, é fazer tal coisa, “sem isso a igreja não funciona”. Assim funciona a cabeça do pastor pragmático.

Voltemos as definições de Geisler:

“A filosofia ética também confunde causa com efeito. Uma ideia não é verdadeira porque funciona: funciona porque é verdadeira. E como alguém julga o que ‘deu certo”?

Apenas o conhecimento prático é considerado conhecimento verdadeiro. A perspectiva eterna não entra na discussão.

Os pragmáticos reconhecem apenas os métodos da ciência para testar a verdade. Isso torna absoluto o método científico.

Entretanto, no que tange a preocupações éticas não existe critério objetivo, como  há na ciência. O sucesso do resultado só pode ser determinado por uma perspectiva subjetiva, pessoal e míope.”

Veja, então, que esta forma de avaliar as coisas concernentes a Igreja de Cristo não é correta. E não é correta por orientação bíblica.

A videira e os ramos

Em João 15.5 encontramos:

“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.5)

Neste discurso de despedida e ensinamentos finais aos discípulos, Jesus faz essa revelação. Somos como galhos ligados à videira. Se estamos recebendo desta seiva, logo daremos frutos. Estes frutos não nascem pelo nosso mérito, pelo nosso trabalho ou pelos nossos métodos, mas nascem porque permanecemos respeitando a natureza que nos foi dada. Nós daremos frutos no tempo oportuno, com a qualidade correta, de acordo com o método que a natureza da árvore nos impõe.

A Igreja está no plano de Deus desde a criação de todas as coisas. A igreja tem um modo correto de nascer, de viver, de funcionar e será assim para sempre. A vida do povo de Deus é de total dependência Dele. Dependência em oração e dependência na Palavra.

Pragmatismo mata

O pragmatismo mata a Igreja e cria uma forma de funcionamento que não é bíblica. O pragmatismo cria um conceito próprio do que seja o sucesso na Igreja e assim, acaba por matar os verdadeiros frutos enaltecendo os frutos oriundos do “método”.

Já participei de aulas e palestras onde os mestres pragmáticos ensinavam que “Igreja boa é aquela que cresce em 5 anos ao ponto de conseguir sustentar outras obras missionárias”.

O que me pergunto nesta hora é: e aquelas Igrejas pequenas que duram anos e anos com 30 ou 40 membros? Elas são doentes? Não são Igrejas verdadeiras?

Outra coisa importante deve ser dita.

Os pastores pragmáticos, muitas vezes, valem-se de métodos ímpios de crescimento e de avaliações estatísticas. Promovem eventos com determinados artistas tais, escolhidos a dedo, porque “isso dá certo”. Chamando determinado músico, ele atrairá uma platéia maior. Mais gente vai ouvir o Evangelho, consequentemente, teremos mais conversões. E por aí vai. Nada mais enganoso!

Deus não aceita meios ímpios!

A conversão não é produzida por eventos ou pressões emocionais!

Sim, pode ser que fique um bocado de gente na Igreja depois do “mega-evento”. Mas será que são conversões verdadeiras?

É, exatamente, nesse aspecto que o pragmatismo falha. Falha em contar com o Espírito Santo de Deus como um ajudante na obra e não como aquele que é o principal em tudo, sem truques de mágica.

Exemplos bíblicos

Sempre me recordo da oferta da viúva pobre. Foi essa oferta que Jesus aprovou e não as sacolas de dinheiro deixadas pelos fariseus.

O profeta Samuel e o rei Saul tem uma história poderosa que nos ensina muito sobre pragmatismo.

Todos sabemos que Deus exigia, do seu povo, o sacrifício de animais para perdão dos pecados. Este sacrifício tinha um método rigoroso, mas não devia ser feito sem entendimento e nem com o coração desconectado da oferta apresentada.

Em 1 Samuel vemos que a ordem dada por Deus à Saul era que ele matasse todos os amalequitas e todos os seus animais. Mas Saul não fez isso! Ao se encontrar com o profeta Samuel ele diz que estava oferecendo sacrifícios sobre os animais que ele havia trazido. Vejam a resposta de Samuel:

“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.

Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.” (1 Samuel 15.22-23)

Obedecer é melhor do que sacrificar. Em outras palavras: o fim não justifica os meios. A forma e o método precisam ser conforme as orientações bíblicas.

A soberania de Deus

Métodos empresariais para crescimento de Igreja é um crime cometido contra Deus. Ele estabeleceu a forma, o método, o meio e inclusive o resultado. Ninguém, daqueles que o Senhor preparou para serem salvos, deixará de ser salvo.

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.

E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6.37-39)

E se Deus nos quiser colocar no empreendimento sem sucesso aparente? E se Deus quiser nos colocar numa Igreja para fecharmos aquela Igreja?

Afirmo: o pragmatismo põe a carroça na frente dos bois. Ele age atropelando aquilo que Deus preparou para seu povo.

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.

Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.

Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo.” (Isaías 6.8-10)

O que diremos ao profeta Isaías após Deus dar a ele um trabalho infrutífero? Que seus métodos foram ruins? O próprio Deus o colocou num projeto cujo sucesso era ninguém ouvir e atender a Palavra do Senhor.

Conclusão

No fim das contas, o problema do pragmatismo é a idolatria do método. Método este, que muitas vezes carrega a impiedade, o modelo de padrões não cristãos, tornando-os em verdade.

No Reino de Deus o fim não justifica os meios. No Reino de Deus a obediência, a ética e a santidade têm mais importância que o resultado, pois o resultado é Deus quem dá. Afinal, o projeto é Dele. E é perfeito do início ao fim!

1 Norman L. Geisler é um apologista cristão, conferencista internacional e co-fundador do Southern Evangelical Seminary localizado em Charlotte, Carolina do Norte.

 

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