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Quem são os Presbíteros, afinal?

Júlio Pardo
03/03/2019
Presbíteros precisam saber ensinar a sã doutrina e ter uma vida irrepreensível. Ou vice-versa, das duas formas eles ensinam.

Vida regrada e boa gestão

Estou acompanhando uma série chamada “American Crime Story”, onde estou conhecendo a história por trás do assassinato do fundador da grife de roupas Versace. O que isso tem a ver com os presbíteros? Você verá, vamos em frente.
Gianni Versace criou um império milionário da moda. Talentoso e grande empresário, a beleza de sua marca em nada combinava com seu estilo de vida. HIV positivo, foi assassinado por um de seus inúmeros parceiros sexuais.
Versace conseguiu algo não tão incomum no meio empresarial: ter seu empreendimento em ordem mas a sua vida em completa desordem. Vida regrada e boa gestão não andam necessariamente lado a lado. E nós, como Igreja, muitas vezes deixamos essa verdade passar quando damos atenção demasiada ao talento e esquecemos do valor de uma vida piedosa.

Vida e exemplo

Igrejas não são empreendimentos. Sinto um arrepio na espinha todas as vezes que leio algum jargão empresarial (sobretudo com inglês desnecessário) vinculado à vida da Igreja. Pensar na Igreja como um business (deu até um arrepio na espinha, agora) é torná-la um prato cheio para que dezenas de milhares de “Giannis Versaces” apareçam em nossos púlpitos.
Peço perdão por esse início de texto negativo, mas, de fato, a tragédia ronda a porta da igreja que não preza pelas qualificações morais de seus presbíteros ou pastores.
Lembro bem de quando me converti, aos 15 anos. Aos seis meses de conversão, ainda deslumbrado com as maravilhas da graça de Deus, vi o pastor da igreja, de púlpito, confessando seu pecado: ele havia traído sua esposa com, acredite você, a esposa de seu pastor auxiliar!
A igreja se desfez. Membros de décadas deixaram a congregação e um pastor de fora, enérgico e pouco popular, assumiu a liderança. Diferentemente da grande grife de roupas, vida em desordem significa igreja em desordem.
A direção da Igreja é dada, portanto, em duas vias: ensino e exemplo. Não é por acaso que Paulo, no importante trecho de 1 Timóteo 3.1-7, fez mais recomendações morais do que técnicas:

“Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus
Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo.
Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo.” (1 Timóteo 3:5-7)

Agora permita-me levantar duas questões e ir até o fim deste texto propondo algumas ideias:

Como avaliar a capacidade de ensino desses homens/presbíteros?

O método cristão de avaliação das árvores, ver se dá bons frutos, é ponto pacífico entre os evangélicos. Mas como avaliar os frutos daqueles que ainda não pastorearam? Seria um tiro no escuro? Creio que não.
Todos os presbíteros já pastoreiam, tendo consciência disso ou não. Paulo é claro:

“Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3.5)

Obs. Notem que estou usando as palavras presbíteros e pastores como sinônimas.
Membros de igrejas se impressionam facilmente com frases de efeito e retóricas implacáveis, mas dificilmente se impressionam com um marido que lidera sua casa com autoridade e sacrifício. Diplomas são simples de avaliar e exigem pouco esforço. Conhecer de perto uma família, não.
Observar como um candidato ao presbiterato ensina a sua mulher e os seus filhos é a forma mais bíblica e evidente de avaliação, não a de contar quantos livros de teologia sistemática ele possui na estante de sua casa.
Não podemos confundir aqui o dom de ensino com um talento para oratória, o que o mais diabólico dos homens poderia ter. O dom de ensino deve ser compreendido como a capacidade do homem de expor fielmente as Escrituras.
O saudoso Dr. Shedd foi preciso quando disse:

 “O dom do ensino é reconhecível pelos membros da igreja que recebem a palavra do pregador como autêntica mensagem de Deus”.1 (Russel Shedd)

E quanto aos presbíteros não casados? Confesso que essa interrogação também paira sobre a minha cabeça. Os exemplos de homens não casados que temos na Bíblia, como Paulo, e na história da Igreja, como Agostinho, são ligados ao celibato e não à “solteirice”. Me parece que a opção pelos filhos na fé em detrimento dos filhos biológicos fica evidente nesses dois casos. Há uma opção, uma motivação clara nessa situação. Paulo e Agostinho não ficaram sozinhos porque as mulheres que conheciam eram feias ou chatas demais. Havia um propósito claro quanto as suas opções.
Em relação aos solteiros, namorados e noivos, me parece interessante avaliar a postura presente em relação às mulheres para não se jogar fora os critérios familiares estabelecidos por Paulo.
Hoje não é incomum vermos cristãos descompromissados com suas namoradas e noivas, principalmente entre os mais jovens.

“Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” (1 Timóteo 3:5)

Assim como maus maridos tendem a ser maus pastores, como Paulo diz no texto acima, podemos aplicar o mesmo princípio da seguinte maneira (e essa é uma sugestão minha, para reflexão): namorados e noivos descompromissados com suas namoradas e noivas tendem a ser presbíteros descompromissados com a sua congregação.
Como esperar o sacrifício de um pastor que não deseja sacrificar nem o conforto de ter as louças lavadas pela mãe? A igreja precisa entender que a mentalidade do um jovem pastor provavelmente será a mentalidade da maioria dos jovens de uma igreja, pois ele será referência.
Mais um ponto para avaliação: quem deseja assumir papéis de liderança deve saber ser submisso. Avaliemos sua submissão à Palavra, a seus pais e a seus pastores. Insubmissos são péssimos alunos, e péssimos alunos são péssimos mestres, como diz as Escrituras:

“Quem ouve a repreensão construtiva terá lugar permanente entre os sábios.
Quem recusa a disciplina faz pouco caso de si mesmo, mas quem ouve a repreensão obtém entendimento.
O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra.” (Provérbios 15.31-33)

Como proteger a igreja de maus presbíteros?

Digamos que, a despeito de todo o cuidado de uma igreja, alguém dissimulado seja ordenado presbítero de uma congregação. Agora, munido de poderes, abre as suas asas e passa a pregar heresias. O que fazer? Duas medidas se tornam fundamentais: pluralidade de presbíteros e disciplina pública.

Pluralidade de Presbíteros

“A pluralidade cria a estrutura para que os presbíteros chamem a atenção uns dos outros quando um deles ultrapassa os limites”.2

Não foi por acaso que Deus instituiu a pluralidade pastoral. Ela não só é desejável, como deve ser exigida. Igrejas que, porventura, não possuem nenhum membro minimamente qualificado devem, o quanto antes, iniciar um processo de formação ministerial.
Pastores necessitam de cuidado. Eles também são ovelhas. Todas as vezes em que peco ou, mesmo, digo alguma bobagem, penso: “O quanto isso afetaria as pessoas que estão sob meu cuidado, mesmo que não saibam?” A partir do momento em que alguém assume a responsabilidade de um presbítero, seus pecados e más ideias crescem em impacto na vida da igreja.

Disciplina Pública

“Não aceites acusação contra um presbítero, se não houver mais duas ou três testemunhas.
Quanto aos que vivem no pecado, repreende-o na presença de todos, para que os outros também tenham temor”. (1 Timóteo 5.19-20)

Adoramos acusar pastores progressistas quando esses “rasgam” as páginas da Bíblia ao falar sobre a homossexualidade e o divórcio mas, muitas vezes, mostramos total compreensão quando uma liderança ministerial ignora os textos sobre o governo da igreja.
A disciplina não é somente aplicada sobre o disciplinado. A disciplina é e deve ser pública porque a disciplina também ensina e governa a Igreja.
Conheço a história de uma igreja que não fez saber aos seus membros a situação de um pastor adúltero e sobre um líder de ministério herege. Claro que o não conhecimento, completo, dos fatos pela congregação gerou fofocas, intrigas e questionamentos quanto à autoridade da Igreja. Os protegidos saíram ilesos e os protetores se feriram. Se a disciplina tivesse sido pública a igreja, que enfraqueceu, poderia ter, na verdade, se fortalecido.
A disciplina de pastores também ensina e governa a congregação.  Os membros fiéis da igreja valorizam e reconhecem o zelo pela Palavra. Não há espaço, aqui, para temor dos homens – apenas temor a Deus e ao que Ele exige em sua Palavra, especialmente no texto que vimos de 1 Tm 5.19-20.

Conclusão

O presbítero de uma igreja deve ser uma fonte ininterrupta de ensino: ensina quando prega, ensina quando lidera a casa, ensina quando instrui os filhos, ensina quando repreende, ensina quando é repreendido e ensina até quando é disciplinado.

1 SHEDD, Russel. Chamado e Dons do Espírito Santo. Shedd Publicações. São Paulo/SP. 1a Edição, 2018. pg.64
2RINNE, Jeramie. Presbíteros. Edições Vida Nova. São Paulo/SP. 1a edição, 2016. Pg.107

 

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