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A perseverança em meio às dificuldades

Rodrigo Galente
06/01/2019
A vida cristã requer muita perseverança. Devemos olhar para os nossos heróis na fé e confiar que Deus já preparou tudo para nossa vitória futura.

Hoje, ao estudarmos o texto de Hebreus, destacaremos a perseverança e os motivos para perseverarmos na caminhada cristã.

“Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta,

tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.

Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem.

Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.” (Hebreus 12:1-4)

A base da nossa perseverança

No texto acima, o autor de Hebreus instrui seus primeiros leitores a terem uma motivação, um sentido final, pelo qual eles podem ter perseverança, sem desanimarem, mesmo com as dificuldades enfrentadas. Para isso, ele utiliza uma estratégia: olhar para o passado para retirar forças para o futuro.

Ele cita grandes nomes do passado como exemplos de pessoas que conseguiram viver em meio à provações, pela fé naquilo que seria cumprido futuramente. Foram grandes homens e mulheres que Deus usou durante a história e cumpriram seus papéis, olhando para aquilo que sabiam que Deus poderia fazer. Pessoas de fé e de perseverança que enfrentaram as oposições mesmo sem verem as promessas plenamente cumpridas.

Devemos nos motivar, não só pelos exemplos de fé relatos em Hebreus 11, mas, principalmente, pelo exemplo do próprio Cristo, no texto de Romanos 12, um modelo de perseverança a ser seguido. Ele suportou a desonra e a humilhação pensando na glória futura. É assim que se consegue ter perseverança e passar pelas dificuldades do agora, confiando no que Deus fará na frente.

Para entendermos o texto analisado, antes de qualquer coisa, é preciso entender o contexto no qual o misterioso autor de Hebreus escreve tal exortação aos seus leitores.

Quem seriam as testemunhas, a quem o autor se refere, no primeiro versículo do capítulo 12? A resposta para tal está no capítulo 11 do mesmo livro. São os heróis do passado: Abel, Enoque, Noé, Abraão e sua mulher Sara, Isaque, Jacó, José, Moisés, Raabe, Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas. Esses, embora não tenham visto as promessas de Deus, plenamente, cumpridas em suas vidas, já que existia um cumprimento futuro, mesmo assim tiveram perseverança baseada na fé.

Guthrie explica isso em seu comentário ao livro de Hebreus:

“Os heróis do passado agora são considerados espectadores, ao passo que os cristãos estão na arena”. (Donald Guthrie, Hebreus: Introdução e Comentário)

Barclay complementa:

“São testemunhas num duplo sentido: são os que deram testemunho da sua fé em Cristo e agora são testemunhas de nosso cumprimento.” (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Tendo esse estímulo, ou seja, o das testemunhas, o autor compara a vida cristã a uma corrida. A imagem que se passa em nossa mente ao lermos o texto é o de estarmos em uma competição, dentro de um estádio, com as testemunhas nos observando. E assim, como em uma corrida, devemos estar o mais leve possível para alcançar nossos objetivos. Na corrida da fé, também, devemos abandonar tudo que nos atrapalha para chegar no alvo, que é Cristo.

Todo aquele que, porventura, queira competir na corrida de Cristo deve, antes, desvencilhar-se de todo e qualquer entrave. Já somos mais lentos do que deveríamos ser, por natureza. Portanto, não permitamos que outras causas nos atrasem, ou seja, o pecado é um peso que nos atrapalha na corrida da fé. Ele nos atrasa ao cumprir nosso objetivo e portanto deve ser lançado fora.

Segundo Barclay,

“Na vida cristã sempre temos um obstáculo. Se estamos rodeados por toda a grandeza do passado, também estamos rodeados pelo obstáculo do nosso próprio pecado.”  (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Por um lado temos a nuvem de testemunhas que nos fortalecem, com seu exemplo, para cumprirmos a nossa meta. Mas por outro, temos o pecado como um peso que atrasa a nossa caminhada. Como lidar com isso?

O próprio autor nos dá a resposta: Perseverança.

É a perseverança que, apesar dos obstáculos, ajuda o cristão a manter a força necessária e não perder o objetivo de vista. Segundo Guthrie,

“A palavra usada [perseverança] dá a ideia de persistência, da corrida firme até o fim, a despeito das dificuldades”. (Donald Guthrie, Hebreus: Introdução e Comentário)

Barclay utiliza a palavra “paciência” no lugar de perseverança.

Segundo o autor, a paciência proposta não é algo passivo, que aguenta tudo e fica calado de braços cruzados, pelo contrário, é…

“… a firme persistência que não retrocede até obter o triunfo”. (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Temos, nos dois comentadores, o uso da palavra “persistência”. É essa a atitude que o autor de Hebreus espera dos cristãos: apesar do peso e das dificuldades, que podem atrapalhar no caminho, devemos manter a corrida para alcançarmos o alvo. A força para se perseverar diante das adversidades vem ao olharmos para Jesus.

Aliás, o uso do nome “Jesus” ao invés de “Cristo” tem um motivo especial, segundo Guthrie. De acordo com o comentador, o uso deste nome próprio destaca a humanidade de Jesus:

“O escritor está exortando seus leitores a fixar seus olhares no mais perfeito exemplo de humanidade.” (Donald Guthrie, Hebreus: Introdução e Comentário)

Aquilo que Jesus realizou deve dar força para os cristão continuarem. Ele é o modelo perfeito de perseverança.

“Na vida cristã temos um exemplo. Esse exemplo é o próprio Jesus.” (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Por conta disso, o nosso olhar tem que estar sempre voltado para Cristo que, pensando no futuro, ou seja, na alegria proposta, suportou até mesmo a cruz.

Paulo e a perseverança

Paulo usa, na sua epístola aos Filipenses, a humildade de Cristo como exemplo e estímulo para a vida humilde do cristão. O autor de Hebreus parece usar do mesmo artificio, mas aplicando a vida de Jesus como o modelo de perseverança nas adversidades.

Assim, Calvino escreve sobre o autor de Hebreus:

“Ele nos recomenda a paciência de Cristo, por duas razões: a primeira, porque ele suportou uma morte cruel; e, segunda, porque ele não fez caso de ignomínia.

Ele prossegue dizendo que o fim da sua morte foi glorioso, para que os crentes soubessem que todos os males que ele teve que suportar resultariam em salvação e glória, contanto que o seguissem.” (João Calvino, Hebreus)

Esta glória, como o próprio texto diz, foi o assentar-se do lado direito do Pai (Hebreus 12.2). Apesar das dificuldades passageiras por que Cristo passou, tudo valeu a pena por causa da recompensa que Ele teve.

Jesus suportou a cruz tendo em mente a glória futura. Da mesma forma, os cristãos devem manter o seu foco pensando, também, na recompensa futura, ao lado de Deus.

Segundo Guthrie, o autor entendia que havia uma tendência entre os crentes de desanimarem em sua jornada cristã. Voltar os olhos para Jesus é a forma de combater essa dificuldade e manter a sua luta. É a forma de não desanimar perante as circunstâncias contrárias e perseverar no caminho correto.

O autor, então, volta a falar sobre a luta contra o pecado e então diz, no versículo 4, que…

“… vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.”

Aqui temos uma divergência entre os comentadores.

Para Barclay:

“Quando o autor de Hebreus diz que seus leitores ainda não resistiram até o sangue, […] não os reprova, mas antes os envergonha”. (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Isso porque deveria existir uma luta até a morte como demonstração da intensidade de disputa que os cristãos estavam tendo contra seus perseguidores. Além disso, ao se comparar com os heróis de tempos passados na fé, eles deveriam ter a certeza de que enfrentariam dificuldades.

O sofrimento de Cristo e o sofrimento dos cristãos

Outro ponto que Barclay argumenta, ainda na mesma página, é que se eles compararem seus sofrimentos com os de Cristo, eles deveriam ficar envergonhados. Isso porque…

“Jesus depôs de uma glória que lhe pertencia, assumiu todas as estreitezas da vida humana, enfrentou a inimizade e a hostilidade dos homens, no final teve que morrer sobre uma cruz.” (William Barclay, The Letter to the Hebrews)

Ou seja, se Jesus, que não era pecador e portanto não merecia hostilidade ou sofrimento algum, foi morto, quanto mais nós, pecadores, estamos sujeitos às dificuldades. Algo que custou tão caro à vida dos mártires e heróis passados da fé, e ao próprio Cristo, não deve ser tratado de modo leviano.

Já Calvino, em seu comentário de Hebreus, interpreta o versículo 4 do texto estudado de forma diferente . Para ele, quando o crente luta contra perseguições, ele luta, no fundo, contra o pecado. Aqui há uma grande diferença entre a perseguição dos cristãos e a de Cristo.

Enquanto Jesus foi perseguido e humilhado sem ter pecado algum, os seus seguidores sofrem como uma forma de lutar contra suas tentações e seus erros.

Aliás, a morte em si já é uma característica e consequência do pecado. Mas não é sobre isso que o autor está falando no texto. O texto quer dizer é que as perseguições e dificuldades servem como disciplina, tema que o autor irá tratar, mais adiante, no texto.

Assim, por meio dessas lutas que estamos fadados a travar, podemos freiar os nossos pecados e crescermos em pureza. Pode ser uma cura de vícios ou uma punição pelos pecados.

Para Guthrie, os “pecados” contra os quais o cristão luta são os antagonistas à fé cristã. Calvino também fala sobre essa questão da personificação do pecado nos ímpios em seu comentário. Ou seja, a luta contra o pecado seria uma forma de se referir à perseguição que os leitores originais da epístola estavam sofrendo. Essa perseguição ainda não havia chegado ao ponto de derramar sangue, como contraste ao que aconteceu a Cristo, foi morto por seus inimigos.

Temos portanto, em Guthrie, algo da ideia de cada um dos outros dois comentadores.

Se por um lado as dificuldades dos cristãos não chegaram ao mesmo nível que as de Cristo, ou seja, o derramamento literal de sangue. Por outro, temos uma personificação do pecado nos gentios que causam danos aos crentes. Nós, os leitores, devemos ter em mente que Jesus sofreu mais do que nós, dando com isso motivação para a perseverança. Ao mesmo tempo, devemos saber que a situação pode estar nos ajudando a crescer em santidade.

Temos, portanto, nos primeiros versículos do capítulo 12 de Hebreus, uma exortação do autor para que, olhando para Cristo, não desanimemos em meio às dificuldades. Olhando em curto prazo, todas as objeções e obstáculos que cada um de nós esta vivendo parece um bom motivo para desanimarmos e desistirmos da nossa caminhada cristã. Mas tendo Jesus como exemplo, ou seja, alguém que teve perseverança e suportou humilhação com a visão de algo maior no futuro, nós, os leitores da epístola podemos superar a presente situação ao olhar para o alvo na glória e assim conseguiremos perseverar no caminho proposto.

Conclusão

Se em Hebreus 11 o autor relata diversos casos de pessoas as quais, pela fé no futuro, fizeram o que era improvável aos olhos humanos, em Hebreus 12 essa fé deve ser aplicada em cada um dos crentes, baseado no exemplo do que já aconteceu em Cristo como no que vai acontecer na eternidade. Olhando para os exemplos do passado e para a glória futura é que devemos perseverar e assim as dificuldades atuais são superadas.

 

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